Ciências Biológicas - TCC - CCBS Higienópolis

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Abordagens de educação ambiental em documentários: uma análise reflexiva das concepções conservadora e crítica
Scarabotto, Beatriz Penha (2023)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Considerando que, apesar do crescimento no número de produções audiovisuais de viés ambientalista e da maior importância que tem sido dada à educação ambiental dentro e fora da sala de aula, os problemas socioambientais não parecem estar diminuindo, este trabalho consiste na análise de dois documentários, “Uma verdade Inconveniente” (2006) e “Esqueça Banhos Mais Curtos” (2015), que abordam o mesmo tema de maneiras divergentes. Pretendeu-se proporcionar uma compreensão das nuances de duas concepções de educação ambiental, a conservadora e a crítica, por meio da comparação entre esses dois documentários, evidenciando como diferentes abordagens de educação moldam e influenciam o tipo de discurso ambientalista adotado por cada um. Revisitando os conceitos de aprendizagem significativa, reflexão e diálogo, percebeu-se que “Uma Verdade Inconveniente” culpabiliza o indivíduo, em detrimento da culpabilização do sistema sociopolítico, enquanto “Esqueça Banhos Mais Curtos” deposita a responsabilidade não em atitudes individuais, mas no sistema socioeconômico vigente e, portanto, um deles se aproximaria mais de uma EA crítica, enquanto o outro representaria a visão da EA conservadora.
Analisando a visão de um grupo de alunos de ciências biológicas a respeito da história da ciência e do modelo da molécula de DNA
Silva, Hannah Stella Macario Cipriano Lourenço e (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Ao abordar a respeito da história, podemos definir como um estudo histórico, sobre o processo de desenvolvimento em um trabalho científico, visto que a ciência é resultado de um produto extremamente complexo, mostrando não apenas o resultado final, mas a construção da ciência, suas tentativas e erros. No entanto, quando apresentamos aos alunos, o processo de formação de conceitos, teorias, modelos ou hipóteses na história da ciência, alguns problemas são encontrados, pois o estudante acaba formando uma visão distorcida das ideias dos cientistas antigos, valorizando apenas os conhecimentos científicos aceitos atualmente e desprezando os conhecimentos antigos, formando uma visão equivocada do cientista que pensavam exatamente o que se aceita hoje, apresentam dificuldade de compreender os conceitos científicos atuais e não desenvolvem um espírito crítico e reflexivo, portanto o objetivo desta presente pesquisa é analisar a visão que os educandos de primeira e oitava etapas de ciências biológicas de uma Universidade particular da cidade de São Paulo, acerca da neutralidade da ciência e verificar suas concepções a respeito da construção do modelo representa a molécula de DNA atualmente. A coleta do material realizou-se por meio de um levantamento de conhecimentos prévios, com quatro perguntas para os alunos responderem verdadeiro ou falso e justificaram em ambos os casos e, na elaboração de dois desafios, com base na foto 51, em que os alunos deveriam olhar para a imagem e descrevê-la no primeiro desafio, em seguida propor um modelo tridimensional no segundo desafio. Os resultados obtidos no levantamento de conhecimentos prévios foram que na 1ª etapa 38 alunos responderam, que as descrições, relatos e observações serão diferentes e na 8ª etapa 7 estudantes responderam que as descrição, resultados, pessoas, observações e perspectivas são diferentes, dando sequência, após a atividade dos desafios, quando perguntaram aos discentes quem são os cientistas que propuseram o modelo de DNA aceito até hoje, na 1ª etapa o aluno 20 disse Watson e Crick, na 8ª etapa o aluno 4 indagou Watson e Crick, portanto a maioria dos alunos da 1ª etapa e, os estudantes na 8ª etapa, mostram ter uma visão de que a ciência não é neutra, no entanto, desconhecem a história da construção do modelo de DNA, a cientista Rosalind Franklin e seu trabalho com a foto 51 ou os discentes apenas não conseguiram associar a imagem ao modelo.
