Ciências Biológicas - TCC - CCBS Higienópolis

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Síndrome de Asperger no contexto educacional
Fabbrini, Linus Ribeiro (2019)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O autismo ou espectro autista é um conjunto de características que alteram o desenvolvimento cognitivo e o comportamento deste indivíduo na sociedade. O espectro autista engloba o transtorno de Asperger, que terá um foco maior de abordagem neste trabalho. Os indivíduos que apresentam Síndrome de Asperger podem observar alguns obstáculos em seus afazeres diários, entre eles, dificuldades na inclusão social no âmbito escolar. Em função de características comuns da síndrome, o estudante pode apresentar um rendimento limitado, deste modo, algumas políticas foram criadas para auxiliar em sua inclusão escolar e na sociedade como um todo. O vigente trabalho toma como análise da produção cinematográfica Temple Grandin, o filme, que aborda a história, baseada em fatos verídicos, de uma jovem com a síndrome que passa por algumas dificuldades de inclusão no âmbito educacional, porém com o auxílio necessário consegue superar suas dificuldades, se formar na Universidade e defender seu trabalho de Mestrado e Doutorado. Este trabalho teve como objetivo central estudar e avaliar o potencial do filme para mobilização de discussões sobre a inclusão de pessoas com Síndrome de Asperger. Os objetivos específicos foram identificar representações sobre o autismo e obstáculos de inclusão, relacionando-os ao filme e interpretando tais situações transpostas ao atual quadro das discussões filosóficas e legais sobre a educação inclusiva. Para realizar a análise do filme foram selecionadas categorias a partir da literatura sobre a Síndrome de Asperger e, dentro destas categorias, foram separadas cenas do filme que se relacionam com o assunto estudado. Por fim, a partir dos resultados encontrados pode-se observar que os indivíduos com Síndrome de Asperger apresentam algumas peculiaridades em seu comportamento e encaram a realidade de uma forma diferente em comparação com outros indivíduos, características que acabam sendo as mais exploradas na produção cinematográfica, porém, o filme ainda possibilita a identificação de caminhos para a inclusão de pessoas com Síndrome de Asperger.
Práticas integradoras de ecologia para o ensino fundamental: um estudo de caso sobre a febre amarela
Barros, Ana Beatriz da Silva Cunha de (2019)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente estudo de caso baseia-se na análise de práticas elaboradas pela autora, a fim de identificar possibilidades para a formação integral do aluno considerando questões ambientais parte do ensino de ecologia, a partir de conceitos e procedimentos sobre a dinâmica dos organismos e da sociedade como um todo, sem que houvesse fragmentação levando o aluno somente a decorar termos sem contextualização. O método consistiu na aplicação da atividade sobre aspectos da febre amarela em duas turmas diferentes, uma do 7º e outra do 9º ano em uma escola municipal de ensino fundamental I e II, na zona norte de São Paulo, próxima a Serra da Cantareira. Os resultados mostraram que os alunos conseguem estabelecer relações entre as populações (seres humanos, primatas não-humanos, mosquito vetor da febre) e outros aspectos que influenciaram no surto de febre amarela, quando as comandas são claras. Além disso, a partir dos registros feitos percebeu-se que os alunos conseguiram desenvolver, parcialmente, habilidades características de um ensino integrado que permite exercitar capacidades interpretativas e a criação de hipóteses, no caso a partir da dinâmica da febre amarela, diante do surto que afetou principalmente a região norte do município, e sendo assim eles se colocam como pessoa ao argumentar em suas respostas. Desta forma viu-se que não só é possível fazer com que questões ambientais e sociais se aproximem auxiliando na formação integral do aluno, mas também como é necessário ver quais são os problemas e questões reais que os alunos consideram, pois a opinião deles é essencial para o desenvolvimento de uma prática integradora, no ensino de Ciências, trabalhando com relações ecológicas, ou em outras disciplinas, a fim de que os estudantes se tornem mais conscientes de sua realidade.
Concepções de ensino e de aprendizagem de professoras de ciências do ensino público
Oliveira, Renata Morais (2019)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Sabe-se que há presente na educação muitas perspectivas e abordagens de ensino e de aprendizagem - dentre elas a tradicional que tem sido fortemente criticada pelos docentes ultimamente, mas ainda muito utilizada em suas práticas. Essa crítica se dá devido ao fato de uma abordagem tradicional apresentar de modo geral uma relação vertical entre educador e educando - na qual os professores são considerados transmissores do conhecimento e os alunos receptores - não sendo considerado a presença de seus conhecimentos prévios e bagagem hereditária sobre determinado assunto. Isso gera uma reprodução do conhecimento, que não é e nem pode ser considerada aprendizagem, já que o aluno não o constrói e sim apenas o memoriza para eventual reprodução. Portanto, visa-se por meio deste trabalho reconhecer as concepções de ensino e de aprendizagem declaradas pelas professoras de Ciências entrevistadas e compará-las com sua prática. Acredita-se na importância de conhecer as principais abordagens e concepções destas professoras de Ciências de rede pública de São Paulo, para buscar compreender as limitações e dificuldades envolvidas ao se aplicar as aulas e propor atividades que fujam desta concepção tradicional. Além disso, esse diagnóstico traz o propósito de verificar a coerência destas professoras entre seus discursos e práticas em sala de aula. Isso se deu por meio da seleção destas duas professoras ex-alunas da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) que foram posteriormente acompanhadas em uma determinada sequência de aulas; passaram por uma entrevista com perguntas semiestruturadas que foram transcritas de forma literal, e posterior análise e categorização de eventos e falas acompanhadas pelas mesmas. Os resultados deste trabalho apontaram que, de maneira geral as professoras em questão - apesar de possuírem as limitações do ambiente, da sociedade, das relações com os alunos e influências sobre estes - apresentam práticas que fogem da tradicional e trazem em seus discursos que buscam por meio de suas aulas a formação de um aluno crítico, reflexivo e consciente em uma sociedade opressora.
