Ciências do Desenvolvimento Humano - Dissertações - CCBS Higienópolis (a partir de 2024)
URI Permanente para esta coleção
Antigo curso de Disturbios do Desenvolvimento
Navegar
Submissões Recentes
Agora exibindo 1 - 5 de 38
- DissertaçãoEstimulação da leitura e da escrita em crianças com Transtorno do Espectro Autista através do programa Instrução Neuropsicológica da Leitura e da Escrita (INELE)Biagio, Alexandra Cristina Alves Oliveira de (2025-05-27)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam dificuldades em comunicação e alguns processos cognitivos, frequentemente com impacto na aprendizagem da leitura e da escrita. A leitura e a escrita são habilidades complexas que envolvem a integração de uma série de processos cognitivos. No Brasil, ainda são escassos os estudos sobre intervenções voltadas para a estimulação destas habilidades em crianças com TEA. Esta dissertação teve como objetivo descrever a aplicação e as adaptações de um programa de intervenção em leitura e escrita (Instrução Neuropsicológica da Leitura e da Escrita - INELE) e verificar os seus efeitos nestas habilidades em crianças TEA. Participaram deste estudo 22 crianças com idades entre 6 e 13 randomizadas em dois grupos: Intervenção (n = 10; M = 9.80, DP = 2.39) e Controle (n = 12; M = 9.25, DP = 2.86) diagnosticadas previamente com TEA nível 1 de suporte e com as habilidades de linguagem oral desenvolvidas, provenientes de uma clínica multidisciplinar de reabilitação integrada em São Paulo. Os participantes foram alocados em dois grupos através de sorteio: 1) Grupo Experimental (GE) (n = 10) e Grupo Controle (GC) (n = 12) e avaliados no momento pré-intervenção (T1) e após a intervenção (T2). Os instrumentos de avaliação utilizados foram: Questionário Sociodemográfico, Strenghts and Difficulties Questionnaire (SDQ); Autism Behavior Checklist (ABC); Escala MTA-SNAP-IV; Escala Wechsler de Inteligência Abreviada (WASI) subtestes de vocabulário e raciocínio matricial; Tarefa de Avaliação da Compreensão Textual (COMTEXT), Tarefa de Fluência de Leitura Textual (AFLET) e Teste de Desempenho Escolar – Segunda Edição (TDE II) subteste de leitura e de escrita de palavras. Os desfechos de leitura (COMTEXT, AFLET e TDE-II) foram utilizados na avaliação pós-intervenção. O GE recebeu a aplicação do programa INELE, por três psicopedagogas treinadas previamente, em duas vezes por semana (sessões de 50 minutos), durante quatro meses e os demais atendimentos da clínica. O GC participou dos atendimentos usuais de psicopedagogia da clínica, pelo mesmo período. Durante a aplicação do INELE, foram realizadas adaptações de textos para letra bastão com espaçamento maior para resposta escrita dos participantes. Foram realizadas análises estatísticas não paramétricas, comparando as mudanças de desempenhos nos desfechos de leitura (delta = T2 - T1) entre os grupos GE e GC. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos nas medidas avaliadas, contudo, os resultados observados apontaram que o instrumento adaptado apresenta potencial para promover avanços em crianças com TEA. - DissertaçãoCognitive strategies in an ecological executive functions assessment task: analysis of the eye movement patternRodrigues, Matheus de Melo (2025-06-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
This study examined problem-solving strategies in an ecologically valid multitasking paradigm by analyzing visual exploration patterns. Sixty-four young adults (M_age = 22.1 years, SD = 2.4; 75% female) performed the Hotel task (HT) while wearing portable eye-tracking glasses. In addition to the HT, participants completed an antisaccade inhibitory control test, the Wiener Matrzen-Test 2 to assess fluid intelligence, and the Behavior Rating Inventory of Executive Function—Adult version (BRIEF-A). Eye-tracking data were segmented into areas of interest (AOIs) corresponding to each HT subtask, the instructions screen, and the clock display. Behavioral and ocular metrics were then examined using Spearman correlations, Hidden Markov Model–informed sequence analysis, k-means clustering, and Welch’s ANOVAs with Games–Howell post hoc tests. A significant negative correlation