Aprendizagem numa perspectiva reflexiva e transformadora em um curso de Ciências Biológicas: evidências do processo
Santos, Gabriele Antunes (2022)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A relação entre o ensinar e o aprender podem apresentar diferentes evidências neste processo, se os alunos conseguiram aprender e em qual nível de reflexão de aprendizagem podem se encontrar, e assim, permitir avaliar e desenvolver os conhecimentos. E, para isso, visando uma aprendizagem transformadora, ou seja, com uma abordagem mais reflexiva e crítica, holística, interativa e construtiva que agrega pontos de vistas e hábitos de mente para a formação de quadros de referência, das identidades, autonomias e percepções dos alunos, o presente estudo teve como objetivo identificar e analisar possíveis indícios de aprendizagem transformadora. Para tanto, foram analisadas oito aulas gravadas de uma disciplina da quinta etapa do curso de Ciências Biológicas, selecionado as falas de três alunas e elaborado três quadros em formato de rubricas de avaliação consolidadas como ferramenta para avaliar em que nível de aprendizagem cada uma das alunas se encontram, por meio de um processo crítico e reflexivo (ANDRADE, 2000). Utilizando-se nestes quadros, os níveis de reflexão de aprendizagem propostos por Kember et al. (2008) e os parâmetros de competência de reflexão crítica e de comunicação estabelecidos por Peet (2020), assim como das referências abordadas sobre aprendizagem transformadora segundo Mezirow (1997). Com isso, a partir da análise das falas segundo o referencial e de acordo com os quatro quadros quantitativos construídos a partir dos resultados, pode-se compreender que as três alunas se encontram predominantemente no nível de Reflexão e no parâmetro de Exposição ou Pouco e também no parâmetro de Integração ou Mais ou Menos. Portanto, as alunas neste estudo puderam-se caracterizar de modo geral em um quadro mais reflexivo, relacionando com suas experiências pessoais e construindo uma aprendizagem mais significativa. Duas alunas se aproximaram mais da linha de aprendizagem transformadora, que seria na categoria de Reflexão Crítica e Transformação ou Muito, mas ainda quantitativamente, o maior número de respostas foi no nível de Reflexão, já que em suas falas ainda não haviam transformado de fato suas perspectivas, pensamentos, crenças, valores e conceitos antigos. O estudo revela que foi possível identificar e analisar evidências de aprendizagem num nível mais reflexivo, e que houve poucos indícios de aprendizagem transformadora.
Classificação e identificação botânica no ensino secundário público: análise crítica
Oliver, Rodrigo Monteiro (2022-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente trabalho aborda como tema a classificação e identificação botânica em uma escola estadual na zona norte da cidade de São Paulo a partir de uma sequência de aulas. O objetivo do estudo foi analisar a percepção dos alunos frente aos processos taxonômicos e sua importância para além da Biologia. O método aplicado baseou-se em utilizar elementos do dia a dia de cada aluno para torná-los sujeitos ativos da construção do conhecimento, a partir de discussões realizadas em sala. Assim, ao final da sequência, os estudantes seriam capazes de utilizar seus próprios critérios classificatórios, criando chaves de identificação de espécies vegetais como produto final de sua aprendizagem. Com os resultados obtidos neste estudo, foi possível analisar a possibilidade de como melhorar o entendimento dos alunos acerca do tema, como também, ressaltar a importância da aprendizagem significativa nas escolas de nível médio, relacionando o conteúdo aprendido com a realidade dos discentes. Portanto, a abordagem empregada no estudo possibilitou que o conteúdo apresentado ficasse mais acessível para os alunos bem como o maior contato destes com o meio científico. Ademais, este trabalho tem potencial para motivar outros docentes que visam a diversificação do aprendizado.
Concepções de alunos de um curso de formação de biólogos e professores de biologia sobre a evolução biológica e seus mecanismos geradores
Fiadi, Érica (2023-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A Evolução das Espécies é um tema central em ciências biológicas. Criada na década de 1850 (CARMO; MARTINS, 2006), a teoria evolucionista vem sofrendo modificações, conforme surgem novas evidências e conforme diferentes estudiosos se debruçam sobre o assunto, reinterpretando a forma como seres vivos e não vivos se relacionam e se transformam ao longo das gerações. Dessa forma, coexistem diversas teorias, decorrentes de diferentes interpretações e baseando-se em evidências mais ou menos recentes. A falta de consenso em relação às concepções evolutivas é facilmente observável no meio acadêmico. Além disso, supõe-se que visões contraditórias e erros conceituais acerca da evolução permeiem, inclusive, cursos universitários de formação de biólogos e professores de biologia. Este trabalho se ocupou em conhecer e analisar as concepções de alunos de um curso de Ciências Biológicas (bacharelado e licenciatura) de uma universidade em São Paulo acerca da Evolução Biológica e seus mecanismos geradores. Para tal, foi organizado um questionário estruturado, respondido por 24 alunos do curso e contendo cinco perguntas que buscavam explicitar as concepções acerca de evolução, o papel do ambiente nesse processo, adaptação etc. Analisando as respostas, percebeu-se que os alunos, de forma geral, não dispõem de clareza acerca de como surgiram as diferentes espécies hoje conhecidas, como se dá a relação meio-indivíduo, o significado de adaptação e que o conceito de espécie é uma construção humana. Além disso, metade dos alunos exprimiram uma visão mecanicista da evolução, com o meio selecionando características e ditando a sobrevivência dos indivíduos. Conclui-se, portanto, que é necessário reavaliar a forma como os conteúdos ligados à Evolução Biológica são ensinados na graduação, já que os alunos nos semestres finais do curso ainda não apresentam uma visão sistêmica, complexa e multifatorial da evolução e seus mecanismos geradores. Sendo os entrevistados componentes da próxima geração de biólogos e professores de Biologia, é preocupante que carreguem consigo essas concepções, que podem ser apresentadas a seus futuros alunos, perpetuando assim a problemática em questão.