Diversidade cultural e inclusão: práticas pedagógicas na visão de professores de ciências
Ribeiro, Tamires Gabrielle (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O advento dos atuais processos migratórios tem trazidos novos desafios para a educação. Conflitos, debates educacionais, culturais e políticos nascem desta nova realidade. Um dos principais debates gira em torno de uma educação multicultural, dos quais destacam a importância de integrar a diversidade cultural dos estudantes nas práticas pedagógicas. Com relação às discussões sobre multiculturalismo no ensino de ciências, são levantadas abordagens que articulam ciência e cidadania, valorizando a interlocução entre o conhecimento científico e o conhecimento dos estudantes. Nesse contexto, propusermos este trabalho com o objetivo de investigar a visão de professores de ciências com relação as práticas pedagógicas que inclua a diversidade cultural dos estudantes. Os resultados demonstram que os professores reconhecem a diversidade cultural existente, bem como a história de seus estudantes, porém não há um planejamento de aula que inclua a diversidade cultural no ensino de ciências. Foram relatados apenas episódios isolados em que os estudantes imigrantes tiveram alguma participação. Ademais, não foi possível analisar, pela fala dos professores, se há uma organização estrutural na escola para a recepção desses estudantes. Podemos inferir, portanto, que as discussões com relação à multiculturalidade no ensino se encontram limitadas apenas em cursos de formação inicial e continuada, não se instalando ainda no cotidiano das escolas.
Luz, câmera e educação: possíveis influências educativas do cinema de animação à construção social da relação humanidade-natureza
Silva, Alisson Vargas da (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Adjetivados como recursos bélicos, as imagens bombardeiam de informações a vida de quaisquer cidadãos imersos na cultura capitalista. Não sendo à toa, a comunicação visual se estabelece na contemporaneidade como um armamento à disseminação de informações e ao estímulo a determinados comportamentos, tal como o de consumo e de territorialidade perante o ambiente. De tal maneira, se estabelece uma cultura visual que tem seus símbolos atrelados a possibilidades pedagógicas de uma determinada maneira do viver, este constituído pela presença de visualidades acerca dos fenômenos que cercam o indivíduo. Assim, diante a atual crise socioambiental, torna-se coerente analisar a relação humanidade-natureza presente em animações comerciais com potencial uso como recursos didático-pedagógicos no ensino de Ciências e Biologia como fator gnosiológico educativo-ambiental. Para tal, se dispõe de uma análise e decupagem fílmica de quatro obras: O Lorax: em busca da trúfula perdida, Os Sem-Floresta, Up – Altas aventuras e Wall·E. São interpretados frente à bibliografia de Educação Ambiental de vertente crítica e dos Estudos de Cultura Visual 136 episódios, estes que são classificados, a partir do referencial de Análise de Conteúdo de Laurence Bardin, em cinco categorias que constituem o cerne de uma concepção acerca da relação humanidade-natureza: consumismo, tecnocracia, evidência residual, conflitos espaciais e esteticismo do natural. Assim, a partir de uma aproximação das possibilidades de ensino que oferece as disciplinas escolares Biologia e Ciências Naturais, se questiona como as temáticas aqui apresentadas podem ser utilizadas como recursos didático-pedagógicos para uma efetiva educação socioambiental em contraponto à habitual alfabetização ecológica. Os dados apresentam, de forma isolada, um potencial de normalização e legitimação das relações atuais da sociedade com seu meio, mesmo que em determinados momentos contribuam à uma visão crítica de tal interação. Assim, a partir da associação de tal análise a uma outra quanto as questões narrativas do audiovisual, se conclui que as quatro obras reforçam uma visão da relação humanidade-natureza embasada nos princípios do conservacionismo.
