Distúrbios do Desenvolvimento - Teses - CCBS Higienópolis

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  • Tese
    Papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a saúde mental de adolescentes: estudo longitudinal
    Rodriguez, Juliana Dalla Martha (2023-10-03)

    Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)

    O trabalho na adolescência é uma realidade no Brasil, principalmente para adolescentes de menor condição socioeconômica. Os adolescentes ingressam no mercado de trabalho por meio da aprendizagem profissional, política pública que busca minimizar a desigualdade social. A inserção no mercado de trabalho pode acarretar mudanças emocionais, comportamentais e sociais na vida dos adolescentes. Estudos indicam fatores positivos e negativos no trabalho durante a adolescência. No Brasil, há um número limitado de pesquisas que avaliem os impactos na saúde mental de adolescentes de 14 a 19 anos que estejam cursando o ensino médio e iniciaram no mercado de trabalho. Do mesmo modo, não foram identificados estudos nacionais avaliando o impacto do trabalho, na condição de aprendiz, e possíveis preditores da trajetória da saúde mental do adolescente ao longo do tempo. O objetivo do estudo foi identificar o papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e a satisfação no trabalho sobre a saúde mental dos adolescentes. Trata-se de um estudo longitudinal com medidas coletadas em três tempos ao longo de 18 meses. A amostra foi composta por 119 adolescentes de 14 a 19 anos de ambos os sexos, cursando o ensino médio e matriculados Programa de Aprendizagem Profissional em diversos municípios do estado de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram o questionário de caracterização sociodemográfica, Critério Brasil, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), Escala de Autoeficácia Ocupacional (EAO) e Escala de satisfação no Trabalho (EST- R). Para investigar a diferença na média da saúde mental dos adolescentes matriculados em um programa de aprendizagem profissional desde o início até o final das atividades laborais foi utilizada a Anova de medidas repetidas. O modelo de curva de crescimento latente foi utilizado para verificar a trajetória ao longo do tempo e o papel preditivo das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a variação temporal da saúde mental. Os resultados indicaram que houve diferenças estatisticamente significativas nos escores de saúde mental ao longo do tempo (F (2, 118) = 18,347, p < 0,001; η2p = 0,135). Análises post-hoc de Bonferroni revelaram que houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental no tempo 2 (M = 12,30; DP = 6,03), em comparação com o tempo 1 (M = 9,70; DP = 5,93; p < 0,001; d = 0,759). Ainda, os resultados mostraram que os escores do tempo 3 (M = 11,39; DP = 5,67) foram maiores que os resultados do tempo 1 (p < 0,001; d = 0,500). O tempo de ingresso no mercado de trabalho teve um impacto significativo nas pontuações de saúde mental. Especificamente, houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental nos primeiros nove meses após o início das atividades laborais, em comparação com o período em que não haviam iniciado as atividades laborais. O modelo de curva de crescimento latente conseguiu explicar 30% da variância no intercepto, o que significa que esses fatores conseguiram explicar parte das diferenças iniciais no nível de saúde mental na amostra estudada. O nível de saúde mental inicial não impactou na variação temporal da saúde mental. Os resultados indicam que os fatores individuais, como sexo, idade e autoeficácia ocupacional, são preditores significativos do nível médio de saúde mental. A autoeficácia ocupacional apresentou uma relação inversa, indicando que à medida que diminui, a saúde mental tende a diminuir. Adolescentes do sexo feminino apresentaram piores níveis de saúde mental em todos os momentos do estudo em comparação com os adolescentes do sexo masculino. Os resultados indicaram que os adolescentes mais jovens tinham piores níveis de saúde mental em comparação com os mais velhos, com os adolescentes de 15 anos apresentando os piores níveis de saúde mental ao longo do tempo. No geral, essas descobertas contribuem para nossa compreensão acerca dos impactos do trabalho na saúde mental dos adolescentes possibilitando direcionar as políticas públicas para essa população. Além da capacitação profissional para o desempenho das atividades laborais e melhores chances de empregabilidade futura dos adolescentes, os programas de aprendizagem poderiam reforçar a formação socioemocional, fortalecendo competências que possibilitem aos adolescentes gerenciarem e enfrentarem os desafios da vida laboral e o desenvolvimento de atitudes positivas de si mesmo e de sua capacidade para o trabalho.
  • Tese
    Paralisia cerebral: perfil do atendimento terapêutico no modelo centrado na família
    Torres, Camila Evelyn Albues Melo (2023-05-25)

    Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)