Concepções de docentes do município de São Paulo sobre as diferenças entre os conceitos de sexo e gênero
Costa, Íris Moro (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A sexualidade é um assunto estudado por várias áreas do conhecimento, sabendo disso, o presente trabalho teve como objetivo investigar e analisar as concepções de docentes do Município de São Paulo sobre as diferenças entre os conceitos de sexo e gênero. Visto que seu ensino é componente curricular de Ciências, para a coleta de dados, elaborou-se um questionário a partir de um Formulário Google destinado a professores formados em Ciências Biológicas, atuantes no Ensino Fundamental II e Médio, que foi divulgado em grupos de docentes do Município de São Paulo na plataforma de comunicação Facebook. Diante de suas respostas, observou-se que a maior parte dos professores não consideram a existência de pessoas intersexo e, consequentemente, não consideram a não binaridade e a não correspondência entre os sexos, entre os gêneros e entre as orientações sexuais, sendo necessário investir-se na formação inicial e continuada de docentes acerca do ensino de sexualidade, de modo interdisciplinar e em forma de debate, pois como ainda não se chegou a um consenso entre os conceitos de sexo e gênero, sua abordagem não pode ser dada de maneira imposta, como um tema sem discussão. Principalmente quando se trata de uma temática de extrema importância para a autopercepção dos discentes.
Concepções de educação ambiental dos alunos de ciências biológicas de uma Universidade particular da cidade de São Paulo
Costa, Lucas Daminello (2019-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente trabalho teve como objetivos compreender como os alunos da graduação de um curso de ciências biológicas de uma universidade particular de São Paulo – SP classificam os níveis de importância de diferentes entidades sociais diante das problemáticas ambientais e analisar se existe mudança quantitativa na atribuição destes níveis de importância entre a primeira e última etapa do curso. Tais objetivos tiveram como base o entendimento de que, há na sociedade, diferentes concepções de educação ambiental, algumas de viés critico, e outras de viés conservador. Estas concepções estão latentes no processo formativo dos alunos e certamente interferem na forma como os indivíduos percebem as problemáticas ambientais. Sendo assim, ao buscamos compreender como os alunos indicam, em ordem de importância, a responsabilidade das diferes entidades sociais perante as problemáticas, procuramos compreender quais concepções de educação ambiental, entre conservadoras e críticas, predominam nos alunos. Ao chegarmos ao nosso objetivo foi possível inferir de que modo, possivelmente, os alunos enfrentam as problemáticas ambientais, e se ocorre mudança nisto ao decorrer do curso. O procedimento metodológico para coleta e análise de dados consistiu na aplicação de cinco questões, cada qual trazendo uma problemática ambiental e, dentro da questão, quatro opções alternativas, cada uma representando uma entidade social, em que os alunos enumeraram as entidades sociais por ordem de importância na causa da problemática apresentada na questão. Sendo que as diferentes concepções, crítica e conservadora, hipoteticamente, indicam diferentes setores sociais como sendo maiores em nível de importância dentro das problemáticas, dividimos estas alternativas em dois grupos, em um grupo três alternativas representam escolhas de concepção crítica e no outro grupo uma alternativa representa a escolha de concepção conservadora. Usamos o método quantitativo, utilizando, com auxílio de gráficos, a porcentagem das escolhas para analisar a respostas e observamos que proporcionalmente houve, na maioria das questões, predominância da escolha de resposta que consideramos conservadora, tanto na etapa inicial quanto na final do curso, desta forma, não houve mudança nesta concepção ao decorrer do curso, se mantendo conservadora.
Concepções de ensino e de aprendizagem de professoras de ciências do ensino público
Oliveira, Renata Morais (2019)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Sabe-se que há presente na educação muitas perspectivas e abordagens de ensino e de aprendizagem - dentre elas a tradicional que tem sido fortemente criticada pelos docentes ultimamente, mas ainda muito utilizada em suas práticas. Essa crítica se dá devido ao fato de uma abordagem tradicional apresentar de modo geral uma relação vertical entre educador e educando - na qual os professores são considerados transmissores do conhecimento e os alunos receptores - não sendo considerado a presença de seus conhecimentos prévios e bagagem hereditária sobre determinado assunto. Isso gera uma reprodução do conhecimento, que não é e nem pode ser considerada aprendizagem, já que o aluno não o constrói e sim apenas o memoriza para eventual reprodução. Portanto, visa-se por meio deste trabalho reconhecer as concepções de ensino e de aprendizagem declaradas pelas professoras de Ciências entrevistadas e compará-las com sua prática. Acredita-se na importância de conhecer as principais abordagens e concepções destas professoras de Ciências de rede pública de São Paulo, para buscar compreender as limitações e dificuldades envolvidas ao se aplicar as aulas e propor atividades que fujam desta concepção tradicional. Além disso, esse diagnóstico traz o propósito de verificar a coerência destas professoras entre seus discursos e práticas em sala de aula. Isso se deu por meio da seleção destas duas professoras ex-alunas da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) que foram posteriormente acompanhadas em uma determinada sequência de aulas; passaram por uma entrevista com perguntas semiestruturadas que foram transcritas de forma literal, e posterior análise e categorização de eventos e falas acompanhadas pelas mesmas. Os resultados deste trabalho apontaram que, de maneira geral as professoras em questão - apesar de possuírem as limitações do ambiente, da sociedade, das relações com os alunos e influências sobre estes - apresentam práticas que fogem da tradicional e trazem em seus discursos que buscam por meio de suas aulas a formação de um aluno crítico, reflexivo e consciente em uma sociedade opressora.