Coberturas vacinais e sua relação com autonomia e educação
Silva, Denise Martins e (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Mesmo sendo inquestionável a importância e relevância das vacinas para a saúde pública, é possível perceber um decréscimo das coberturas vacinas em nível nacional. Segundo o Ministério da Saúde (2003), para que as coberturas vacinais possam ser alcançadas e mantidas, é imprescindível a participação da população, fato que não vem ocorrendo nos últimos anos o que traz consequências desastrosas para a saúde da população. As vacinas oferecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), são um conjunto de propostas de interesse prioritário disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, sendo de caráter obrigatório e amparado pela lei, no qual todo o cidadão deve tomar as vacinas indicadas na caderneta de vacinação. De acordo com Sato (2018), no entanto, esta obrigatoriedade não é um fator determinante para que as pessoas se vacinem, isto mostra que as coberturas vacinais parecem estar mais relacionadas com uma cultura de imunização do que pela imposição legal. Devido ao decréscimo das coberturas vacinais, a prática de vacinação deve ser pensada como uma responsabilidade individual com as questões de liberdade, valor e autonomia tendo implicações diretas no corpo social. Portanto, o valor e importância acerca das vacinas pode sofrer alterações. De acordo com os gráficos da cobertura vacinal de 2018 disponibilizados pelo Ministério da Saúde para a cobertura vacinal contra o HPV, apenas 41,8% da população de meninas entre 9 e 14 e somente 12,7% dos meninos entre 11 a 14 anos foram vacinados, e apenas 61% da cobertura vacinal contra a febre amarela foi alcançada no país com grande variabilidade entre os diversos estados brasileiros.. A escola é uma das intuições sociais mais adequadas para ajudar nesta problemática das vacinações, ao trabalhar sobre o tema de vacinação como parte dos temas transversais em conjunto com a interdisciplinaridade, o processo de ensino e aprendizagem pode ser realizado de maneira mais contextualizada. Segundo Pupo e Rodrigues (2018), na concepção de Paulo Freire, o indivíduo é um ser inacabado e necessita da educação para auxiliar no seu processo de construção da autonomia e na capacidade de tomar decisões. Segundo Ceccin (2005), as problemáticas relacionadas a saúde devem ser analisadas de maneira contextualizada para que assim seja possível descobrir as complexidades existentes e as intervenções que devem ser realizadas, para que assim possam ser trabalhadas não de forma abstrata, mas sim de forma significativa por meio da educação.
A educação sensorial da criança no método Montessori
Melo, Maiara Hubner de (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A presente pesquisa foi realizada em uma escola particular Montessoriana, localizada no extremo sul de São Paulo. O desenvolvimento do trabalho foi traçado por uma investigação qualitativa, pois busca compreender o contexto da prática realizada nesta escola, sua articulação com seus princípios teóricos e em decorrência a análise dos dados coletados. Tem por objeto central a educação montessoriana sob o enfoque do desenvolvimento sensorial da criança, tendo por eixo condutor as apropriações desses princípios teóricos na atualidade. As principais bases teóricas são de autoria de Maria Montessori, em seus livros A Pedagogia Científica (1965), A Criança (1970) e A mente absorvente (1971) e autores que auxiliam compreender esse legado, como Rosa (2017), Salomão (2018) e Araújo; Avanzini; De Araújo (2005). A pesquisa percorreu questões sobre a trajetória de Maria Montessori, sua biografia no capítulo um, dando sequência é apresentado nos capítulos dois as questões fundamentais que dão o alicerce teórico e compreendem as concepções do método Montessori; a educação pelos sentidos, prossegue tratando o desenvolvimento da criança, abordado de acordo com esses princípios. Ainda no capítulo dois é apresentado alguns materiais criados por Maria Montessori, cujo possibilita o desenvolvimento sensorial e cognitivo da criança. Dando sequência, é abordado o papel da educadora montessoriana, acrescentamos ao estudo dados sobre o funcionamento de cada sistema sensorial, para se ter maior aprofundamento da relação ao método em função do sistema biológico humano. Para o elaboração da análise foi feita a observação durante dez dias na escola particular de educação infantil que utiliza o método Montessori. Foi utilizado como instrumentos de registro da observação um caderno de campo. Buscou-se analisar a prática pedagógica a partir da observação de três grupos de crianças com idades entre 3 a 5 anos que utilizavam os materiais montessorianos e algumas adaptações de materiais criados pelas professoras. Nesse processo de coleta de dados por observação, cada atividade focava o desenvolvimento da criança através de um órgão sensorial. Para expor os dados utilizou-se a descrição por episódios, em que duas crianças são observadas utilizando o mesmo material. Finalizamos a pesquisa com a comprovação da validade do método Montessori na atualidade, embora com ressalvas a algumas transgressões nos princípios reguladores do método, compreende-se que pode haver experimentações, no entanto não poderiam romper com a estrutura do método.