    O conceito de cuidado centrado na família, aborda a parceria "com" os familiares, ao em vez, de fazer "para" ou "por" eles, colocando os pais como protagonista da reabilitação, e a equipe como agentes facilitadores e parceiros; empoderando e auxiliando na propagação dos saberes; tornando-os familiares aptos a serem especialistas nas tomadas decisões na vida do seu filho. Investigar o perfil do atendimento de pessoas com paralisia cerebral (PC) no modelo de intervenção terapêutica centrada na família. Foram incluídas 60 famílias de crianças e adolescentes entre 1 (um) a 18 anos com o diagnóstico clínico de PC, nas regiões centro–oeste e sudeste do Brasil. Os responsáveis responderam dois questionários, sendo um sobre os dados gerais do paciente e do responsável e o outro sobre o instrumento Measure of Processes of Care (MPOC-20), aplicado para verificar a percepções dos pais sobre os serviços prestados aos seus filhos. Foram realizadas analises descritivas das variáveis sociodemográficas, socioeconômicas e de status funcional da criança; assim como análises descritivas dos domínio da MPOC-20, as médias de cada domínio dentro de cada questionário, foram comparadas com variáveis de interesse; sendo utilizado o teste Mann-Whitney, bem como análise da variância não paramétrica de KruskalWallis e Friedman; as correlações utilizadas constituíram as lineares de Spearman para os domínios dois a dois. As variáveis de interesse foram calculadas com intervalos com 95% de confiança. As pontuações médias dos domínios da MPOC-20 variaram de 4,5 a 5,94; os pais deram pontuações mais altas para cuidado respeitoso e solidário (RS) com (média=5,94), cuidado integral (média=5,91) e capacitação parceria (média=5,60). Foi observado que as famílias necessitam de informações gerais e informações específicas sobre a criança, no estudo fica claro que os pais têm acesso às especialidades terapêuticas e que construíram uma relação família-terapeuta-paciente de forma a ser prestada com cuidados respeitosos e solidários. Concluindo deste modo que, as famílias sabem da importância da identificação dos pontos fortes e limitações dos serviços de reabilitação pediátrica.
  • Tese
    Construção de uma trilha informativa de suporte à inclusão de alunos com TEA, para professores do ensino fundamental: indicadores de efetividade
    Saad , Andressa Gouveia de Faria (2023-07-08)

    Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)

    O direito de alunos com deficiência frequentarem escolas regulares é garantido por lei em nosso país. Ao mesmo tempo, em que a inclusão escolar ainda representa um grande desafio para os profissionais da educação, da saúde, famílias e sociedade. Este estudo teve como objetivo de construir, validar o conteúdo, implementar e testar a viabilidade de uma Trilha digital informativa de apoio a professores e equipe escolar do Ensino Fundamental I e II no processo de inclusão escolar de alunos com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA). Os conteúdos foram desenvolvidos com o intuito de fornecer informação de qualidade, baseadas em evidências científicas, em linguagem acessível, promovendo envolvimento, motivação e engajamento dos usuários, em específico, professores e profissionais da equipe escolar. A Trilha foi composta por seis módulos com os seguintes temas: 1: A importância da Educação Inclusiva; 2: Os Transtornos do Neurodesenvolvimento; 3: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA); 4: O papel da comunidade escolar na inclusão de alunos com TEA; 5: Promovendo a Aprendizagem de alunos com TEA; 6: Dividindo experiências e multiplicando saberes. E a pesquisa foi estruturada em dois estudos: Estudo 1: Validade de conteúdo como indicador de efetividade e Estudo 2: Verificação de indicadores de efetividade e aplicabilidade. Para o Estudo 1 a Trilha foi organizada em formato de e-book e enviada a 5 juízes especialistas juntamente com um checklist para verificação da validade de conteúdo, em relação a três critérios: Objetividade, Clareza e Precisão. Foi realizada a análise descritiva para as categorias de respostas de cada avaliador. Os resultados do Estudo 1 evidenciaram que houve concordância dos avaliadores na dimensão de objetividade (0,8211). Também houve concordância similar nas dimensões de clareza (0,7947) e precisão (0,7737). Podemos concluir que existe um alto percentual de concordância total em relação ao conteúdo. Para o Estudo 2: Os conteúdos foram disponibilizados aos usuários, pela plataforma Google Classroom, de maneira assíncrona e instrucional. Os indicadores de efetividade e aplicabilidade foram avaliados a partir das respostas dos usuários coletados por meio de dois questionários autoaplicados: na primeira etapa foram registradas as inscrições de 315 interessados e 93 deles responderam ao Questionário 1. Posteriormente, percorreram a trilha informativa, e 34 deles finalizaram o treinamento e responderam ao Questionário 2. Os dados obtidos foram submetidos à análise quantitativa. Os resultados evidenciaram que a Trilha teve uma boa aceitação pelos usuários. A totalidade dos participantes confirmou que o conteúdo abordado na Trilha teria uma contribuição positiva para sua atuação futura com alunos com TEA. Todos os participantes (100%) responderam que recomendaria a realização da Trilha para colegas de profissão. 23,5% dos participantes manifestaram que ao repensarem sua atuação com alunos com TEA, mudariam sua atitude totalmente, e 70,6% manifestaram que mudaria sua atitude em alguns aspectos, inferindo que os conteúdos tiveram impacto em sua atuação. Os objetivos propostos por esta pesquisa foram alcançados na medida em que os conteúdos foram validados pelos juízes especialistas, bem como a efetividade e aplicabilidade foram bem avaliadas pelos usuários. Tais resultados podem contribuir para esclarecer sobre os avanços e as limitações da formação e das práticas dos professores, atores centrais na promoção da inclusão escolar de alunos com TEA e assim colaborar com pesquisas que promovam o uso de evidências científicas para a melhoria da formação continuada destes profissionais e das políticas educativas.
  • Tese
    Efeito de um protocolo de fisioterapia com uso de jogo eletrônico controlado por dispositivo vestível para tratamento de crianças com pé torto congênito
    Ferreira, Daniel Rogerio De Matos Jorge (2023-05-12)

    Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)

    O jogo sério pode ser uma estratégia de reabilitação motora com entretenimento, enredo, competição e recompensas. O presente estudo teve por objetivo desenvolver e testar a usabilidade e aplicabilidade de um sistema de reabilitação de membros inferiores baseado em jogo eletrônico controlado por dispositivo vestível para reabilitação motora. O estudo foi dividido em três partes: 1- Elaboração do jogo e da tecnologia vestível, 2- Estudo de série de casos com crianças típicas e 3- Estudo de caso com uma criança com PTC. A elaboração do jogo e da tecnologia vestível trouxe como resultado a criação do Jogo Acelera e do dispositivo vestível com sensor acelerômetro e microcontrolador Arduino Uno para coleta de dados. A coleta de dados para as fases 2 e 3 ocorreu com uma fase de avaliação de: força (dinamômetro), equilíbrio (teste KTK), amplitude de movimento e desempenho do jogo (solução de tecnologia vestível). Em seguida, foram propostas sessões de uso do jogo para posterior reavaliação. O resultado da utilização do jogo Acelera em crianças típicas e crianças com PTC aumentou os valores de equilíbrio, amplitude de movimento do tornozelo, força do tornozelo e desempenho do jogo quando comparado os resultados pré-jogo e pós-jogo. A solução tecnológica de jogo eletrônico controlado por dispositivo vestível pode ser testada em vários públicos, uma vez que apresentou resultados para crianças típica e com PTC. Conclui-se que a solução tecnológica de jogo eletrônico controlado por dispositivo vestível melhorou equilíbrio, amplitude de movimento, força e desempenho da criança com PTC e das crianças típicas.
  • Tese
    Autoestigma de mães de estudantes com transtorno do espectro autista do município de Niterói – Rio de Janeiro
    Lima, Claudete Veiga De (2022-08-09)

    Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)

    O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pelo comprometimento do desenvolvimento das habilidades de comunicação social e por padrões de comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. O estigma e o preconceito impactam negativamente a vida de indivíduos com TEA, assim como a de seus familiares. Denomina-se estigma associado ou de cortesia a experiência de estigmatização social por associação a uma pessoa estigmatizada. O objetivo deste estudo foi descrever os níveis de autoestigma entre mães/cuidadores de crianças com TEA e correlacionar com sua saúde mental, apoio social recebido e qualidade de vida. Para o estudo foram entrevistadas 122 mães/cuidadores de crianças matriculadas na rede municipal de educação do município de Niterói, que responderam aos seguintes questionários: 1) questionário sociodemográfico familiar, 2) Questionário de saúde mental das mães/cuidadores (SQR-20), 3) Escala de Autoestigma entre Cuidadores, 4) Grau de desafio e estresse no cuidado do filho com TEA, e 5) Qualidade de vida e nível de apoio social de mães/cuidadores. A análise de dados envolveu análises descritivas e correlacionais (Teste t independente, Correlação de Pearson e de Spearman). Os resultados apontaram que os maiores desafios em relação ao cuidado dos seus filhos são: muito esforço para controlar os sintomas do filho, e a melhora ou a piora da sintomatologia TEA ser determinada por suas próprias ações. Em relação ao estresse no cuidado, as mães/cuidadores relataram preocupação com segurança e os comportamentos desafiadores dos filhos. Os achados das análises correlacionais revelaram que maiores índices de autoestigma das mães/cuidadores foi maior entre aquelas com: (1) mais problemas de saúde mental, (2) mais estresse relacionado aos desafios de habilidades de vida diária dos filhos, (3) menor compreensão em ter filho/filha com TEA (pior qualidade de vida), e (4) menos bem-estar (pior qualidade de vida). Conclui-se que são diversos os desafios cotidianos enfrentados pelas mães/cuidadores de indivíduos com TEA, e que sua autoestigma está associada a fatores pessoais e de sua experiência no cuidado com os filhos, indicando que para além da assistência as pessoas com TEA, programas e intervenções devem abarcar também apoio aos familiares.