emerged between self-reported working memory difficulties and planning performance on the HT (r = –0.31, p < .05), indicating that participants who reported more working memory problems demonstrated poorer planning. Likewise, longer antisaccade latencies were associated with greater deviation from the target completion time on the HT (r = 0.27, p < .05), suggesting that inhibitory control delays translated into less accurate time management. Cluster analysis of transition counts between AOIs revealed three distinct strategy profiles. The first profile, characterized by efficient planners, combined high planning scores, frequent clock monitoring, low time deviation, and a high number of tasks completed. The second profile displayed moderate performance across all metrics, whereas the third profile comprised inefficient performers who displayed a more evenly distributed pattern of transitions. These findings support the theory that executive-function deficits impair temporal organization and that repeated failures in time management further deplete both cognitive and emotional resources. Overall, this study highlights the value of ecologically valid assessments for understanding executive functioning and suggests that effective interventions should integrate cognitive training for executive processes with strategies aimed at mitigating the emotional impact of chronic time-management difficulties. - DissertaçãoAssociação entre qualidade do sono e uso de telas em bebês de 0 a 23 mesesIscaife , Amanda Beretta (2025-05-16)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Apesar das funções que o sono exerce não serem ainda inteiramente conhecidas, sabe-se que o sono contribui para o bom funcionamento fisiológico e psicológico ao longo do ciclo vital. É também sabido que sua estrutura apresenta diversas mudanças ao longo do desenvolvimento. Caracterizar os hábitos de sono na primeira infância se torna fundamental para uma melhor avaliação do que pode ser considerado um problema de sono e, consequentemente, esclarecer possíveis fatores que contribuem para alterações nos hábitos saudáveis desde cedo. Pesquisas anteriores sugerem que um dos aspectos que pode alterar os padrões de sono em bebês é o uso ativo ou passivo de telas e aparelhos eletrônicos. No entanto, não foram encontrados estudos idênticos no contexto brasileiro. Este estudo teve como objetivo caracterizar, por meio do relato parental, os hábitos de sono e de exposição/uso de telas e eletrônicos em 39 bebês de 0 a 23 meses, bem como verificar a correlação entre as duas variáveis. A pesquisa contou com duas etapas, sendo a primeira a tradução e adaptação de um instrumento de avaliação de hábitos de sono em bebês, o BISQ-R – Brief Infant Sleep Questionnaire – Revised. A segunda etapa consistiu no levantamento de informações através do relato de pais de bebês 0 a 23 meses, que responderam aos seguintes questionários: dados sociodemográficos, o Self Report Questionnaire (SRQ), a versão traduzida e adaptada do BISQ-R e o Questionário do uso de telas. A tradução e adaptação do BISQ-R indicou um CVC de 0.95 para objetividade e precisão e 0.93 para clareza na escala final. O IVC total foi de 1.00, indicando interpretação aceitável. A consistência interna do BISQ-R foi de α de Crombach = 0.801 para a escala completa. Os bebês apresentaram pontuação geral de 79.7 (DP = 11.5) no BISQ-R indicando melhor qualidade de sono. A média te tempo total de sono foi de 512 minutos, sendo 339 minutos o maior tempo dormindo, 2.82 cochilos diurnos e 1.79 despertares noturnos. A exposição a telas indicou média de 12.7 minutos de uso geral, 36 minutos de uso passivo e 9.34 minutos de uso ativo. Calculado o teste de correção de Spearman não foram encontradas associações significativas entre o uso de mídias eletrônicas e qualidade de sono nos bebês, sugerindo que novos estudos com amostras maiores sejam conduzidos, assim como o uso de medições mais sensíveis para mensurar o tempo ativo e passivo a telas neste público. - DissertaçãoEfeitos de programa de intervenção para desenvolvimento de habilidades de leitura (fluência e compreensão) em alunos do 4º ao 9º ano do ensino fundamental