Concepções de educação ambiental dos alunos de ciências biológicas de uma Universidade particular da cidade de São Paulo
Costa, Lucas Daminello (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente trabalho teve como objetivos compreender como os alunos da graduação de um curso de ciências biológicas de uma universidade particular de São Paulo – SP classificam os níveis de importância de diferentes entidades sociais diante das problemáticas ambientais e analisar se existe mudança quantitativa na atribuição destes níveis de importância entre a primeira e última etapa do curso. Tais objetivos tiveram como base o entendimento de que, há na sociedade, diferentes concepções de educação ambiental, algumas de viés critico, e outras de viés conservador. Estas concepções estão latentes no processo formativo dos alunos e certamente interferem na forma como os indivíduos percebem as problemáticas ambientais. Sendo assim, ao buscamos compreender como os alunos indicam, em ordem de importância, a responsabilidade das diferes entidades sociais perante as problemáticas, procuramos compreender quais concepções de educação ambiental, entre conservadoras e críticas, predominam nos alunos. Ao chegarmos ao nosso objetivo foi possível inferir de que modo, possivelmente, os alunos enfrentam as problemáticas ambientais, e se ocorre mudança nisto ao decorrer do curso. O procedimento metodológico para coleta e análise de dados consistiu na aplicação de cinco questões, cada qual trazendo uma problemática ambiental e, dentro da questão, quatro opções alternativas, cada uma representando uma entidade social, em que os alunos enumeraram as entidades sociais por ordem de importância na causa da problemática apresentada na questão. Sendo que as diferentes concepções, crítica e conservadora, hipoteticamente, indicam diferentes setores sociais como sendo maiores em nível de importância dentro das problemáticas, dividimos estas alternativas em dois grupos, em um grupo três alternativas representam escolhas de concepção crítica e no outro grupo uma alternativa representa a escolha de concepção conservadora. Usamos o método quantitativo, utilizando, com auxílio de gráficos, a porcentagem das escolhas para analisar a respostas e observamos que proporcionalmente houve, na maioria das questões, predominância da escolha de resposta que consideramos conservadora, tanto na etapa inicial quanto na final do curso, desta forma, não houve mudança nesta concepção ao decorrer do curso, se mantendo conservadora.
Explicações de professores da educação básica para uma situação problema em ecologia sob o olhar do pensamento sistêmico
Leme, Gustavo Mota (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
No intuito de trabalhar o ensino de ecologia de forma sistêmica, este trabalho consiste em uma contextualização histórica e social da ciência e as influências das diferentes visões desta na educação ao longo do tempo, conforme as diferentes epistemologias que deram origem ao pensamento científico. Partindo da epistemologia fenomenológica, este trabalho assume como base teórica a teoria da complexidade para analisar as concepções de docentes da educação básica. Por meio de um evento voltado à professores da educação básica, foi selecionado uma das atividades aplicadas para a elaboração deste trabalho. Na atividade em questão, os participantes responderam à uma situação problema. A partir do processo de elaboração das respostas para a proposta, foi analisado as concepções de ciência e educação dos professores, com o objetivo de analisar e interpretar as propostas dos professores, para uma situação problema em ecologia. O processo de elaboração foi gravado e analisado por meio de categorias elaboradas pelo autor, permitindo assim verificar qual o nível de complexidade das respostas, percebendo que entre os três grupos participantes, o grupo 3 (três) apresentou uma visão sistêmica que não contempla todas as categorias propostas.
Pensamento sistêmico: explicações de professores da educação básica para situação problema em fisiologia
Donegá, Letícia Gomes (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Na prática pedagógica, o modo de ensino e de aprendizagem está inseparavelmente vinculado à concepção de ensino e de conhecimento do professor. A educação é muito marcada pela abordagem tradicional que a domina, sendo desencadeadora de fragmentação e descontextualização do ensino. Uma maneira de se opor à essas práticas educacionais é por meio da mudança de concepção. Uma alternativa é o pensamento sistêmico. Caracterizado por ser contextual e favorecer a visão da totalidade, é uma alternativa para a melhoria da educação. Em vista disto, o objetivo deste trabalho é analisar e interpretar características da complexidade nas propostas dos professores para uma situação problema em fisiologia. Para a coleta de dados, aplicou-se uma situação-problema de fisiologia à um grupo de professores. Com os dados registrados, a análise se baseou na caracterização de trechos das respostas. Foram usadas três conjuntos de características: Multidisciplinaridade Inerente (MI), Trajetória (T) e Não-isolamento (NI). Os principais resultados foram a caracterização de dois trechos apresentando MI, T e NI, a maioria dos trechos apresentaram MI e NI e apenas um com a combinação T e NI. Acredita-se que a contribuição principal deste trabalho vem com o método de caracterização. Este tenta se aproximar da teoria, priorizando a coerência de uma análise que considera o todo. A importância de identificar trechos com características sistêmicas nas falas dos professores, é entender que essa visão de mundo não está fora de nosso alcance, sendo assim, é possível incorporar esse pensamento mais amplo nas práticas escolares como veículo de aprendizagem e construção do conhecimento.
