Educação, Arte e História da Cultura - Teses - CEFT Higienópolis

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  • Tese
    Aisthesis: vestígios sobre produção e ativação da estesia
    Carvalho, Leonardo Birche de (2024-06-26)

    Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)

    A palavra grega aisthesis, que pode ser traduzida como percepção sensível, recebeu desde a Era Antiga o olhar de diversos teóricos, principalmente da filosofia, que nela viam as bases para a construção do conhecimento, ou da interação do indivíduo com o mundo, ou ainda sobre a reação do sujeito frente a uma experiência. A partir do iluminismo, aisthesis dá origem a uma ciência específica pelas mãos de Alexander Baumgarten (1993), que define a nova ciência como estética, uma ciência da percepção sensível, entendendo-a em sua totalidade e autonomia. Desde então, a aisthesis é retomada por pensadores interessados nas formas de interação e experiência dos indivíduos com as obras de arte, como podese observar em Immanuel Kant (2016, 2020), Liev Vigotski (2001, 2003, 2005), Hans Robert Jauss (1994, 2002a, 2002b) e Jacques Rancière (1996, 2009a, 2009b, 2011, 2012, 2021). Esta pesquisa é iniciada pelo acercamento da conceituação dada para aisthesis no percurso histórico por esses teóricos, que fundaram as discussões sobre a percepção sensível ou revolucionaram os pensamentos até então correntes. Após o acercamento conceitual, a pesquisa percorre duas obras artísticas, a instalação Através, de Cildo Meireles, e a instalação Florestania, de Eliana Monteiro, objetivando responder à pergunta: estaria a estesia, como perturbadora do repouso dos sentidos, integrada ao processo de criação de artistas e produtores culturais contemporâneos? As obras são apresentadas e estudadas a partir de depoimentos de seus criadores registrados em literatura e audiovisual, bem como a partir da fortuna crítica, de depoimentos de espectadores e de demais pesquisadores, construindo cenário que possibilita afirmar sobre a intencionalidade de criadores na ativação da estesia para o público e na proposição de vivência estética em suas obras e a relação do campo da produção nessa ação.
  • Tese
    O hibridismo religioso na formação e na obra do cineasta brasileiro Glauber Rocha
    Silva, Luciano Alves (2025-02-14)

    Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)

    Esta pesquisa investiga a influência da religião na formação pessoal e intelectual do cineasta brasileiro Glauber Rocha, bem como em parte da sua produção cinematográfica. Com base em uma abordagem interdisciplinar, o estudo analisa a trajetória de Glauber Rocha desde suas origens em um ambiente familiar de tradição protestante, até sua atuação como um dos principais expoentes do Cinema Novo no Brasil. A pesquisa destaca como aspectos éticos, estéticos e temáticos, presentes no protestantismo, contribuíram para moldar suas visões de mundo, suas críticas sociais e sua forma de interpretar a realidade brasileira. A análise da vida pessoal, produção textual e fílmica de obras selecionadas de Glauber Rocha nos permitiu identificar elementos simbólicos e narrativos que dialogam com a temática religiosa desenvolvida pelo autor, considerando desde a fase infanto-juvenil, ao mesmo tempo em que subvertem certos dogmas em favor de um discurso de transformação social. Por fim, a tese pretende contribuir para o campo de estudos sobre a relação entre formação religiosa e cinema, ampliando o debate sobre a complexidade cultural e espiritual na obra de Glauber Rocha e pretende oferecer novas perspectivas sobre o papel do protestantismo na cultura e na arte brasileira contemporânea.
  • Tese
    Colcha de fuxicos: tecendo fios negros no território de Canguçu e Pelotas (RS)
    Silva, Lilian Soares da (2024-02-20)

    Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)

    A colcha de fuxicos são pessoas e suas memórias do passado com os fios negros nas construções tecidas pelas lembranças familiares ocorridas nos territórios gaúchos de Canguçu e Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul. Perfazendo a trajetória e a genealogia de uma família negra, indígena e portuguesa investigada a partir de meu avô João dos Santos Soares, o protagonista principal e oriundo do primeiro fio para tecer a colcha. Os fios negros tecidos no trabalho de campo com foco em áreas de conhecimento interdisciplinares (Antropologia, História, Educação, Artes e entre outras) e a metodologia da pesquisa balizaram-se em fontes primárias (certidões civis, registros de propriedades, periódicos, mapas, documentos históricos e iconografias familiares), secundárias (pesquisas, narrativas e entrevistas orais semiestruturadas – 22 a 102 anos de idade) e, que estabeleceram as memórias, histórias e lembranças sobre as evidências como suporte metodológico não apresentadas no território em suas literaturas impressas e, em determinadas instituições governamentais, de cultura, pesquisa, estudos e difusão do conhecimento nos territórios sul-rio-grandense. Objetivando, o empoderamento e valorização do conhecimento técnico científico produzido na região, o aporte teórico metodológico balizar-se-á em referências com território (Cláudio Moreira Bento), memória (Pierre Nora, Ecléa Bosi e Sandra Pesavento), mapeamento no Rio Grande do Sul (Pedro Simon, Mario Osório Magalhães, Mario José Maestri Filho e outros) e, entre outras autorias e referenciais gaúchos. Isto posto, os problemas centrais da pesquisa em voga são a presença negra no território canguçuense e pelotense como marcos de uma história negra silenciada, com o mapeamento da origem familiar e dos laços afetivos por deslocamentos, resultando na construção de um panorama dos territórios negros e gaúchos com histórias, narrativas e memórias das pessoas que encontramos pelo caminho, como um trajeto formado por cada fio, cada retalho e cada fuxico em constante harmonia, costurado um a um para a colcha do Rio Grande do Sul, no qual, a pesquisa acadêmica contribui(rá) as futuras gerações do legado nas Famílias Soares e Souza, que antes eram nomes em uma certidão de registro civil e, que hoje se eternizam na história.
  • Tese
    Desenvolvimento da competência moral democrática por meio do ensino de filosofia: um estudo de caso
    Assunção, Juliana Cristhina Murari (2024-08-20)

    Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)

    Esta pesquisa investiga como o Ensino de Filosofia no Ensino Fundamental e Médio, aliado ao uso de metodologias ativas e aspectos do método de discussão de dilemas de Konstanz, desenvolvido por Georg Lind, pode favorecer o desenvolvimento da competência moral e democrática. A partir da literatura referente à Moralidade sob o olhar da Filosofia e à Moralidade sob o olhar da Psicologia, foi construído o percurso teórico da pesquisa. Com base em filósofos clássicos como Platão e Aristóteles, foram suscitados temas sobre a virtude e seu ensino. Com Rousseau, essa discussão foi direcionada ao campo da educação, atribuindo às instituições pedagógicas a responsabilidade de preservar a pureza original da criança. Por fim, o capítulo é encerrado com a exposição dos principais conceitos sobre moral segundo Kant. Essas ideias abriram caminho para as discussões na área da Psicologia acerca do desenvolvimento moral, iniciando com as propostas por Piaget, avançando para os estágios do desenvolvimento moral de Lawrence Kohlberg e seu instrumento de mensuração do julgamento moral. Após isso, consideraram-se os apontamentos de Georg Lind sobre o método de discussão de dilemas de Konstanz e o constructo administrado por ele para mensurar a competência moral. Nesta pesquisa, utilizou-se a versão estendida do Moral Competence Test (MCT-xt). Para cumprir o objetivo de verificar o progresso da competência moral, alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II foram acompanhados ao longo de um ano e participaram de um curso de Filosofia. Durante o curso, foram incentivados a trabalhar em grupo, debatendo, refletindo e confrontando seus argumentos. Nos resultados, os dados quantitativos não mostraram um progresso relevante da competência moral dos estudantes; entretanto, a análise dos dados qualitativos revelou respostas muito mais expressivas. Os dados qualitativos foram coletados a partir da observação sistemática da participação dos alunos, da realização das atividades, da habilidade de argumentação e da autocompreensão que os adolescentes tinham de seu raciocínio. Ao longo do ano, os alunos demonstraram maior propensão à cooperação, ao diálogo e à escuta, além de reconhecerem e respeitarem argumentos opostos aos seus. Houve um aumento considerável no conhecimento cultural e histórico, na solidariedade universal, especialmente em relação à luta pelos direitos humanos, na internalização da importância da não-violência e na busca por igualdade e dignidade. Esses fatores sugerem um avanço significativo na competência moral dos estudantes. Por esses motivos, consideramos que o curso de Filosofia, ministrado com métodos que visam tornar o aluno ativo e protagonista no processo, foi bem-sucedido. No entanto, enquanto o ambiente escolar continuar sendo heterônomo, impositivo e autoritário, a busca pelo desenvolvimento da competência moral na aula de Filosofia será em vão. Os resultados só serão efetivos se a escola, em sua totalidade, estimular a autonomia moral, privilegiando o respeito mútuo, a colaboração e a reciprocidade.
  • Tese
    A obra de arte como caminho de valorização da subjetividade das pessoas negras na sociedade brasileira
    Caetano, Sheila Cristina Silva Aragão (2024-08-16)

    Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT)

    Esta tese tem por objetivo problematizar, por meio da obra de arte “Cantos da Esquina” de Maxwell Alexandre, a construção da subjetividade do negro no Brasil pela perspectiva da História Cultural, de modo a auxiliar na construção da humanidade de pessoas negras e percorrer discussões sobre o eurocentrismo, para pontuar a objetificação da afrodiáspora brasileira juntamente com os privilégios da branquitude. Como solução para modificar essa coisificação, foi utilizado as funções da arte junto com a teoria do empoderamento nas obras de arte, proporcionando uma destituição da objetificação de pessoas negras. A subjetividade da população negra segue carregada de permanências históricas que, em comunhão a intercorrências diversas, limitam esse grupo ser percebido em sociedade com humanidade. A base teórica e metodológica que sustentou a tese foi a da Ella Shohat, Temuu Maki e Patrícia Hills Collins. O resultado foi um caminho visual por meio das exposições com temática e curadoria negra na cidade de São Paulo entre 2019 e 2024, historicizando as mesmas e proporcionando uma decolonialização do ver. Por conta disso, é possível quebrar os estereótipos impostos a afrodiáspora brasileira, tanto por conta do eurocentrismo quanto da colonização, e com isso, tornando possível a valorização das pessoas negras na sociedade brasileira.