Distúrbios do Desenvolvimento - Teses - CCBS Higienópolis
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Navegando Distúrbios do Desenvolvimento - Teses - CCBS Higienópolis por Orientador "Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz"
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- TeseDesenvolvimento, implementação e avaliação de um programa de treinamento parental para manejo de comportamentos de crianças e adolescentes com Síndrome de Prader-WilliMesquita, Maria Luiza Guedes de (2012-12-14)
Psicologia
A Síndrome de Prader-Willi (SPW) é uma doença genética cuja causa decorre da falta de expressão de genes da região cromossômica 15q11-13 paterna que sofrem o fenômeno de imprinting genômico. Os sintomas cardinais da doença são hipotonia neonatal e hiporreflexia nos primeiros seis meses de vida e posteriormente o desenvolvimento progressivo de hiperfagia, obesidade, problemas de comportamento e deficiência intelectual em níveis variados. Estudos apontam que, apesar do evidente envolvimento neurobiológico no padrão de hiperfagia e nas alterações comportamentais, continua sendo considerado prioritário o treinamento parental como uma das opções de intervenção mais adequadas para crianças e adolescentes com a síndrome. Práticas parentais adaptadas às principais demandas de cuidado da pessoa podem resultar não só em melhoras de problemas de comportamento desta, mas também na melhora de indicadores de relacionamento familiar e redução de problemas de saúde mental dos pais. O estudo teve como objetivo geral desenvolver, aplicar e avaliar a eficácia de um programa de treinamento parental para manejo de comportamentos de crianças e adolescentes com SPW. A amostra foi composta por cinco crianças/adolescentes com diagnóstico genético de SPW, na faixa etária de 6 a 16 anos e suas mães. Os instrumentos e procedimentos de coleta de dados foram: a) Questionário para verificação de conhecimentos das mães sobre a síndrome, b) Inventário de Comportamentos de Crianças e Adolescentes de 6 a 18 anos (CBCL/6-18); c) Inventário de Auto-avaliação para Adultos de 18 a 59 anos (ASR/18-59), d) Inventário de Estilos Parentais (IEP) - Práticas educativas maternas e paternas, e) Exame antropométrico de indicadores de peso corporal, f) Escala de Inteligência Wechsler para crianças WISC-III. O estudo foi realizado em quatro fases: avaliação pré-intervenção, intervenção, avaliação pós-intervenção e seguimento. Paralelamente à fase de intervenção do estudo foi conduzido um programa de intervenção nutricional tema de uma dissertação de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. Os dados provenientes da aplicação dos instrumentos de avaliação comportamental foram analisados por meio das padronizações específicas destes. Foram conduzidas análises descritivas dos dados mediante uso de tabelas e gráficos de frequência simples e comparação dos dados referentes às crianças, adolescentes e mães participantes entre as fases de pré-intervenção, pós-intervenção e seguimento. Os principais resultados apontaram que o grupo de crianças/adolescentes apresentou melhoras expressivas em todos os aspectos emocionais e comportamentais e indicadores de peso corporal (esses últimos associados predominantemente à intervenção nutricional). Indicadores de socialização não apresentaram na amostra a mesma melhora devido à obtenção inadequada de comida nesses ambientes de socialização. As mães passaram a adotar práticas parentais educativas baseadas na monitoria positiva, diminuíram ou extinguiram o uso de práticas de risco e reconheceram os efeitos prejudiciais do uso de práticas parentais negativas em relação ao manejo do filho. O estudo permitiu concluir que o grupo de mães apreendeu a identificar e manejar diversos fatores que prejudicavam a saúde física, o comportamento e a aprendizagem escolar dos filhos e a necessidade do envolvimento de pais, avós e irmãos no cuidado e manejo comportamental adequado do filho acometido pela síndrome. - TeseFatores associados à participação em atividades de lazer em famílias de crianças com deficiência intelectualLarizzatti, Marcos Fernando (2017-12-14)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A Deficiência Intelectual (DI) se associa com persistentes déficits em habilidades de funcionamento adaptativo em várias áreas. O uso da prática de atividades de lazer no manejo da DI, para promover bem-estar e estimular o funcionamento adaptativo de indivíduos com DI, tem recebido muita atenção recentemente sendo alvo de políticas públicas de saúde mental. O objetivo geral do estudo foi verificar e comparar