Desafios dos professores na implementação do ensino fundamental I com foco no ensino investigativo de ciências de um colégio privado de São Paulo
Varago, Stefany de Menezes Stoianov (2023-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O ensino investigativo impulsiona o aluno para construir o seu próprio conhecimento a partir de suas vivências e envolve os alunos ativamente no processo de aprendizagem. A investigação promove a construção de conhecimentos, estimula o pensamento crítico e a criatividade, sendo que os professores desempenham um papel de mediadores, fornecendo orientação e apoio aos alunos ao longo do processo. Considerando que a implementação de um ensino é um desafio, uma vez que há complexidades que surgem após o início das aulas, o presente trabalho tem como objetivo investigar como é o processo da implementação do Ensino Fundamental I com foco em Ciências, analisando como os professores polivalentes lidam com o processo de ensino, a fim de compreender os desafios do ensino com estratégias investigativas. Para investigação dos objetivos do nosso trabalho foram realizadas entrevistas com os professores nas turmas do 4º ano do Ensino Fundamental I em um colégio particular da Zona Sul de São Paulo. Foi possível observar que a implementação em Ciências é complexa, sendo que de modo geral, possui pontos que podem ser revistos e aprimorados, mas que efetivamente, os alunos são estimulados à investigação e a construção de conhecimentos, o que proporciona aos alunos momentos de reflexão. Com a realização das entrevistas, foi possível observar como é necessário o estudo voltado aos professores polivalentes, uma vez que, como citado pelas entrevistadas, o ensino de Ciências possui ampliações, sendo um desafio pensando na formação das professoras.
Evolução biológica no contexto educacional: dificuldades encontradas no ensino e aprendizagem do tema: uma revisão da literatua
Pauli, Laura Ragazzi (2023)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A Biologia é a área da ciência que se dedica ao estudo da vida, dos seres vivos e da interação entre eles e também com o meio ambiente. Apesar de parecer natural a existência desse campo, ele se consolidou somente na segunda metade do século XIX, e passou a ser a ensinado nas escolas ainda mais tarde, em meados do século XX. A consolidação da Biologia se deu após a proposição da Teoria da Evolução, por Darwin e Wallace, que responderam de maneira efetiva questionamentos misteriosos feito pelos humanos desde os primórdios da espécie: qual a origem das espécies? Essa teoria quebrou paradigmas enraizados em várias sociedades até o século XVIII, e propunha que os seres vivos se transformam incessantemente por estarem em constante e infindável interação com o meio em que vivem. A Teoria da Evolução integra diversas áreas de estudo que eram exploradas separadamente até então, e ela acabou por consolidar, um pouco mais tarde, a Biologia, representando o seu paradigma. Assim, a evolução biológica é considerada o eixo integrador e orientador da Biologia. No contexto educacional, o ensino e aprendizagem do tema propiciam o desenvolvimento de várias competências e habilidades fundamentais para a atualidade, tornando-se indispensáveis no cenário escolar. Contudo, a evolução biológica recebe uma relevância, tempo e espaço diminutos nos currículos e nas salas de aula, além de ser permeada por múltiplas confusões e dificuldades conceituais, tanto no ensino, pelos docentes, quanto na aprendizagem, pelos alunos, fazendo com que informações e concepções distorcidas acerca desse tema sejam perpetuadas. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo principal identificar, elencar e analisar os principais motivos de dificuldades enfrentadas pelo ensino e pela aprendizagem da teoria da evolução biológica no contexto escolar. Como resultados, foram identificados múltiplos impasses, como abordagem de ensino, aspectos curriculares, concepção de ciência, conflitos ou influências (religiosos ou não), epistemologia da temática, influência da internet e mídia, livros didáticos e práticas docentes, havendo relações intrínsecas entre todos e, portanto, cada um não deve ser analisado isoladamente. Nessas conexões, a interação entre esses fatores acaba por resultar em impasses ao ensino e aprendizagem da evolução biológica no contexto educacional. Tais relações são analisadas neste trabalho.
