Ciências do Desenvolvimento Humano - Dissertações - CCBS Higienópolis (a partir de 2024)
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- DissertaçãoOERA 9-99: desenvolvimento e validação inicial de um protocolo estruturado de rastreamento de autismo nível 1 para crianças, jovens e adultos.Carassini, Amanda (2025-02-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Protocolo de Observação Estruturada para Rastreamento de Autismo (OERA) é uma ferramenta de avaliação breve, padronizada e de baixo custo para detectar sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que demonstra boas propriedades psicométricas para crianças de 3 a 10 anos de idade em sua maioria com deficiência intelectual. Encontramos poucas alternativas de instrumentos validados, de avaliação direta e de baixo custo para rastreio de TEA em jovens e adultos para realidade brasileira, o OERA é potencialmente uma ferramenta que poderia ser desenvolvida para essa faixa etária. Por isso, o objetivo deste estudo foi desenvolver e verificar evidências de validade de uma nova versão do OERA que abarcou crianças a partir de nove anos, jovens e adultos de nível um de suporte, o OERA-9- 99. O estudo contou três fases : (1) desenvolvimento do OERA-9-99 com medidas para os mesmos domínios em todas as faixas etárias, mas com provas diferentes para crianças de 9 a 12 anos, e jovens e adultos a partir de 13 anos, (2) fase pré-piloto para verificar a viabilidade das provas e validade de conteúdo do instrumento segundo análise de juízes utilizando o cálculo do coeficiente de validade de conteúdo da escala como um todo e a análise das pontuações por vídeo e (3) estudo piloto para verificar se o OERA 9-99 seria capaz de discriminar pessoas com TEA (N=10) de pessoas com desenvolvimento típico (N=11) segundo Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC), teste kappa de fleiss, kappa de Cohen, indicador AC2 (Agreement Coefficient) de Gwet, teste de qui quadrado (χ²) e a curva ROC para investigar os parâmetros de sensibilidade (diagnósticos de TEA corretos) e especificidade (discriminação correta dos controles). A versão final do OERA 9-99 contou com 26 provas, sendo 10 específicas (que consideram o desempenho do avaliando em 10 provas diretamente testadas contemplando diferentes habilidades) e 16 globais (que levam em conta o desempenho dos avaliandos na avaliação completa). Os resultados indicaram que a maioria das provas apresentaram um aceitável (> 0,80) em relação a pertinência prática, clareza da linguagem e relevância teórica; com exceção da prova 5 (CVC = 0,65, considerado abaixo do aceitável.). Os indicadores de concordância seguiram dois modelos estatístico, o primeiro, segundo o kappa de fleiss, demonstrou concordância muito fraca (0 a 0,20) na maioria das provas, com exceção das provas 1, 8 e 10 que atingiram níveis de concordância moderados ou bons (0,71/ 0,50/ 0,60/0,57); já na análise do Kappa de Cohen observou-se que , as provas 1, 5, 7, 8.1 e 9 apresentaram concordância de Kappa moderada (variando entre 0,21 e 0,40), enquanto as demais provas mostraram concordância substancial ou quase perfeita. A literatura ressalta as limitações do coeficiente Kappa, apesar de sua ampla 8 utilização como medida de concordância, para superar essas limitações, o coeficiente de concordância AC2 foi proposto visando fornecer estimativas mais robustas de concordância por meio de cálculos mais adequados, assim observou-se que o indicador AC2 apresentou uma concordância maior (mais próxima de 1,0) nas provas 13, 14, 15, 16, 20, 21, 22, 23 e 25. O teste χ² indicou uma associação significativa (entre associações entre a opinião diagnóstica das pontuadoras e o diagnóstico real dos pacientes avaliados) [χ²(1) = 27,494, p < 0,001, V = 0,809] com um tamanho de efeito alto (V > 0,5). Por fim, verificou-se um bom potencial discriminativo do OERA 9-99 na diferenciação entre jovens e adultos com TEA e sem TEA. A análise da Curva ROC apresentou uma AUC significativa de 0,955 (p < 0,001), indicando que o instrumento identificou corretamente 95,5% dos casos. O melhor ponto de corte identificado foi o escore 9, que apresentou 90,00% de sensibilidade e 90,91% de especificidade. Concluiu-se que o OERA 9-99 demonstrou sua capacidade de operacionalizar e mensurar sinais e sintomas descritos nos manuais internacionais de avaliação, oferecendo uma abordagem estruturada e consistente. Além disso, foi bem avaliado por quatro juízes especialistas em TEA, destacando sua relevância e adequação como instrumento para identificação de TEA entre crianças, jovens e adultos de nível um de suporte. Por fim, o instrumento apresentou uma tendência promissora para discriminar indivíduos com TEA daqueles sem o transtorno, indicando seu potencial para contribuir no processo de triagem. - DissertaçãoCorrelações entre a percepção de pais e professores sobre funcionamento cognitivo e o desempenho em testes neuropsicológicos de crianças