fatores associados à prática e tipo de atividades de lazer em famílias de crianças e adolescentes com deficiência Intelectual (DI). Os objetivos específicos foram construir e fazer a validação de conteúdo de um questionário de lazer; identificar e comparar o tipo e quantidade de atividades de lazer e de tarefas domésticas realizadas por crianças e adolescentes com e sem DI; identificar fatores ambientais e familiares facilitadores e impeditivos para a prática do lazer em ambos grupos e verificar a influência da qualidade de vida e saúde mental de filhos e pais sobre a prática do lazer e sobre a participação em atividades domésticas. O estudo 1 adotou um desenho transversal com amostra não-probabilística composta por 124 pais e/ou cuidadores de 124 crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos (62 delas com DI e 62 com desenvolvimento neurotípico, pareados por sexo e idade). O estudo 2 adotou um desenho quase-experimental com medidas pré e pós. A amostra incluiu 30 famílias (15 famílias com crianças com DI e 15 famílias com filhos sem DI), selecionadas dos 124 participantes da amostra inicial. Os instrumentos de coleta de dados foram: a) Formulário de classificação socioeconômica familiar, b) Questionário de lazer, c) Children Helping Out – Responsibilities, Expectations and Supports (CHORES), d) Inventário de Auto-Avaliação para Adultos de 18 a 59 anos (ASR), e) Brief Problem Monitoring – Breve Monitor de Problemas. Formulário para Pais de Crianças entre 6 e 18 anos (BPM-p), f) Whoqol bref; g) Manual de Lazer. Os dados revelaram diferenças estatisticamente significativas entre os dois grupos. Os participantes do grupo controle mostraram melhores indicadores de participação em tarefas domésticas e atividades de lazer. Eles tiveram quase o dobro de participação se comparada ao grupo com DI. Os fatores impeditivos para a prática de lazer no grupo com DI foram a própria condição clínica, o medo do cuidador de a criança se machucar, falta de dinheiro e de tempo e cansaço. As variáveis preditoras de participação em atividades de lazer do grupo com DI foram os indicadores de funcionamento adaptativo (escalas de família e de amigos do ASR) e melhores indicadores de qualidade de vida no domínio psicológico, de acordo com relatado dos cuidadores (Whoqol bref). No estudo 2 os resultados não revelaram diferenças estatisticamente significativas entre as medidas pré e pós nas rotinas de prática de lazer das famílias, em decorrência do uso do manual, embora tenha sido constatado um pequeno aumento. Conclui-se a partir dos dados que a amostra com DI tem um índice baixo de participação em atividades de lazer e em tarefas domésticas o que provavelmente está interferindo na aquisição de diferentes habilidades precursoras de indicadores de funcionamento adaptativo nessas crianças e na qualidade de vida familiar destas. Foi testada a tese de que indicadores adequados de funcionamento familiar e social e de qualidade de vida parecem interferir na quantidade de participação em atividades de lazer e em tarefas domésticas das crianças com DI. - TeseImplantação e testagem de um modelo escalonado de avaliação de sinais precoces de autismo na atenção básica de saúdeRanalli, Nadia Maria Giaretta (2022-02-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Introdução: a identificação precoce de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) deve ocorrer nas ações de puericultura da Atenção Básica à Saúde. Entretanto, profissionais da saúde das Redes de Atenção à Saúde do país necessitam de ser devidamente capacitados sobre o transtorno e para uso de instrumentos de rastreamento de sinais de TEA, recomendados pelo Ministério de Saúde. Objetivos: desenvolver e implementar um curso de capacitação sobre marcos esperados de desenvolvimento e sobre TEA para profissionais da Atenção Básica à Saúde e testar um modelo escalonado de avaliação de indicadores precoces de TEA. Método: o desenho do estudo foi longitudinal com medidas repetidas e foi desenvolvido no município de Cotia, no estado de São Paulo. O estudo foi conduzido em seis fases ao longo de 30 meses. A amostra selecionada sob critérios de conveniência foi composta por dois grupos: a) 97 profissionais dos equipamentos Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Atenção Básica à Saúde, 87,23% são do sexo feminino com idade entre 27 e 63 anos (média=44,54; desvio padrão= 9,32), 12 auxiliares de enfermagem (5,30%), 46 técnicos de enfermagem (20,35%) e 39 enfermeiros (17,25%); b) 267 mães ou cuidadores principais de uma amostra elegível de 3601 crianças entre 16 e 57 meses