Ciências do Desenvolvimento Humano - Dissertações - CCBS Higienópolis (a partir de 2024)
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- DissertaçãoEfeitos de programa de intervenção para desenvolvimento de habilidades de leitura (fluência e compreensão) em alunos do 4º ao 9º ano do ensino fundamental em escolas públicasSilva, Carolina Sawaya de Andrada e (2025-03-27)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A proficiência de leitura envolve diferentes habilidades, incluindo compreensão e interpretação de textos. Sendo assim, a leitura é considerada uma habilidade complexa, que exige reconhecimento, automaticidade e compreensão de códigos de leitura. O objetivo do trabalho foi verificar indicadores de eficácia do Programa de Intervenção em Leitura Competente (PILC) sobre as habilidades de leitura (fluência e compreensão). A amostra do estudo foi composta por alunos entre 9 e 14 anos do Ensino Fundamental I e II, matriculados entre o 4º e o 9º ano de escolas públicas do Sul de Minas Gerais e seus respectivos professores. O número amostral foi de 273 alunos, que foram divididos em grupos experimentais e controle (quatro grupos, sendo dois grupos do Fundamental I – 4º a 5º ano – experimental e controle, e dois grupos do Fundamental II – 6º a 9º ano – experimental e controle). Os instrumentos de coleta de dados foram: Teste de Reconhecimento de Palavras e Pseudopalavras (TRP), Teste Cloze de Compreensão de Leitura (TCCL) e Testes de Fluência de Leitura (TFL). O procedimento de intervenção para estimulação de habilidades de leitura, focado em fluência e compreensão, foi o Programa de Intervenção em Leitura Competente (PILC), desenvolvido em estudo anterior. A intervenção teve duração de 8 semanas, com capacitação teórica, encontros quinzenais para feedback e orientação aos professores, durante o período de aplicação das 30 fichas de intervenção, ao longo do semestre letivo. Os resultados indicam que o Grupo Experimental (GE) apresentou maiores ganhos que o Grupo Controle (GC) em algumas medidas de compreensão leitora, fluência e reconhecimento de palavras. Porém na maioria das medidas não houve diferenças significativas entre os grupos e, em alguns casos, o GC superou o GE, especialmente em algumas métricas de erros em fluência e medidas de tempo. Os anos escolares em que houve maiores ganhos foram no 6º e 7º anos. Tais resultados sugerem que o programa de intervenção tem potencial para promover leitura, porém mais estudos são necessários, sendo sugerido aumento do tempo de intervenção. - DissertaçãoPicamalácia: perfil comportamental e nutricional em crianças e adolescente com transtornos do neurodesenvolvimentoSilva, Marina Isabela da (2025-02-14)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A Picamalácia caracteriza-se pela ingestão persistente de substâncias não comestíveis, frequentemente associada a distúrbios do neurodesenvolvimento, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Déficit Intelectual (DI). Trata-se de um transtorno pouco estudado, com etiologia ainda desconhecida, embora fatores nutricionais e neurobiológicos sejam frequentemente apontados. Este estudo transversal investigou as características comportamentais, alimentares e nutricionais de crianças e adolescentes diagnosticados com Picamalácia, além de explorar a relação entre os níveis plasmáticos de ferro e zinco com a gravidade dos comportamentos alimentares atípicos. Foram avaliados 80 participantes, sendo 40 no grupo Picamalácia e 40 no grupo controle, com idades entre 3 e 17 anos. Os instrumentos aplicados incluíram Questionário de Frequência Alimentar (QFA), Inventário de Problemas de Comportamento (BPI-01), Escala Labirinto de Avaliação de Comportamento Alimentar e Questionário do Comportamento Alimentar da Criança (CEBQ). Além disso, foram analisados os níveis plasmáticos de ferro, ferritina e zinco. Os resultados revelaram que a Picamalácia está associada à maior rigidez comportamental, menor habilidade nas refeições e níveis plasmáticos mais baixos de ferro e zinco no grupo Picamalácia. Escores mais elevados de comportamento autoagressivo também foram observados, refletindo padrões autolesivos. A deficiência de zinco correlacionou-se com alterações no comportamento alimentar e no consumo de substâncias não comestíveis. Os dados obtidos no presente estudo ampliam o conhecimento sobre o comportamento de crianças com Picamalácia e sugerem que a gravidade dos sintomas está associada a déficits de ferro e zinco. - DissertaçãoAvaliação das alterações comportamentais de ratas fêmeas para o Transtorno do Espectro Autista (TEA)Castro, Alice Loureto (2025-02-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits na comunicação e interação social, comportamentos