Análise da representividade étnico racial a partir de imagens didáticas de livros de biologia
Neres, Potira Caruana Rocha (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Introdução: O racismo é um sistema de opressão que tem o desígnio de abdicar direitos de um grupo, alienando-o de diversos aspectos na sociedade. Neste contexto, o ambiente escolar pode sofrer com interferências desta opressão, promovendo um ensino que não abrange questões raciais ao excluir ou minimizar a representatividade de pessoas negras. Apesar de políticas públicas intervirem como uma ação inclusiva para pessoas negras, um longo caminho de lutas e conquistas ainda é preciso ser percorrido para que a representatividade entre negros e brancos alcance igualdade, principalmente quando se trata da representação em áreas científicas, geralmente protagonizadas por brancos. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi avaliar a representatividade da população negra em livros didáticos de biologia. Para tal, foram avaliadas duas coleções, com 3 livros didáticos cada, aprovadas pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). As imagens foram quantificadas conforme uma classificação pré elaborada. Foi constatado que a representatividade branca se sobressai sobre a negra em ambas as coleções, apesar da coleção 2 ter o dobro de figuras com pessoas negras. A única categoria que os negros estão representados em equidade foi na “esportistas”, porém não necessariamente significa algo positivo, já que os negros são exaltados para seguirem carreiras no esporte como uma das alternativas de se ter um crescimento social de forma lícita. Conclusão: A analise as coleções demonstram estar longe de uma educação inclusiva, alguns estereótipos são reforçados e a falta de imagens representativas positivas é um grande déficit.
Sala de aula: estratégia de aprendizagem relacionada a produção de consumo de produtos sintéticos
Pantaleon, Lorena de Paula (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com o crescimento populacional, passou-se a ter uma demanda de diversos recursos, então foram criados produtos que pudessem substituir a matéria-prima natural de forma rápida e com baixo custo, os produtos artificiais e sintéticos. Porém, o acúmulo desses materiais, principalmente o plástico, se tornou a principal problemática ambiental dos últimos anos. Isso acontece, pois, por não apresentarem uma origem natural, ou seja, são produtos com algum tipo de modificação de origem humana na sua estrutura básica, diferente da encontrada na natureza, não sofrem a ação de decompositores, resultando no acúmulo de milhões de toneladas desses materiais. O fator educacional é um dos grandes contribuintes, perdendo apenas para o econômico, considerando que vem sendo trabalhado de forma fragmentada, memorística e descontextualizada. Sendo assim, novas estratégias de ensino e de aprendizagem poderiam conscientizar os alunos sobre esses fatos. Para isso, alguns autores sugerem que o processo de ensino e de aprendizagem deve superar e ir além das metodologias já estabelecidas, então eles propõem uma fenomenologia, que não é linear, e que contempla o todo e sua complexidade e inclui o observador, mudando completamente a perspectiva de ciência e a ideia de aprendizagem, a chamada Teoria da Complexidade, uma epistemologia comparada que contempla a matéria, a vida e a inteligência, possibilitando a construção do conhecimento por uma outra forma. Com base nisso, este trabalho teve como objetivo analisar as consequências da produção e consumo de produtos sintéticos e propostas de intervenção sob perspectiva de estudantes do Ensino Fundamental II de uma escola pública. A atividade aplicada teve como base uma problemática real de uma empresa brasileira em que os alunos deveriam escrever uma carta para ela dizendo quais os impactos ambientais que causa no meio ambiente e indicar uma proposta de solução. Com base nas produções dos alunos foi possível analisar que quase metade deles entenderam que produtos sintéticos são problemáticos, porque não sofrem ação de decompositores, e quase 75% deles propuseram soluções viáveis e ecológicas para tentar reverter este quadro, demonstrando a eficácia da atividade. Porém, ela pode ser melhorada caso a escola tenha recursos tecnológicos ou outros materiais de consulta, como livros e/ ou revistas científicas, para que os alunos possam fazer suas próprias pesquisas.
Educomunicação no ensino médio: uma vivência na abordagem de temáticas socioambientais
Fiorin, Karen Mattoso Pereira (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente estudo teve como objetivo aplicar as perspectivas da Educação Ambiental e da Educomunicação, que, em comum, visam a uma educação democrática, formadora de indivíduos autônomos e que ajam criticamente na sociedade. Para tanto, foi realizado um programa de rádio com estudantes do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professor Silvio Xavier Antunes, a partir da metodologia Cala-boca já morreu, descrita por Lima (2009). Essa metodologia traz a possibilidade de desencadear processos de autoria através da produção de comunicação, permitindo uma ressignificação das histórias pessoais e coletivas. Durante o processo, os estudantes apresentaram características presentes na perspectiva da educação tradicional, entretanto, com a intervenção dos mediadores e os diálogos estabelecidos entre educadores-educandos e educando-educando, o processo foi se aproximando, a cada etapa, da perspectiva de uma educação libertadora. Com isso, foi possível notar a contribuição da Educomunicação para o desenvolvimento de Educação Ambiental crítica, sensibilizando o olhar dos educandos perante as questões socioambientais, além de fortalecer a relação entre os mediadores e estudantes.
