Mapeamento da intersetorialidade entre serviços educacionais e serviços de saúde mental públicos destinados a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista na cidade de Niterói-RJ
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Tipo
Tese
Data de publicação
2021-05-14
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Siqueira, Leni Porto Costa
Orientador
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Paula, Cristiane Silvestre de
Schmidt, Carlo
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Lowenthal, Rosane
Schmidt, Carlo
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Lowenthal, Rosane
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
A intersetorialidade é uma das diretrizes das políticas públicas brasileiras na atenção de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo geral do estudo foi mapear os serviços educacionais e de saúde mental recebidos por crianças e adolescentes com TEA e verificar indicadores de ações de intersetorialidade entre esses serviços de acordo com o relato de profissionais e pais no município de Niterói, estado do Rio de Janeiro (RJ). O desenho do estudo foi transversal com amostra de conveniência. A rede municipal de educação do município tem 49 escolas de EF I e II. Em 2019, 45 escolas tinham 203 alunos com TEA matriculados, dos quais 123 (perda amostral de 39,40%) fizeram parte do estudo. A amostra foi
composta por 118 pais de crianças e adolescentes com TEA, os respectivos 49 professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e 24 profissionais dos serviços públicos de saúde mental. Os instrumentos de coleta de dados foram i) Formulário de classificação socioeconômica familiar; ii) Três versões de questionários destinados a pais, professores do AEE e profissionais da saúde mental para averiguar o uso e tipos de serviços educacionais e de saúde mental recebidos pelas crianças e adolescentes e indicadores de ações de intersetorialidade entre esses serviços de acordo com o relato dos profissionais e pais; iii)
Versão Brasileira do Behavior Problems Inventory (BPI-01/ Inventário de Problemas Comportamentais) para avaliar frequência e gravidade de comportamentos de agressividade, autoagressividade e estereotipias. A coleta de dados foi realizada entre 2019 e 2020 e adotou um modelo híbrido presencial e online, devido à Pandemia por COVID-19. Foram conduzidas análises descritivas e cálculo do coeficiente de concordância de Kappa para testar concordância entre informantes para verificação de ações de intersetorialidade entre serviços educacionais e de saúde mental. Os principais resultados mostraram um predomínio de estereotipias
comportamentais (média=25,24; dp=19,51), 77,23% das crianças e adolescentes fazem uso de medicação, sendo os antipsicóticos atípicos os mais utilizados (71,57%). O uso dos serviços de saúde mental mais frequente foi uma vez por semana para a maior parte dos profissionais nas modalidades individual (66,66%) e grupal (56,86%). Verificou-se que 84,31% dos profissionais da saúde mental referiram a estimulação da socialização como tipo de intervenção oferecida com maior frequência seguida das estimulações voltadas para habilidades de cognição social e teoria da mente (80,39%) e linguagem e comunicação social (82,35%). Do total de 123 professores de AEE, 99,18% referiram a estimulação de habilidades de linguagem,
comunicação social e uso de pistas visuais como estratégias de suporte pedagógico oferecidas com maior frequência seguida das estimulações voltadas para socialização (96,74%) e habilidades da vida diária (91.05%). A comparação de respostas dos professores do AEE com as dos profissionais da saúde sobre a escola e o serviço de saúde que recebem mostrou que 73,98% dos professores desconhecem o serviço de saúde e 56,86% dos profissionais da saúde desconhecem a escola. Sobre as ações integradas de intervenção entre AEE e serviços de saúde verificou-se que 35,29% dos professores e 41,17% dos profissionais da saúde reportam que o professor do AEE nunca fez contato com o profissional da saúde. O contato inverso
(profissionais da saúde contatando os professores de AEE para ações de integração) mostrou que 64,70% dos professores informaram que nunca foram contatados pelos profissionais da saúde e 47,17% destes profissionais informaram nunca contatar os professores de AEE. O coeficiente de concordância de Kappa revelou concordância baixa estatisticamente significante (K=0,25, p=0,01), entre professores e profissionais da saúde relativo a não se comunicarem para solicitações de orientações de manejo da criança. Conclui-se que a maior parte dos serviços oferecidos relatados pelos informantes indica que são utilizadas intervenções baseadas em evidências, mas as ações de intersetorialidade entre esses serviços são praticamente inexistentes no município.
Descrição
Palavras-chave
transtorno do espectro autista , pais , saúde mental , educação , intersetorialidade
Assuntos Scopus
Citação
SIQUEIRA, Leni Porto Costa. Mapeamento da intersetorialidade entre serviços educacionais e serviços de saúde mental públicos destinados a crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista na cidade de Niterói-RJ. 2021. 140 f. Tese (Doutorado em Distúrbios do Desenvolvimento) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2021.