estereotipados e interesses restritivos. Diversos estudos sugerem que existem maiores dificuldades em diagnosticar TEA em meninas, pois elas apresentam um comportamento designado como camuflagem que simula a socialização independente de idade e quociente de inteligência. Além disso, exibem comportamentos repetitivos e interesses restritos em assuntos mais populares, tais como animais, celebridades e livros podendo passar despercebidos nos testes e favorecendo o diagnóstico tardio da doença em meninas. Sendo assim, a hipótese que orientouesse estudo é a de que fêmeas, cujas mães foram submetidas à infecção por lipopolissacarídeo (LPS) durante a gravidez, exibem alterações comportamentais compatíveis com modelo de TEA. Para testar a nossa hipótese, estudamos o comportamento, aos 30 e 60 dias de idade, da prole feminina de ratas da linhagem Wistar grávidas que receberam LPS (100μg/kg P.C) no dia 9,5 de gestação, um modelo animal para TEA já estabelecido na literatura. Buscando compreender quais mecanismos estariam subjacentes às alterações comportamentais observada nas ratas LPS, medimos a expressão do gene que codifica a interleucina-1 beta (IL-1β) e o gene do receptor da ocitocina (OXTR). Ratas grávidas receberam salina (100μl) no dia 9,5 e sua prole foi estudada como grupo controle. Aos 30 dias, os animais LPS exibiram atividade locomotora no aparato do campo aberto semelhante aos controles. No teste de reconhecimento social houve redução na discriminação social, mas não na sociabilidade dos animais LPS quando comparados aos controles. Aos 60 dias, os animais LPS exibiram atividade locomotora semelhante aos controles no teste de campo aberto, mas redução tanto na sociabilidade quanto na discriminação social no teste de reconhecimento social. No entanto, a atividade locomotora dos animais LPS quando na presença de outros animais no aparato de reconhecimento social foi significativamente reduzida, aos 30 e 60 dias, quando comparado aos animais controles. A medida da expressão gênica mostrou aumento da IL-6 e do OXTR. Os dados obtidos mostram que as fêmeas apresentaram alterações na interação social compatíveis com os sintomas de TEA comportamento, particularmente na interação com animais co-específicos que podem estar associados à alterações no sistema ocitocinérgico. - DissertaçãoOERA 9-99: desenvolvimento e validação inicial de um protocolo estruturado de rastreamento de autismo nível 1 para crianças, jovens e adultos.Carassini, Amanda (2025-02-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Protocolo de Observação Estruturada para Rastreamento de Autismo (OERA) é uma ferramenta de avaliação breve, padronizada e de baixo custo para detectar sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA), que demonstra boas propriedades psicométricas para crianças de 3 a 10 anos de idade em sua maioria com deficiência intelectual. Encontramos poucas alternativas de instrumentos validados, de avaliação direta e de baixo custo para rastreio de TEA em jovens e adultos para realidade brasileira, o OERA é potencialmente uma ferramenta que poderia ser desenvolvida para essa faixa etária. Por isso, o objetivo deste estudo foi desenvolver e verificar evidências de validade de uma nova versão do OERA que abarcou crianças a partir de nove anos, jovens e adultos de nível um de suporte, o OERA-9- 99. O estudo contou três fases : (1) desenvolvimento do OERA-9-99 com medidas para os mesmos domínios em todas as faixas etárias, mas com provas diferentes para crianças de 9 a 12 anos, e jovens e adultos a partir de 13 anos, (2) fase pré-piloto para verificar a viabilidade das provas e validade de conteúdo do instrumento segundo análise de juízes utilizando o cálculo do coeficiente de validade de conteúdo da escala como um todo e a análise das pontuações por vídeo e (3) estudo piloto para verificar se o OERA 9-99 seria capaz de discriminar pessoas com TEA (N=10) de pessoas com desenvolvimento típico (N=11) segundo Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC), teste kappa de fleiss, kappa de Cohen, indicador AC2 (Agreement Coefficient) de Gwet, teste de qui quadrado (χ²) e a curva ROC para investigar os parâmetros de sensibilidade (diagnósticos de TEA corretos) e especificidade (discriminação correta dos controles). A versão final do OERA 9-99 contou com 26 provas, sendo 10 específicas (que consideram o desempenho do avaliando em 10 provas diretamente testadas contemplando diferentes habilidades) e 16 globais (que levam em conta o desempenho dos avaliandos na avaliação completa). Os resultados indicaram que a maioria das provas apresentaram um aceitável (> 0,80) em relação a pertinência prática, clareza da linguagem e relevância teórica; com exceção da prova 5 (CVC = 