Uso de animais no ensino de ciências: uma revisão da literatura
Ferreira, Yuri Otero (2020-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O ser humano explora os recursos naturais há anos, e os recursos animais não são diferentes. Muitas áreas de ciências e da saúde utilizam animais vivos para vários experimentos, desde estudos científicos até aulas práticas de laboratório. Entretanto, nos últimos anos o debate sobre a ética e o bem-estar animal vem se tornando cada vez mais prevalente, com escritores como Peter Singer e Tom Regan defendendo que os animais merecem as mesmas considerações éticas que os seres humanos. Esse movimento levou a criação de leis no mundo inteiro, e no Brasil, para assegurar os direitos dos animais, a fundação de comitês de ética para regulamentar as atividades das universidades e a criação de diversos métodos para a substituição dos animais na ciência e principalmente na educação. Mas mesmo com todas essas mudanças, como os profissionais das áreas de ciências e da saúde reagiram? E os alunos? E os novos métodos são tão eficazes quanto os tradicionais? O presente trabalho realiza uma revisão da literatura sobre o uso de animais em aulas práticas, observando principalmente a eficácia dos métodos alternativos, a ações tomadas por universidades e a opinião de alunos e professores sobre o tema. Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de recursos digitais, procurando pelos trabalhos mais relevantes sobre o tema. Com base nos trabalhos encontrados, é possível concluir que os métodos alternativos são tão eficazes quanto os tradicionais, apresentando mais benefícios além da redução do sofrimento animal. Também foi possível concluir que muitos alunos e professores não sabem da existência destes métodos, contudo os comitês de ética de diversas universidades estão trabalhando para divulgar esses métodos e a importância da ética animal.
Considerações sobre a pesquisa ecotoxicológica marinha no Brasil: organismos-teste e substâncias testadas
Coelho, Fernanda Duarte Borges (2020-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com o aumento acelerado do nível de poluentes emitidos pelos seres humanos nas últimas décadas, a poluição marinha se faz cada vez mais presente. Relacionada com o modo com que o desenvolvimento urbano e industrial vem impactando o ambiente marinhos, a Ecotoxicologia Marinha é uma ciência que tem como principal objetivo avaliar o potencial de contaminação dessas substâncias que chegam aos oceanos por meio de despejo de lixo industrial, hospitalar, derramamento de petróleo etc. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento bibliográfico de pesquisas sobre Ecotoxicologia Marinha no Brasil, a fim de revelar quais são os tipos de organismos-teste mais utilizados nos testes ecotoxicológicos. O trabalho foi realizado por meio de revisão bibliográfica com publicações das últimas duas décadas (2000-2020) de diferentes plataformas. Foram selecionados 30 artigos que envolveram 35 grupos diferentes de animais, sendo os crustáceos anfípodas Leptocheirus plumulosus, Tiburonella viscana, Gammarus pseudolimnaeus, Gammarus pulex e Parhyale hawaiensis, os mais utilizados nos bioensaios. Segundo a literatura, os crustáceos apresentam melhor desempenho em bioensaios por exibir alta sensibilidade às substâncias químicas, por sua posição nas cadeias tróficas, por sua disponibilidade no ecossistema e por seu fácil manejo e adaptabilidade em condições laboratoriais. Pôde-se concluir que as informações obtidas por pesquisas em Ecotoxicologia Marinha evidenciam a importância de se conhecer os efeitos nos organismos marinhos expostos a substâncias tóxicas, e estes resultados com certeza serão referências para o gerenciamento ambiental, no que diz respeito às políticas ambientais, fiscalização de despejo de contaminantes em áreas costeiras e preservação de corpos hídricos.
Aprendizagem numa perspectiva reflexiva e transformadora em um curso de Ciências Biológicas: evidências do processo
Santos, Gabriele Antunes (2022)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A relação entre o ensinar e o aprender podem apresentar diferentes evidências neste processo, se os alunos conseguiram aprender e em qual nível de reflexão de aprendizagem podem se encontrar, e assim, permitir avaliar e desenvolver os conhecimentos. E, para isso, visando uma aprendizagem transformadora, ou seja, com uma abordagem mais reflexiva e crítica, holística, interativa e construtiva que agrega pontos de vistas e hábitos de mente para a formação de quadros de referência, das identidades, autonomias e percepções dos alunos, o presente estudo teve como objetivo identificar e analisar possíveis indícios de aprendizagem transformadora. Para tanto, foram analisadas oito aulas gravadas de uma disciplina da quinta etapa do curso de Ciências Biológicas, selecionado as falas de três alunas e elaborado três quadros em formato de rubricas de avaliação consolidadas como ferramenta para avaliar em que nível de aprendizagem cada uma das alunas se encontram, por meio de um processo crítico e reflexivo (ANDRADE, 2000). Utilizando-se nestes quadros, os níveis de reflexão de aprendizagem propostos por Kember et al. (2008) e os parâmetros de competência de reflexão crítica e de comunicação estabelecidos por Peet (2020), assim como das referências abordadas sobre aprendizagem transformadora segundo Mezirow (1997). Com isso, a partir da análise das falas segundo o referencial e de acordo com os quatro quadros quantitativos construídos a partir dos resultados, pode-se compreender que as três alunas se encontram predominantemente no nível de Reflexão e no parâmetro de Exposição ou Pouco e também no parâmetro de Integração ou Mais ou Menos. Portanto, as alunas neste estudo puderam-se caracterizar de modo geral em um quadro mais reflexivo, relacionando com suas experiências pessoais e construindo uma aprendizagem mais significativa. Duas alunas se aproximaram mais da linha de aprendizagem transformadora, que seria na categoria de Reflexão Crítica e Transformação ou Muito, mas ainda quantitativamente, o maior número de respostas foi no nível de Reflexão, já que em suas falas ainda não haviam transformado de fato suas perspectivas, pensamentos, crenças, valores e conceitos antigos. O estudo revela que foi possível identificar e analisar evidências de aprendizagem num nível mais reflexivo, e que houve poucos indícios de aprendizagem transformadora.