atendidas nas ações de puericultura e vacinação das UBS. Os instrumentos de coleta de dados foram: Questionário para avaliação de conhecimentos sobre marcos de desenvolvimento típico e sinais precoces de alerta para TEA; Curso de capacitação sobre marcos esperados de desenvolvimento e sinais de alerta para TEA na 1ª infância; Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), Inventário de Comportamentos Autísticos (ICA) e questionário de avaliação de participação no estudo. Resultados: a média de acertos do questionário de avaliação de conhecimentos e práticas foi muito baixo, principalmente na parte de conhecimentos (média de acerto de 5,23 de 14 pontos na parte de conhecimentos e 5,64 de 8 pontos na parte prática). Os profissionais da enfermagem identificaram 67 crianças com risco para TEA (25,09% do total). Os profissionais da atenção básica acertaram 88% dos casos classificados como sem risco para TEA e acertaram somente 44% dos casos classificados com risco para TEA se comparado com a avaliação do especialista. A análise de razão de chance demonstrou que as classificações de risco para TEA realizadas pelos profissionais apresentaram 5,76 vezes mais chance de também receberem a mesma classificação na avaliação do especialista [X2(gl)=4,86; p=0.03]. As crianças do sexo masculino apresentaram 6,49 vezes mais chance de serem classificadas com risco para TEA em comparação com as crianças do sexo feminino [X2(gl)=5,68; p=0.02]. Conclusão: a maior parte do grupo manifestou despreparo para identificar sinais de TEA nas ações de puericultura. Os resultados da avaliação dos profissionais sobre a qualidade da capacitação e ações de suporte para uso do M-CHAT nas rotinas de puericultura e imunização mostraram resultados positivos para a implantação do modelo escalonado e 49% manifestaram ser favoráveis à manutenção do M-CHAT nas rotinas de puericultura. Entretanto, 28% deles mostraram resistência ao uso, revelando a necessidade de ações de conscientização sobre o tema na atenção básica à saúde, bem como a necessidade de que gestores deem continuidade a este modelo de avalição identificando estratégias e ações que minimizem a sobrecarga. - TeseA importância da integração do relato de múltiplos informantes associado a medidas de atenção e flexibilidade cognitiva na avaliação diagnóstica de crianças e adolescentes com transtorno de déficit de atenção/hiperatividadD'Almeida, Lara Caldas Medeiros de Sá Zandoná (2022-12-14)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Introdução: o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é o transtorno do neurodesenvolvimento mais comum da infância, caracterizado por um padrão persistente de desatenção/ ou hiperatividade/impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento pessoal. O TDAH pode acarretar comprometimentos em habilidades neurocognitivas e problemas emocionais e comportamentais (PEC) como ritmo cognitivo lento e sinais graves de comportamentos. Objetivos: comparar a associação entre habilidades de atenção e flexibilidade cognitiva com prejuízos atencionais e de hiperatividade em função do tipo de informante e comparar a associação entre indicadores de ritmo cognitivo lento e problemas emocionais e comportamentais graves em crianças e adolescentes com TDAH em função do tipo de informante. Método: o desenho do estudo foi transversal e utilizou dados secundários de crianças diagnosticadas com TDAH no Protocolo de Avaliação Neuropsicológica, Comportamental e Clínica de crianças e adolescentes com queixas de desatenção e hiperatividade do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento. A amostra foi composta por 42 crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos (30 meninos/71,43%; média=10,02; DP= 3,0) e seus respectivos pais e professores. Os instrumentos utilizados foram a anamnese, Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos (CBCL-6/18), Inventário de Comportamentos para Crianças e Adolescentes entre 6 e 18 anos (TRF/6-18), Inventário de Auto avaliação para Adolescentes de 11 a 18 anos (YSR/11-18), Teste de Atenção por Cancelamento (TAC), Teste de Atenção Concentrada (AC) e Teste Trilhas. Resultados: foi verificada uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a idade e o escore T da escala problemas de déficit de atenção e hiperatividades do TRF/6-18 (r=-0,36; p< 0,05) e correlação positiva estatisticamente significativa entre a idade e os escores T do TAC (r= 0,62; p< 0,01) e do teste de AC (r=0,57; p< 0,05). O escore bruto do teste Trilhas parte A se correlacionou significativamente e negativamente somente com o