Explicações de professores da educação básica para uma situação problema em ecologia sob o olhar do pensamento sistêmico
Leme, Gustavo Mota (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
No intuito de trabalhar o ensino de ecologia de forma sistêmica, este trabalho consiste em uma contextualização histórica e social da ciência e as influências das diferentes visões desta na educação ao longo do tempo, conforme as diferentes epistemologias que deram origem ao pensamento científico. Partindo da epistemologia fenomenológica, este trabalho assume como base teórica a teoria da complexidade para analisar as concepções de docentes da educação básica. Por meio de um evento voltado à professores da educação básica, foi selecionado uma das atividades aplicadas para a elaboração deste trabalho. Na atividade em questão, os participantes responderam à uma situação problema. A partir do processo de elaboração das respostas para a proposta, foi analisado as concepções de ciência e educação dos professores, com o objetivo de analisar e interpretar as propostas dos professores, para uma situação problema em ecologia. O processo de elaboração foi gravado e analisado por meio de categorias elaboradas pelo autor, permitindo assim verificar qual o nível de complexidade das respostas, percebendo que entre os três grupos participantes, o grupo 3 (três) apresentou uma visão sistêmica que não contempla todas as categorias propostas.
Jogo educativo sobre espécies invasoras e biodiversidade em unidades de conservação de São Paulo
Meniz, Isabela Lombardo (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A invasão biológica é uma das mais graves ameaças aos ecossistemas, afetando a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e os processos ecológicos (teias alimentares, ciclos biogeoquímicos). O Parque Estadual do Vassununga e a Estação Ecológica de Santa Maria, em São Paulo, estão sofrendo graves impactos pela presença massiva de espécies exóticas invasoras (EEI), que ameaçam a fauna e flora nativas e degradam o ambiente. A educação ambiental encaixa-se como uma ferramenta preventiva e complementar as técnicas de manejo das EEI, quando já estão instaladas. Tem um importante papel em desenvolver os saberes científicos com a população sobre os danos que as EEI podem causar, para informar e difundir os processos de mitigação e reduzir seus impactos. Ainda, fomenta reflexões acerca do contexto ambiental em que as EEI estão inseridas, as causas e questões da crise ambiental vigente, assim como as responsabilidades dos diversos atores da sociedade. Desse modo, entende-se o jogo como uma atividade lúdicas e como uma maneira de aplicação desses conhecimentos, pois fornecem um ambiente propicio para o aprendizado de várias habilidades, através de momentos prazerosos e enriquecedores. Podem ser considerados como uma estratégia para o ensino e aprendizado de conceitos abstratos e complexos. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi o desenvolvimento de um jogo educativo que proporcione uma forma simples e didática de construir com a população que vive no entorno dos parques o conhecimento sobre os impactos da invasão biológica e como colaborar para essa problemática. Para que houvesse um alinhamento do conteúdo e da dinâmica do jogo com o contexto em que o material seria aplicado, foram realizadas entrevistas com professores das escolas participantes, gestores e agricultores do entorno das unidades de conservação (UCs). Com isso, aprimoramos o material educativo, sendo composto por um jogo de fichas de algumas categorias, entre elas espécies invasoras e nativas, carta desafio com os atores sociais, dentre outros materiais, com três formas básicas de jogar e o manual do jogo, material do mediador/professor e um vídeo explicativo. Mais tarde, realizamos um piloto do jogo com os professores das escolas em que pudemos observar um maior interesse e preocupação dos participantes acerca da temática da invasão biológica. Ademais, o aprendizado ocorreu de forma fluida e conectada, partindo de uma abertura e interesse prévio do participante, gerando curiosidade e assim permitindo que as informações e conhecimentos que estavam sendo discutidos fossem absorvidos por uma compreensão ativa e autônoma do jogador. Os resultados nos mostraram que o jogo pode ser uma ferramenta construtiva e positiva para o processo de aprendizagem sobre a invasão biológica e os conceitos envoltos por essa temática, fazendo com que o participante reflita e se perceba na realidade a qual está inserido, assim como seu papel no contexto das questões socioambientais.