do ensino fundamental I: um estudo sobre os efeitos da pandemia de COVID-19Zeballos, Beimar Alejandro Góngora (2025-02-20)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com as medidas de isolamento social adotadas pelo governo para frear o avanço da pandemia de COVID-19, as escolas tiveram de ser fechadas, levando à implementação do ensino não presencial, com o objetivo de dar continuidade às atividades escolares. Com a nova realidade de estudos em casa, os pais também tiveram de se envolver mais diretamente no processo educacional de seus filhos. Além disso, professores encontram diversos percalços durante o ensino remoto e na volta ao presencial. Diversos estudos indicam impactos negativos no nível de aprendizagem pós pandemia. Desse modo, o estudo avaliou como os relatos de professores e responsáveis, através de um inventário, estão associados ou até mesmo conseguem prever as possíveis dificuldades encontradas pelos alunos na volta ao ensino presencial. O estudo analisou 98 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I de uma escola pública na cidade de Embu das Artes, através de testes que mensuram a habilidades intelectual e acadêmicas, atenção e linguagem. São eles: Teste de Desempenho Escolar II; Tarefa de Fluência Verbal Livre; Tarefa de Dígitos (Ordens Direta e Inversa); Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (Inteligência Geral); Teste de Atenção por Cancelamento; Teste de Hayling (Flexibilidade cognitiva, Velocidade verbal, Controle inibitório); Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral. Para os professores e responsáveis, foi aplicada a escala reduzida do Índice de Rastreio de Dificuldades Cognitivas (IRDC). Foram realizadas análises de: Kruskal-Wallis, para comparação das médias dos resultados encontrados; Correlação, para estabelecer relações entre os testes neuropsicológicos e o IRDC; Regressão, para evidenciar o potencial preditivo de possíveis dificuldades cognitivas nos alunos. Foram encontradas correlações significativas e negativas entre as subescalas dos inventários e os outros instrumentos, além das regressões terem mostrado o potencial preditivo de 39,2% e 38,0%, para dificuldades cognitivas nas subescalas de linguagem e atenção respectivamente. O IRDC apareceu como um instrumento de baixo custo e de fácil aplicação, que pode ter grande utilidade clínica e educacional. - DissertaçãoRastreamento de explosões emocionais em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Austista de um município brasileiro.Cardoso, Denise Reis Moraes (2025-02-26)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Introdução: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que causa prejuízos significativos nas áreas de comunicação e interação social bem como prejuízos comportamentais. As explosões emocionais (EE) podem cursar com vários transtornos do neurodesenvolvimento e se caracterizam por comportamentos de choro, birras e acessos de raiva com frequência, duração e intensidade variáveis. Objetivo Geral: Explorar os padrões de explosões emocionais (EE) de crianças e adolescentes com TEA, caracterizando-os em função de topografias comportamentais e fatores desencadeadores bem como descrever as estratégias de manejo parental dessas EE. Método: O desenho do estudo foi transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi selecionada sob critérios de conveniência composta por 46 cuidadores e/ou responsáveis de crianças e adolescentes com TEA, com idades entre 3 a 15 anos (M = 7,50; DP = 3,03), cadastrados no banco de dados da Associação Motivados pelo Autismo (MOPAM) do município de Macaé, Estado do Rio de Janeiro. O critério de inclusão das crianças e adolescentes foi a presença de um laudo diagnóstico de TEA. Para os pais e/ou responsáveis, o critério de inclusão foi de cuidado com o filho(a) por pelo menos 6 horas. Foram excluídos do estudo crianças e adolescentes que apresentassem outras condições clínicas como síndromes genéticas e epilepsia. Os instrumentos utilizados foram: questionário da ABEP. Critério Brasil, para classificação econômica, questionário sociodemográfico com informações tipo idade da mãe, nível de escolaridade, acesoo a serviço de saúde mental e educacional especializado, E EOQ Emotional Outburst Questionnaire (EOQ), desenvolvido no Reino Unido por pesquisadores da Universidade de Birmingham (CHUNG et al. 2022; CHUNG et al. 2023; TEIXEIRA et al. 2024ª). Este instrumento foi traduzido, adaptado culturalmente, e aguarda conclusões psicométricas para liberação de seu uso, estando disponível na versão inglesa. Do total de cuidadores a maioria é mãe da criança (n = 39; 54,35%) e a idade variou de 24 a 61 anos (M = 40,41; DP = 8,56). A maioria não trabalhava (n = 25; 54,35%). A classificação socioeconômica da maioria foi a classe C (n = 22; 47,93%). A maioria brinca com seu filho(a) com TEA (n = 43; 93,48%) com uma frequência semanal entre menos de 1 hora até duas horas ou