em escolas públicasSilva, Carolina Sawaya de Andrada e (2025-03-27)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A proficiência de leitura envolve diferentes habilidades, incluindo compreensão e interpretação de textos. Sendo assim, a leitura é considerada uma habilidade complexa, que exige reconhecimento, automaticidade e compreensão de códigos de leitura. O objetivo do trabalho foi verificar indicadores de eficácia do Programa de Intervenção em Leitura Competente (PILC) sobre as habilidades de leitura (fluência e compreensão). A amostra do estudo foi composta por alunos entre 9 e 14 anos do Ensino Fundamental I e II, matriculados entre o 4º e o 9º ano de escolas públicas do Sul de Minas Gerais e seus respectivos professores. O número amostral foi de 273 alunos, que foram divididos em grupos experimentais e controle (quatro grupos, sendo dois grupos do Fundamental I – 4º a 5º ano – experimental e controle, e dois grupos do Fundamental II – 6º a 9º ano – experimental e controle). Os instrumentos de coleta de dados foram: Teste de Reconhecimento de Palavras e Pseudopalavras (TRP), Teste Cloze de Compreensão de Leitura (TCCL) e Testes de Fluência de Leitura (TFL). O procedimento de intervenção para estimulação de habilidades de leitura, focado em fluência e compreensão, foi o Programa de Intervenção em Leitura Competente (PILC), desenvolvido em estudo anterior. A intervenção teve duração de 8 semanas, com capacitação teórica, encontros quinzenais para feedback e orientação aos professores, durante o período de aplicação das 30 fichas de intervenção, ao longo do semestre letivo. Os resultados indicam que o Grupo Experimental (GE) apresentou maiores ganhos que o Grupo Controle (GC) em algumas medidas de compreensão leitora, fluência e reconhecimento de palavras. Porém na maioria das medidas não houve diferenças significativas entre os grupos e, em alguns casos, o GC superou o GE, especialmente em algumas métricas de erros em fluência e medidas de tempo. Os anos escolares em que houve maiores ganhos foram no 6º e 7º anos. Tais resultados sugerem que o programa de intervenção tem potencial para promover leitura, porém mais estudos são necessários, sendo sugerido aumento do tempo de intervenção. - DissertaçãoPicamalácia: perfil comportamental e nutricional em crianças e adolescente com transtornos do neurodesenvolvimentoSilva, Marina Isabela da (2025-02-14)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A Picamalácia caracteriza-se pela ingestão persistente de substâncias não comestíveis, frequentemente associada a distúrbios do neurodesenvolvimento, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Déficit Intelectual (DI). Trata-se de um transtorno pouco estudado, com etiologia ainda desconhecida, embora fatores nutricionais e neurobiológicos sejam frequentemente apontados. Este estudo transversal investigou as características comportamentais, alimentares e nutricionais de crianças e adolescentes diagnosticados com Picamalácia, além de explorar a relação entre os níveis plasmáticos de ferro e zinco com a gravidade dos comportamentos alimentares atípicos. Foram avaliados 80 participantes, sendo 40 no grupo Picamalácia e 40 no grupo controle, com idades entre 3 e 17 anos. Os instrumentos aplicados incluíram Questionário de Frequência Alimentar (QFA), Inventário de Problemas de Comportamento (BPI-01), Escala Labirinto de Avaliação de Comportamento Alimentar e Questionário do Comportamento Alimentar da Criança (CEBQ). Além disso, foram analisados os níveis plasmáticos de ferro, ferritina e zinco. Os resultados revelaram que a Picamalácia está associada à maior rigidez comportamental, menor habilidade nas refeições e níveis plasmáticos mais baixos de ferro e zinco no grupo Picamalácia. Escores mais elevados de comportamento autoagressivo também foram observados, refletindo padrões autolesivos. A deficiência de zinco correlacionou-se com alterações no comportamento alimentar e no consumo de substâncias não comestíveis. Os dados obtidos no presente estudo ampliam o conhecimento sobre o comportamento de crianças com Picamalácia e sugerem que a gravidade dos sintomas está associada a déficits de ferro e zinco.