Negacionismo na ciência: análise de vídeos antivacina sob uma perspectiva científica
Bianchi, Catarina Martins (2023-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O movimento antivacina é uma vertente do negacionismo científico, que envolve grupos de pessoas que se opõem à vacinação, questionando sua eficácia, segurança e até mesmo a necessidade de imunização. A resistência à vacinação se torna mais preocupante porque a imunização em massa é fundamental para controlar e erradicar doenças infecciosas. Através da vacinação, é possível proteger indivíduos vulneráveis, além de reduzir a disseminação de doenças contagiosas na comunidade. O negacionismo científico está muito relacionado à falta de compreensão sobre determinado assunto, unido à uma grande quantidade de notícias falsas sobre ele. Deste modo, o objetivo do presente estudo é analisar os argumentos de alguns negacionistas, em plataformas virtuais, em relação às vacinas. Por meio de vídeos nas plataformas Youtube e Rumble, foram identificados os principais argumentos presentes em cada um, e posteriormente buscou-se categorizar, de forma autoral, elementos comuns presentes no discurso antivacina, resultando na elaboração de seis categorias, detalhadas no corpo do trabalho. É feita uma reflexão acerca da negação da ciência, partindo do princípio de que respeitar perspectivas divergentes em relação às aceitas cientificamente não deve resultar na desvalorização do pensamento científico.
O ensino de ecologia em museus: as concepções dos monitores de um museu no centro de São Paulo
Gonçalves, Vitor Hugo de Deus (2022-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O presente trabalho traz um resgate histórico acerca dos Espaços Não Formais de Educação e o papel que esses desempenham na sociedade. Além disso, traz como escopo o ensino de ecologia e as principais dificuldades de trabalhar esse tema de forma sistêmica e passível da atribuição de significados por parte dos educandos. Para isso, no intuito de analisar as concepções dos monitores de um museu de ciências acerca do ensino de ecologia lá realizado, realizaram-se entrevistas com aqueles que atuam em áreas diretamente relacionadas com o ensino de ecologia. A análise dos dados foi feita a partir de relações entre as falas dos monitores e o referencial teórico do trabalho. No final, percebeu-se que os monitores têm enraizado na sua abordagem de ensino características claras do ensino tradicional, mas que sentem a necessidade de uma mudança nessa abordagem propondo o interacionismo como meio para atingir esse objetivo, tendo até se contradizendo em alguns momentos. Entretanto, também evidenciou-se que eles não tem meios claros de como atingir seus objetivos e realizar uma monitoria mais interacionista.
O valor pedagógico de vídeos de divulgação científica da rede social Tiktok: um estudo exploratório com professores de ciências e biologia
Lutz, Pedro (2023-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Ao longo dos séculos reformas educativas foram ocorrendo em todo o mundo, fazendo com que a educação tomasse novos significados ao longo da história. Antes mesmo do agravante da pandemia da COVID-19 a “geração conectada” já passava 24 horas compartilhando conteúdo e interagindo em diferentes aplicativos e plataformas. Na rede social TikTok, os processos de ensino e aprendizagem ganharam novos significados. Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo analisar o que professores de ciências e biologia dizem sobre o uso do TikTok em aula. Dois vídeos foram criados e publicados na plataforma TikTok, com duração média de 2 minutos e 30 segundos. Na sequência foi criado e disponibilizado na plataforma Google Forms um questionário contendo 13 perguntas abertas, sendo este compartilhado entre os professores da área de ciências e biologia. Os resultados evidenciam que a maioria dos professores que responderam os questionários são da rede particular de ensino (84,62%), com tempo de magistério de 5 anos (46,15%). Quanto ao uso da plataforma TikTok como ferramenta de divulgação científica, 84,61% dos professores relataram que os estudantes são antenados nas redes sociais e que os conteúdos publicados na plataforma, quando bem elaborado, podem auxiliar sim no processo de aprendizagem dos estudantes. Com relação aos vídeos, nota-se que no Vídeo 1, 10 professores (73,96%) responderam ter gostado do vídeo, já no Vídeo 02, 12 professores gostaram do vídeo (92,30%), entre as principais justificativas estão a linguagem de fácil entendimento e o uso de temas atuais (Pokémon) como instrumento de ensino. Por outro lado, críticas como: uso de terminologias erradas, conceitos errados e ausência de conexão, foram um dos atributos julgados pelos professores que não gostaram dos vídeos. Apesar das críticas, 69,23% relataram que utilizariam os vídeos em suas aulas. Sendo assim, nota-se que a rede social em questão é uma ferramenta que contribui para aprendizagem dos educandos. Visto que grande parte dos professores gostaram da metodologia abordada, dizendo ser atual e contextualizada com os assuntos do dia-a-dia dos estudantes, porém entraves como da falta de hora de trabalho disponível, dificuldade de acesso à internet de qualidade e até mesmo, local hábil onde o conteúdo possa ser produzido, são uns dos gargalos enfrentados pelos professores. Vale lembrar que não é a ferramenta que muda e sim o modo que a mesma é empregada.
