Implantação e testagem de um modelo escalonado de avaliação de sinais precoces de autismo na atenção básica de saúde

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Tipo
Tese
Data de publicação
2022-02-17
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Ranalli, Nadia Maria Giaretta
Orientador
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Orsatti, Fernanda Tebexreni
Araújo, Ceres Alves de
Ribeiro, Miriam Oliveira
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
Introdução: a identificação precoce de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) deve ocorrer nas ações de puericultura da Atenção Básica à Saúde. Entretanto, profissionais da saúde das Redes de Atenção à Saúde do país necessitam de ser devidamente capacitados sobre o transtorno e para uso de instrumentos de rastreamento de sinais de TEA, recomendados pelo Ministério de Saúde. Objetivos: desenvolver e implementar um curso de capacitação sobre marcos esperados de desenvolvimento e sobre TEA para profissionais da Atenção Básica à Saúde e testar um modelo escalonado de avaliação de indicadores precoces de TEA. Método: o desenho do estudo foi longitudinal com medidas repetidas e foi desenvolvido no município de Cotia, no estado de São Paulo. O estudo foi conduzido em seis fases ao longo de 30 meses. A amostra selecionada sob critérios de conveniência foi composta por dois grupos: a) 97 profissionais dos equipamentos Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Atenção Básica à Saúde, 87,23% são do sexo feminino com idade entre 27 e 63 anos (média=44,54; desvio padrão= 9,32), 12 auxiliares de enfermagem (5,30%), 46 técnicos de enfermagem (20,35%) e 39 enfermeiros (17,25%); b) 267 mães ou cuidadores principais de uma amostra elegível de 3601 crianças entre 16 e 57 meses atendidas nas ações de puericultura e vacinação das UBS. Os instrumentos de coleta de dados foram: Questionário para avaliação de conhecimentos sobre marcos de desenvolvimento típico e sinais precoces de alerta para TEA; Curso de capacitação sobre marcos esperados de desenvolvimento e sinais de alerta para TEA na 1ª infância; Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT), Inventário de Comportamentos Autísticos (ICA) e questionário de avaliação de participação no estudo. Resultados: a média de acertos do questionário de avaliação de conhecimentos e práticas foi muito baixo, principalmente na parte de conhecimentos (média de acerto de 5,23 de 14 pontos na parte de conhecimentos e 5,64 de 8 pontos na parte prática). Os profissionais da enfermagem identificaram 67 crianças com risco para TEA (25,09% do total). Os profissionais da atenção básica acertaram 88% dos casos classificados como sem risco para TEA e acertaram somente 44% dos casos classificados com risco para TEA se comparado com a avaliação do especialista. A análise de razão de chance demonstrou que as classificações de risco para TEA realizadas pelos profissionais apresentaram 5,76 vezes mais chance de também receberem a mesma classificação na avaliação do especialista [X2(gl)=4,86; p=0.03]. As crianças do sexo masculino apresentaram 6,49 vezes mais chance de serem classificadas com risco para TEA em comparação com as crianças do sexo feminino [X2(gl)=5,68; p=0.02]. Conclusão: a maior parte do grupo manifestou despreparo para identificar sinais de TEA nas ações de puericultura. Os resultados da avaliação dos profissionais sobre a qualidade da capacitação e ações de suporte para uso do M-CHAT nas rotinas de puericultura e imunização mostraram resultados positivos para a implantação do modelo escalonado e 49% manifestaram ser favoráveis à manutenção do M-CHAT nas rotinas de puericultura. Entretanto, 28% deles mostraram resistência ao uso, revelando a necessidade de ações de conscientização sobre o tema na atenção básica à saúde, bem como a necessidade de que gestores deem continuidade a este modelo de avalição identificando estratégias e ações que minimizem a sobrecarga.
Descrição
Palavras-chave
autismo , M-CHAT , atenção básica à saúde , enfermagem
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