Autismo em mulheres: as diferenças entre os gêneros na manifestação do Transtorno do Espectro Autista: uma revisão narrativa
Moreira, Bruna (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta incidência 4x maior em homens do que em mulheres. Diversas pesquisas sugerem que essa proporção pode ser fruto da diferença na manifestação dos sintomas por parte das meninas com TEA. As garotas podem camuflar seus traços autistas ou apresentá-los de forma diferente da esperada. Nesta revisão narrativa, abordaremos como os gêneros podem exibir diferenças entre si na apresentação de prejuízos de socialização e comportamentos repetitivos e restritos. Além disso, levanta-se a hipótese de que testes diagnósticos padrão-ouro podem estar deixando de identificar as meninas com TEA, já que foram construídos a partir de sujeitos masculinos. Se essa hipótese for verdadeira, o subdiagnóstico poderia causar consequências negativas na saúde mental de indivíduos que descobrem o distúrbio na vida adulta. As expectativas sociais, por sua vez, impactam na identificação do transtorno, pois professores, cuidadores e pesquisadores podem apresentar um viés sobre como o distúrbio se desenvolve, deixando de perceber as meninas com TEA. Por outro lado, estudos que sugerem que as mulheres com TEA são inerentemente diferentes dos homens, também serão abordados, como o efeito protetor feminino e a teoria do cérebro masculino extremo. Esta revisão narrativa foi realizada a partir de busca no banco de dados PubMed e utilização de referências bibliográficas dos artigos encontrados. Duas hipóteses opostas se destacaram entre os resultados, a de que diversas meninas com TEA não estão recebendo diagnósticos e a de que garotos são naturalmente mais propensos a desenvolver TEA.
O profissional biólogo em aeroportos: como gerenciar o risco de fauna e reduzir colisões entre aves e aeronaves
Araújo, Bruna de Castro Silva (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O gerenciamento do risco de fauna se refere às atividades realizadas por operadores de aeródromos e por profissionais biólogos, numa sequência de etapas, compostas por tarefas variadas e procedimentos técnicos específicos, com base em regulamentos e informações obtidas com a identificação das espécies que colidem com aeronaves em aeroportos. O objetivo primário desta pesquisa foi mostrar o papel do biólogo no gerenciamento do risco de fauna em aeroportos, e secundariamente trabalhar os dados de colisões entre aeronaves e a fauna em aeroportos brasileiros, em especial, sobre o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Foi aplicado um questionário para buscar entender sobre as tarefas executadas pelo biólogo, além das suas qualidades, condições da sua atuação e outros aspectos atribuídos ao trabalho nessa área. Em complemento, foram analisados os dados disponíveis pelo Sistema de Gerenciamento do Risco Aviário, que mostrou as aves como principal grupo de animais envolvido nas colisões com aeronaves. As espécies Quero-quero (Vanellus chilensis), Carcará (Caracara plancus), Corujaburaqueira (Athene cunicularia), Urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus) e Corucão (Chordeiles nacunda) compunham as maiores frequências de colisões entre aves e aeronaves nos aeroportos brasileiros, enquanto que os aeroportos com maiores frequências de colisão com espécies identificadas foram o Presidente Juscelino Kubitschek (Distrito Federal -Brasília, GO), o Deputado Luís Eduardo Magalhães (Salvador, BA), o Afonso Pena (São José dos Pinhais, PR), o Salgado Filho (Porto Alegre, RS) e o Governador André Franco Montoro (Guarulhos, SP). Os aeroportos que apresentaram frequências maiores de colisões foram aqueles que possuíam elevado número de movimentações aéreas e de passageiros em operações comerciais, ao passo que aeródromos privados e militares tinham menos movimentações de aeronaves e possuíam frequências de colisão menores. O aeroporto Governador André Franco Montoro foi escolhido para um exame das características físicas e ambientais que favorecem a atração das principais espécies de aves envolvidas nas colisões nesse local. As espécies Carcará, Queroquero, Urubu-de-cabeça-preta, Andorinha-pequena-de-casa (Pygochelidon cyanoleuca) e Coruja-de-igreja (Tyto furcata) evidenciaram ser espécies que costumam habitar áreas de campo, sendo atraídas pelas pistas de pouso e decolagem do aeroporto, e serem adaptadas para a vida em áreas urbanas. Em conclusão, o biólogo usa conhecimentos sobre os hábitos de vida e os comportamentos das espécies da fauna para distinguir os atrativos localizados no ambiente aeroportuário e direcionar esforços na aplicação de metodologias adequadas, visando minimizar os riscos oferecidos pela fauna às operações aéreas.