0,65, considerado abaixo do aceitável.). Os indicadores de concordância seguiram dois modelos estatístico, o primeiro, segundo o kappa de fleiss, demonstrou concordância muito fraca (0 a 0,20) na maioria das provas, com exceção das provas 1, 8 e 10 que atingiram níveis de concordância moderados ou bons (0,71/ 0,50/ 0,60/0,57); já na análise do Kappa de Cohen observou-se que , as provas 1, 5, 7, 8.1 e 9 apresentaram concordância de Kappa moderada (variando entre 0,21 e 0,40), enquanto as demais provas mostraram concordância substancial ou quase perfeita. A literatura ressalta as limitações do coeficiente Kappa, apesar de sua ampla 8 utilização como medida de concordância, para superar essas limitações, o coeficiente de concordância AC2 foi proposto visando fornecer estimativas mais robustas de concordância por meio de cálculos mais adequados, assim observou-se que o indicador AC2 apresentou uma concordância maior (mais próxima de 1,0) nas provas 13, 14, 15, 16, 20, 21, 22, 23 e 25. O teste χ² indicou uma associação significativa (entre associações entre a opinião diagnóstica das pontuadoras e o diagnóstico real dos pacientes avaliados) [χ²(1) = 27,494, p < 0,001, V = 0,809] com um tamanho de efeito alto (V > 0,5). Por fim, verificou-se um bom potencial discriminativo do OERA 9-99 na diferenciação entre jovens e adultos com TEA e sem TEA. A análise da Curva ROC apresentou uma AUC significativa de 0,955 (p < 0,001), indicando que o instrumento identificou corretamente 95,5% dos casos. O melhor ponto de corte identificado foi o escore 9, que apresentou 90,00% de sensibilidade e 90,91% de especificidade. Concluiu-se que o OERA 9-99 demonstrou sua capacidade de operacionalizar e mensurar sinais e sintomas descritos nos manuais internacionais de avaliação, oferecendo uma abordagem estruturada e consistente. Além disso, foi bem avaliado por quatro juízes especialistas em TEA, destacando sua relevância e adequação como instrumento para identificação de TEA entre crianças, jovens e adultos de nível um de suporte. Por fim, o instrumento apresentou uma tendência promissora para discriminar indivíduos com TEA daqueles sem o transtorno, indicando seu potencial para contribuir no processo de triagem. - DissertaçãoCorrelações entre a percepção de pais e professores sobre funcionamento cognitivo e o desempenho em testes neuropsicológicos de crianças do ensino fundamental I: um estudo sobre os efeitos da pandemia de COVID-19Zeballos, Beimar Alejandro Góngora (2025-02-20)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com as medidas de isolamento social adotadas pelo governo para frear o avanço da pandemia de COVID-19, as escolas tiveram de ser fechadas, levando à implementação do ensino não presencial, com o objetivo de dar continuidade às atividades escolares. Com a nova realidade de estudos em casa, os pais também tiveram de se envolver mais diretamente no processo educacional de seus filhos. Além disso, professores encontram diversos percalços durante o ensino remoto e na volta ao presencial. Diversos estudos indicam impactos negativos no nível de aprendizagem pós pandemia. Desse modo, o estudo avaliou como os relatos de professores e responsáveis, através de um inventário, estão associados ou até mesmo conseguem prever as possíveis dificuldades encontradas pelos alunos na volta ao ensino presencial. O estudo analisou 98 alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I de uma escola pública na cidade de Embu das Artes, através de testes que mensuram a habilidades intelectual e acadêmicas, atenção e linguagem. São eles: Teste de Desempenho Escolar II; Tarefa de Fluência Verbal Livre; Tarefa de Dígitos (Ordens Direta e Inversa); Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (Inteligência Geral); Teste de Atenção por Cancelamento; Teste de Hayling (Flexibilidade cognitiva, Velocidade verbal, Controle inibitório); Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral. Para os professores e responsáveis, foi aplicada a escala reduzida do Índice de Rastreio de Dificuldades Cognitivas (IRDC). Foram realizadas análises de: Kruskal-Wallis, para comparação das médias dos resultados encontrados; Correlação, para estabelecer relações entre os testes neuropsicológicos e o IRDC; Regressão, para evidenciar o potencial preditivo de possíveis dificuldades cognitivas nos alunos. Foram encontradas correlações significativas e negativas entre as subescalas dos inventários e os outros instrumentos, além das regressões terem mostrado o potencial preditivo de 39,2% e 38,0%, para dificuldades cognitivas nas subescalas de linguagem e atenção respectivamente. O IRDC apareceu como um instrumento de baixo custo e de fácil aplicação, que pode ter grande utilidade clínica e educacional.