escore T da escala de problemas de atenção do CBCL/6-18 (r=-0,52; p<0,05). O escore bruto do teste Trilhas parte B se correlacionou significativamente e negativamente com os escores T da escala de problemas de atenção e da escala problemas de déficit de atenção e hiperatividade do TRF/6-18 (r=- 0,76; p< 0,01) e (r=-0,62; p< 0,01). Não foram obtidas correlações significativas entre os Itens Críticos do CBCL e TRF e o escore T da escala de Ritmo Cognitivo Lento do CBCL/6- 18 e TRF/6-18. A validade incremental dos sinais de ritmo cognitivo lento de acordo com múltiplos informantes para predição de habilidades atencionais não identificou variáveis com significância estatística para predizer o desempenho atencional e flexibilidade cognitiva nas regressões testadas. Contudo, observou-se que em todos os casos, a inclusão das escalas do TRF/6-18 contribuiu para a predição das variáveis dependentes, para além do que era explicado somente pelas escalas do CBCL/6-18. Os resultados encontrados mostraram que a utilização de múltiplos informantes, principalmente a informação do professor, é uma parte fundamental do processo de avaliação diagnóstica. Verificou-se um potencial poder preditivo do relato de múltiplos informantes sobre os resultados em testes de avaliação neurocognitiva, apesar das limitações deste estudo em função de número amostral pequeno. - TeseMapeamento da intersetorialidade entre serviços educacionais e serviços de saúde mental públicos destinados a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista na cidade de Niterói-RJSiqueira, Leni Porto Costa (2021-05-14)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A intersetorialidade é uma das diretrizes das políticas públicas brasileiras na atenção de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo geral do estudo foi mapear os serviços educacionais e de saúde mental recebidos por crianças e adolescentes com TEA e verificar indicadores de ações de intersetorialidade entre esses serviços de acordo com o relato de profissionais e pais no município de Niterói, estado do Rio de Janeiro (RJ). O desenho do estudo foi transversal com amostra de conveniência. A rede municipal de educação do município tem 49 escolas de EF I e II. Em 2019, 45 escolas tinham 203 alunos com TEA matriculados, dos quais 123 (perda amostral de 39,40%) fizeram parte do estudo. A amostra foi composta por 118 pais de crianças e adolescentes com TEA, os respectivos 49 professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e 24 profissionais dos serviços públicos de saúde mental. Os instrumentos de coleta de dados foram i) Formulário de classificação socioeconômica familiar; ii) Três versões de questionários destinados a pais, professores do AEE e profissionais da saúde mental para averiguar o uso e tipos de serviços educacionais e de saúde mental recebidos pelas crianças e adolescentes e indicadores de ações de intersetorialidade entre esses serviços de acordo com o relato dos profissionais e pais; iii) Versão Brasileira do Behavior Problems Inventory (BPI-01/ Inventário de Problemas Comportamentais) para avaliar frequência e gravidade de comportamentos de agressividade, autoagressividade e estereotipias. A coleta de dados foi realizada entre 2019 e 2020 e adotou um modelo híbrido presencial e online, devido à Pandemia por COVID-19. Foram conduzidas análises descritivas e cálculo do coeficiente de concordância de Kappa para testar concordância entre informantes para verificação de ações de intersetorialidade entre serviços educacionais e de saúde mental. Os principais resultados mostraram um predomínio de estereotipias comportamentais (média=25,24; dp=19,51), 77,23% das crianças e adolescentes fazem uso de medicação, sendo os antipsicóticos atípicos os mais utilizados (71,57%). O uso dos serviços de saúde mental mais frequente foi uma vez por semana para a maior parte dos profissionais nas modalidades individual (66,66%) e grupal (56,86%). Verificou-se que 84,31% dos profissionais da saúde mental referiram a estimulação da socialização como tipo de intervenção oferecida com maior frequência seguida das estimulações voltadas para habilidades de cognição social e teoria da mente (80,39%) e linguagem e comunicação social (82,35%). Do total de 123 professores de AEE, 99,18% referiram a estimulação de habilidades de linguagem, comunicação social e uso de pistas visuais como estratégias de suporte pedagógico oferecidas com maior frequência seguida das estimulações voltadas para socialização (96,74%) e habilidades da vida diária (91.05%). A comparação de respostas dos professores do AEE com