Avaliação da atividade das moléculas derivadas de aroilacetonitrila contra a bactéria Pseudomonas aeruginosa
Araujo, Elis da Silva (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A bactéria Pseudomonas aeruginosa considerada importante causadora de ampla resistência bacteriana devido a aspectos intrínsecos e extrínsecos, natural e adquirido, quando exposta a uma variedade de fármacos atualmente utilizada mediante o tratamento contra a ação da bactéria. Um problema de saúde pública que atinge a esfera global, pois há dados que demonstram altas taxas de morbidade e mortalidade associadas à infecção por P. aeruginosa. O que impulsiona novas pesquisas no desenvolvimento de novos fármacos examinando a potencialidade das novas drogas contra o microrganismo. O objetivo do presente trabalho foi verificar a potencialidades de novas moléculas derivados de aroilacetonitrila AQ 1+2, NEG 4, NEG 1+2, NEG 3, NEG 5, NEG 511 e NEG 512 com ação específica em P. aeruginosa provenientes de banco de cepas diferentes do ano 2017 e 2018. Foram realizados testes de sensibilidade microbiana com as moléculas nas concentrações de 10μg/ml, 5μg/ml, 2,5μg/ml, 1,25μg/ml e 0,75μg/ml e os resultados demonstraram que as moléculas AQ 1+2, NEG 3, NEG 4, NEG 1+2 e NEG 5 em todas as concentrações testadas não consegue impedir o crescimento bacteriano. Contudo a molécula NEG 511 nas concentrações de 10μg/ml e 5μg/ml obteve resultados satisfatórios inibindo o crescimento bacteriano e a molécula NEG 512 na concentração de 10μg/ml conseguiu impedir o crescimento da bactéria e na concentração de 5μg/ml os resultados analisados mostraram que a molécula consegue inibir o crescimento da bactéria oriunda do banco de cepa 2017, porém o resultado obtido com a bactéria proveniente do banco de cepa 2018 ocorre o seu desenvolvimento. Esse resultado demonstra uma mudança na expressão gênica do DNA bacteriano por ter sido extraída de locais diferentes. O presente trabalho demonstrou a relevância da pesquisa na área de resistência bacteriana, na criação de novas condutas terapêuticas e aprimoramento da tecnologia com a finalidade de minimizar esse problema de Saúde Pública.
Ensino de biologia para alunos surdos como prática emancipatória e remoção de barreiras atitudinais: uma análise da produção acadêmica dos anos de 2013 a 2022
Souza, Thiago Cardoso de (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A inclusão social tem sido foco de inúmeras discussões e pesquisas nos últimos tempos, podendo ser trabalhada na perspectiva de diferentes grupos, sejam eles caracterizados por sexo, raça, origem étnica, poder econômico, religião ou deficiências. No caso dos deficientes, os debates sobre a sua inclusão podem ser considerados recentes, porém a construção das noções a respeito desse grupo se inicia desde o século XVIII, sendo elas baseadas em misticismos e ocultismos, e influenciando diretamente na invisibilidade desse grupo nos espaços sociais. Considera-se esse cenário como influência direta em como esses grupos são vistos nos dias de hoje, o preconceito e marginalização que sofrem, além das barreiras atitudinais interpostas nas relações com outras pessoas, o que no caso específico das pessoas surdas, associado à sua dificuldade de comunicação, pode dificultar sua interação com o mundo. Nesse sentido, entendendo o ensino de biologia como uma ferramenta que auxilia a desenvolver a alfabetização científica, formando indivíduos sensíveis e conscientes de seu próprio papel na sociedade, o presente trabalho procurou analisar singularidades do ensino de Biologia no contexto da educação de alunos surdos e, deste modo, buscou também identificar temas dentro da biologia que favoreçam a remoção de barreiras atitudinais e preconceitos. Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa, a partir da análise comparativa e categórica de 20 produções sobre o ensino de biologia para alunos surdos e ao todo foi possível encontrar sete categorias: “metodologia de ensino”, “educação inclusiva”, “libras”, “criação de materiais didáticos”, “ensino-aprendizagem de alunos surdos”, “serviços de apoio interno” e “formação de professores”, as quais demonstram a ausência de pesquisas que direcionem o ensino de biologia à quebra de barreiras atitudinais e preconceitos, mas que ao mesmo tempo se preocupam com novas práticas e metodologias de ensino em biologia para alunos surdos.

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