mais (n = 43; 93,49%). Resultados: foi verificado que as EE mais graves acontecem com maior frequência se comparada às menos graves, bem como piores indicadores de regulação emocional para as EE mais graves. O fator emocional ‘estar de mau humor ou tendo um dia difícil’ foi o que reportou a maior média entre todos os fatores, seguido da fixação com ideias ou pensamentos. Nos fatores ambientais os mais frequentes foram ‘ter que esperar para receber ou poder fazer algo e barulhos repentinos. Já os fisiológicos e sensoriais foram “estar com fome ou sede ou cansado’. As estratégias de manejo aplicadas pelos cuidadores quando a criança apresenta EE foram, uso do conforto físico ou verbal, demonstrar empatia e estratégias para acalmar ou relaxar. Contudo, também são utilizados o uso do castigo ou ameaça de castigo verbal, ignorar ativamente o comportamento e discussão ou persuasão verbal. Conclusão: os dados, mesmo restritos a uma amostra pequena mostraram que estratégias baseadas em educação parental podem ser de baixo custo e eficácia na redução de EE e na promoção de habilidades de enfrentamento mais adaptativas. Estudos futuros podem ampliar a amostra e avaliar impacto nas intervenções e no fazer dos profissionais. - DissertaçãoO impacto do ESDM-Early Start Denver Model para crianças no espectro do autismoCosta, Cintia Cibelli Borges Navarro da (2025-02-10)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição do desenvolvimento que resulta no comprometimento da capacidade de comunicação e interação social das crianças. Os sinais mais relevantes no atraso do desenvolvimento observados inicialmente pelos pais e/ou cuidadores surgem nos primeiros anos de vida. A intervenção precoce de alta intensidade para crianças com TEA potencializa resultados na aprendizagem. O diferencial do ESDM – Early Start Denver Model é o uso de estratégias de ensino naturalistas, onde as brincadeiras acontecem através de atividades lúdicas e sensórias que resultam na conquista, engajamento e motivação da criança. OBJETIVO: Analisar o efeito da estimulação precoce em crianças com TEA através do ESDM investigar os efeitos do programa ESDM em crianças com TEA; b) avaliar a eficácia da intervenção precoce em ambientes naturais da criança, como a casa e a escola. Além disso, busca-se compreender como essas intervenções influenciam as crianças e suas famílias. MÉTODO: Estudo realizado com 24 crianças autistas em idades entre 18 a 48 meses, as crianças participantes foram submetidas a 15 horas semanais de atendimento em seu ambiente de rotina diária por 12 semanas. As habilidades das crianças foram avaliadas antes e após a intervenção para corroborar o aprendizado alcançado. RESULTADOS: Nos quatro níveis de habilidades avaliadas, houve melhorias consistentes em competências como comunicação receptiva e expressiva, motricidade fina e grossa, competências sociais, imitação, cognição, independência pessoal e comportamentos de atenção conjunta. DISCUSSÃO: A intervenção precoce, associada ao engajamento familiar, potencializa os resultados ao promover estratégias contínuas no ambiente natural da criança, favorecendo a generalização do aprendizado. CONCLUSÃO: A estimulação precoce por meio do ESDM apresentou resultados significativos no desenvolvimento de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), avanços consistentes no perfil de comunicação funcional, realizadas no contexto das rotinas diárias, práticas que promovem melhorias na comunicação receptiva e expressiva, bem como na interação social e nos padrões comportamentais. - DissertaçãoO professor do ensino infantil como agente de identificação de sinais do Transtorno do Espectro do AutismoPrado, Ana Elisa Correa Dias do (2025-02-04)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com os avanços da ciência, tecnologia e neurociências, além da implementação de leis, tem se tornado cada vez mais comum a inclusão de pessoas com diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) em diversos contextos sociais, especialmente nas escolas. Esse aumento tem gerado uma demanda crescente por professores capacitados, capazes de identificar sinais de alerta e encaminhar alunos a especialistas na área da saúde. Partindo dessa premissa, o objetivo deste estudo foi analisar a relevância dos tópicos abordados no material de apoio desenvolvido para auxiliar professores da educação infantil na identificação de sinais de autismo e na aplicação de estratégias de manejo comportamental em sala de aula. Para isso, foi realizada uma coleta de dados por meio de um questionário online, permitindo que os docentes avaliassem os principais tópicos do material de apoio. A amostra foi composta por 80 professores do ensino infantil. Os resultados mostraram que os tópicos escolhidos para o material são altamente relevantes, uma vez que oferecem informações que muitos educadores ainda não tinham acesso, mas que demonstraram grande interesse em adquirir.