as dos profissionais da saúde sobre a escola e o serviço de saúde que recebem mostrou que 73,98% dos professores desconhecem o serviço de saúde e 56,86% dos profissionais da saúde desconhecem a escola. Sobre as ações integradas de intervenção entre AEE e serviços de saúde verificou-se que 35,29% dos professores e 41,17% dos profissionais da saúde reportam que o professor do AEE nunca fez contato com o profissional da saúde. O contato inverso (profissionais da saúde contatando os professores de AEE para ações de integração) mostrou que 64,70% dos professores informaram que nunca foram contatados pelos profissionais da saúde e 47,17% destes profissionais informaram nunca contatar os professores de AEE. O coeficiente de concordância de Kappa revelou concordância baixa estatisticamente significante (K=0,25, p=0,01), entre professores e profissionais da saúde relativo a não se comunicarem para solicitações de orientações de manejo da criança. Conclui-se que a maior parte dos serviços oferecidos relatados pelos informantes indica que são utilizadas intervenções baseadas em evidências, mas as ações de intersetorialidade entre esses serviços são praticamente inexistentes no município. - TesePapel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a saúde mental de adolescentes: estudo longitudinalRodriguez, Juliana Dalla Martha (2023-10-03)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O trabalho na adolescência é uma realidade no Brasil, principalmente para adolescentes de menor condição socioeconômica. Os adolescentes ingressam no mercado de trabalho por meio da aprendizagem profissional, política pública que busca minimizar a desigualdade social. A inserção no mercado de trabalho pode acarretar mudanças emocionais, comportamentais e sociais na vida dos adolescentes. Estudos indicam fatores positivos e negativos no trabalho durante a adolescência. No Brasil, há um número limitado de pesquisas que avaliem os impactos na saúde mental de adolescentes de 14 a 19 anos que estejam cursando o ensino médio e iniciaram no mercado de trabalho. Do mesmo modo, não foram identificados estudos nacionais avaliando o impacto do trabalho, na condição de aprendiz, e possíveis preditores da trajetória da saúde mental do adolescente ao longo do tempo. O objetivo do estudo foi identificar o papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e a satisfação no trabalho sobre a saúde mental dos adolescentes. Trata-se de um estudo longitudinal com medidas coletadas em três tempos ao longo de 18 meses. A amostra foi composta por 119 adolescentes de 14 a 19 anos de ambos os sexos, cursando o ensino médio e matriculados Programa de Aprendizagem Profissional em diversos municípios do estado de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram o questionário de caracterização sociodemográfica, Critério Brasil, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), Escala de Autoeficácia Ocupacional (EAO) e Escala de satisfação no Trabalho (EST- R). Para investigar a diferença na média da saúde mental dos adolescentes matriculados em um programa de aprendizagem profissional desde o início até o final das atividades laborais foi utilizada a Anova de medidas repetidas. O modelo de curva de crescimento latente foi utilizado para verificar a trajetória ao longo do tempo e o papel preditivo das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a variação temporal da saúde mental. Os resultados indicaram que houve diferenças estatisticamente significativas nos escores de saúde mental ao longo do tempo (F (2, 118) = 18,347, p < 0,001; η2p = 0,135). Análises post-hoc de Bonferroni revelaram que houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental no tempo 2 (M = 12,30; DP = 6,03), em comparação com o tempo 1 (M = 9,70; DP = 5,93; p < 0,001; d = 0,759). Ainda, os resultados mostraram que os escores do tempo 3 (M = 11,39; DP = 5,67) foram maiores que os resultados do tempo 1 (p < 0,001; d = 0,500). O tempo de ingresso no mercado de trabalho teve um impacto significativo nas pontuações de saúde mental. Especificamente, houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental nos primeiros nove meses após o início das atividades laborais, em comparação com o período em que não haviam iniciado as atividades laborais. O modelo de curva de crescimento latente conseguiu explicar 30% da variância no intercepto, o que significa que esses fatores conseguiram explicar parte das diferenças iniciais no nível de saúde mental na amostra estudada. O nível de saúde mental inicial não impactou na variação temporal da saúde mental. Os resultados