Pensamento sistêmico: explicações de professores da educação básica para situação problema em fisiologia
Donegá, Letícia Gomes (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Na prática pedagógica, o modo de ensino e de aprendizagem está inseparavelmente vinculado à concepção de ensino e de conhecimento do professor. A educação é muito marcada pela abordagem tradicional que a domina, sendo desencadeadora de fragmentação e descontextualização do ensino. Uma maneira de se opor à essas práticas educacionais é por meio da mudança de concepção. Uma alternativa é o pensamento sistêmico. Caracterizado por ser contextual e favorecer a visão da totalidade, é uma alternativa para a melhoria da educação. Em vista disto, o objetivo deste trabalho é analisar e interpretar características da complexidade nas propostas dos professores para uma situação problema em fisiologia. Para a coleta de dados, aplicou-se uma situação-problema de fisiologia à um grupo de professores. Com os dados registrados, a análise se baseou na caracterização de trechos das respostas. Foram usadas três conjuntos de características: Multidisciplinaridade Inerente (MI), Trajetória (T) e Não-isolamento (NI). Os principais resultados foram a caracterização de dois trechos apresentando MI, T e NI, a maioria dos trechos apresentaram MI e NI e apenas um com a combinação T e NI. Acredita-se que a contribuição principal deste trabalho vem com o método de caracterização. Este tenta se aproximar da teoria, priorizando a coerência de uma análise que considera o todo. A importância de identificar trechos com características sistêmicas nas falas dos professores, é entender que essa visão de mundo não está fora de nosso alcance, sendo assim, é possível incorporar esse pensamento mais amplo nas práticas escolares como veículo de aprendizagem e construção do conhecimento.
Reflexões em licenciandos de uma universidade particular de São Paulo, a partir do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID)
Marques, Matheus Francisco (2022-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Este trabalho analisa e categoriza o desenvolvimento de reflexões em licenciandos de Biologia a partir do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), com base em critérios fundamentados na literatura a respeito do processo reflexivo. A metodologia parte da investigação de material produzido pelos integrantes do subprojeto de Biologia do PIBID, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, no ano de 2019. O objeto de análise foi um questionário aplicado aos membros do subprojeto no fim do ano em questão, em que foram conduzidas reflexões sobre as experiências e atividades desenvolvidas ao decorrer dos semestres. A categorização das reflexões seguindo critérios pré definidos permitiu uma análise qualitativa acerca dos processos reflexivos desenvolvidos pelos licenciandos do PIBID. Foi observado que, a partir do PIBID, os estudantes de Biologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie desenvolveram reflexões com potencial transformador de pressupostos e perspectivas, processo característico da teoria da Aprendizagem Transformadora (MEZIROW, 1997).
Reflexões sobre a biologia do conhecer na interlocução com as falas da especialista
Clara, Larissa Capuzzo Santa (2023-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Este trabalho tem como objetivo analisar as perspectivas da biologia do conhecer de Humberto Maturana e Francisco Varela na visão de uma professora especialista no tema. O estudo se baseia em teorias epistemológicas como a empirista, inatista interacionista e fenomenológica, traz relações com as teorias educacionais proposta por Freire, Mizukami e o construtivismo, trazido por Soll e Colé , além de destacar a Biologia do Conhecer e a teoria da autopoiese de Maturana e Varela. Através de um método de entrevista em estudo de caso com uma professora especialista nas teorias e estudos de Maturana e Varela, são coletadas informações sobre suas percepções e práticas relacionadas à Biologia do Conhecer, a autopoiese e relações destas com a educação. Os resultados e discussões revelam diversas relações entre a teoria da autopoiese e as áreas mencionadas, enfatizando a importância da compreensão da realidade do outro e dos processos internos que ocorrem em nós mesmos e nos outros, além de a professora esclarecer e delimitar alguns conceitos da teoria da autopoiese e da biologia do conhecer e as relacionou com o ensino de biologia e sua aplicabilidade, na educação em geral e com os conceitos de Freire sobre educação. Porém, fica evidente que é necessário ter clareza de que a teoria da autopoiese é uma teoria biológica, não educacional, e que essa associação é feita por nós, seres autopoiéticos que se educam. Concluiu-se que a incorporação dos princípios da Biologia do Conhecer na educação possibilita uma abordagem mais humanizada e significativa, com potencial para transformar a realidade individual e coletiva. Embora as teorias tragam reflexões sobre o nosso viver humano, elas não são suficientes para mudanças de atitudes e de amenização de problemas. A consciência de si e do outro, assim como o respeito são praias mais complexas de se adquirir na história do indivíduo, porém essas teorias são muito úteis como mais um instrumento de reflexão e análise e apresenta uma característica de perturbar aquilo que sabemos e conhecemos até agora A Biologia do Conhecer proporciona uma visão ampliada da educação, da cognição, do ser vivo, do viver em comunidade, destacando a relevância do contexto social, emocional e cognitivo na aprendizagem. Além disso, foram exploradas as relações entre a teoria da autopoiese e outras áreas da humanidade, como a educação, o ensino de biologia, a produção do conhecimento e a compreensão do fenômeno da cognição. Ao compreender a complexidade da cognição e a interconexão entre os seres humanos, podemos promover uma educação mais inclusiva, empática e capaz de enfrentar os desafios sociais presentes na atualidade.