indicam que os fatores individuais, como sexo, idade e autoeficácia ocupacional, são preditores significativos do nível médio de saúde mental. A autoeficácia ocupacional apresentou uma relação inversa, indicando que à medida que diminui, a saúde mental tende a diminuir. Adolescentes do sexo feminino apresentaram piores níveis de saúde mental em todos os momentos do estudo em comparação com os adolescentes do sexo masculino. Os resultados indicaram que os adolescentes mais jovens tinham piores níveis de saúde mental em comparação com os mais velhos, com os adolescentes de 15 anos apresentando os piores níveis de saúde mental ao longo do tempo. No geral, essas descobertas contribuem para nossa compreensão acerca dos impactos do trabalho na saúde mental dos adolescentes possibilitando direcionar as políticas públicas para essa população. Além da capacitação profissional para o desempenho das atividades laborais e melhores chances de empregabilidade futura dos adolescentes, os programas de aprendizagem poderiam reforçar a formação socioemocional, fortalecendo competências que possibilitem aos adolescentes gerenciarem e enfrentarem os desafios da vida laboral e o desenvolvimento de atitudes positivas de si mesmo e de sua capacidade para o trabalho. - TeseTreino de consciência fonológica e intervenção comportamental em ambientes familiar e escolar de crianças com síndrome de WilliamsLima, Solange de Freitas Branco (2015-08-10)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
The Williams Syndrome (WS) is a disease caused by a deletion in the long arm of chromosome 7 in the region q11.23. Individuals with the syndrome have specific characteristics that interfere in school and social adaptive functioning. Early interventions that require training focused in these areas are recommended for this group. The study’s objective is to evaluate the impact of multimodal program a phonological training and management of behavioral patterns of inattention and hyperactivity/ impulsiveness of a group of children with Williams syndrome. They participated four children with diagnostic confirmation for the syndrome, four mothers and four teachers of their children, totaling 12 participants. The data collection instruments were: a) Phonological Awareness Test by Oral Production (PAT-OP); b) The Child Behavior Checklist for Ages 6-18 and the Teacher’s Report Form for Ages 6-18 (CBCL-6/18 and TRF 6/18); c) Parental Style Inventory (PSI); d) observation Registration behavior problems and appropriate behavior in the classroom; e) Questionnaire for verifying general knowledge of teachers; f) Evaluation of literacy level by the application of words and false Word Reading Competence Test (WRCT) and the Brazil Little Test. The study was developed in four phases: Phase I: Initial evaluation; Phase II: Implementation of the training program for teachers and parents (guide as to behavioral management) and phonological awareness training of children; Phase III: post-intervention evaluation; Phase IV: a segment after six months after the end of the intervention. In the principal results of the assessment of internalizing, externalizing and total problems between phases 1 and 4 of CBCL-6/18, C1 shown a decrease of emotional difficulties and behavioral problems indicators. The results of TRF-6/18 indicated that, although there was also improved, it was not homogeneous. In the total scores of PAT-OP, C1 and C2 obtained a better score in phases 2 and 4. C3 and C4 best score obtained in phases 2, 3, but the phase 4 was better for phase 2. The results obtained by standardizing the WRCT test were different as each child. In conclusion, that the training programs used to make the group of parents and teachers were viable in terms of deployment possibilities. The programs had a positive impact on the acquisition of adaptive behavior and improvement in children’s behavioral difficulties. However, in the familiar and educational context it was verified that in the intervention of these four children was an inconstant use of the orientations and neither all strategies were adopted systematically by the mothers during the study period. Increasing in indicators of phonologic awareness were verified from the performance in rhyme and syllable synthesis tasks. Another data referent to writing and reading competence also indicated that the children who received PA training presented in the study’s last phase skills indicators to decode false words, to varying degrees. The performance of participants C2, C3 and C4 in relation to C1 it was superior in the Brazil Little Test.