Sala de aula: estratégia de aprendizagem relacionada a produção de consumo de produtos sintéticos
Pantaleon, Lorena de Paula (2019-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com o crescimento populacional, passou-se a ter uma demanda de diversos recursos, então foram criados produtos que pudessem substituir a matéria-prima natural de forma rápida e com baixo custo, os produtos artificiais e sintéticos. Porém, o acúmulo desses materiais, principalmente o plástico, se tornou a principal problemática ambiental dos últimos anos. Isso acontece, pois, por não apresentarem uma origem natural, ou seja, são produtos com algum tipo de modificação de origem humana na sua estrutura básica, diferente da encontrada na natureza, não sofrem a ação de decompositores, resultando no acúmulo de milhões de toneladas desses materiais. O fator educacional é um dos grandes contribuintes, perdendo apenas para o econômico, considerando que vem sendo trabalhado de forma fragmentada, memorística e descontextualizada. Sendo assim, novas estratégias de ensino e de aprendizagem poderiam conscientizar os alunos sobre esses fatos. Para isso, alguns autores sugerem que o processo de ensino e de aprendizagem deve superar e ir além das metodologias já estabelecidas, então eles propõem uma fenomenologia, que não é linear, e que contempla o todo e sua complexidade e inclui o observador, mudando completamente a perspectiva de ciência e a ideia de aprendizagem, a chamada Teoria da Complexidade, uma epistemologia comparada que contempla a matéria, a vida e a inteligência, possibilitando a construção do conhecimento por uma outra forma. Com base nisso, este trabalho teve como objetivo analisar as consequências da produção e consumo de produtos sintéticos e propostas de intervenção sob perspectiva de estudantes do Ensino Fundamental II de uma escola pública. A atividade aplicada teve como base uma problemática real de uma empresa brasileira em que os alunos deveriam escrever uma carta para ela dizendo quais os impactos ambientais que causa no meio ambiente e indicar uma proposta de solução. Com base nas produções dos alunos foi possível analisar que quase metade deles entenderam que produtos sintéticos são problemáticos, porque não sofrem ação de decompositores, e quase 75% deles propuseram soluções viáveis e ecológicas para tentar reverter este quadro, demonstrando a eficácia da atividade. Porém, ela pode ser melhorada caso a escola tenha recursos tecnológicos ou outros materiais de consulta, como livros e/ ou revistas científicas, para que os alunos possam fazer suas próprias pesquisas.
Tabagismo: eixo para aprendizagem de fisiologia humana respiratória e circulatória de forma sistêmica
Romanato, Victor Hugo Rosa (2023-12)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O ensino de fisiologia humana na Educação Básica permanece pautado na memorização, isolamento e descontextualização de órgãos e sistemas fisiológicos, sem que sejam promovidas reflexões sobre as relações existentes entre esses componentes do organismo, limitando a aprendizagem dos alunos nesse tema. Contudo, a teoria sistêmica, descrita por determinados autores como Colom, Maturana e Morin, expressa que as propriedades próprias de um sistema emergem exclusivamente das constantes e recorrentes interações entre as partes menores que o compõem, bem como suas relações com o meio externo. Assim, tais conceitos podem ser adotados no contexto educacional para que o ensino da fisiologia humana adquira um caráter mais integrado e, nesse sentido, torna-se adequado o uso de um tema que envolva diversos aspectos da saúde humana e que seja social e ambientalmente contextualizado, como o tabagismo. Logo, o objetivo do presente trabalho foi analisar se a sequência de aulas elaborada é capaz de promover, em alunos de Ensino Médio, mudanças em algumas concepções acerca da fisiologia humana no contexto da perspectiva sistêmica e integrada, a partir de uma situação-problema sobre tabagismo. Para tal, foram ministradas cinco aulas sobre fisiologia humana baseadas na perspectiva sistêmica, no Ensino Médio de uma escola estadual de São Paulo, com a realização de quatro atividades escritas. Em seguida, as respostas obtidas de nove alunos foram classificadas conforme três categorias contemplando as principais ideias do pensamento sistêmico. Os resultados indicaram que todos os nove alunos apresentaram, em diferentes momentos da sequência e em diferentes níveis, uma visão sistêmica e contextualizada da fisiologia humana, pois associaram-na a fatores ambientais e sociais e ao tabagismo, relacionando diferentes processos fisiológicos em suas produções. Portanto, sugerem que a sequência de aulas elaborada pode ser considerada um potencial meio de promover mudanças nas concepções dos alunos do Ensino Médio acerca da fisiologia humana, podendo contribuir para uma visão mais sistêmica e integrada sobre ela.

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Navegando Ciências Biológicas - TCC - CCBS Higienópolis por Orientador "Pechliye, Magda Medhat"

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