A práxis da educação intercultural no colégio estadual hispano brasileiro João Cabral de Melo Neto na perspectiva latino-americana

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Tipo
Tese
Data de publicação
2024-12-18
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Sgoti, Silmara de Mattos
Orientador
Souza Neto, João Clemente de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Andrade, Maria de Fátima Ramos de
Alves, Adriana de Carvalho
Schwartz, Rosana Maria Pires Barbato
Santos, Ricardo Miranda dos
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
Os processos de globalização impactaram de forma significativa a América Latina, ampliando desigualdades econômicas e sociais, especialmente a partir da década de 1990, com a intensificação das práticas neoliberais, que subordinaram a região aos interesses das potências econômicas. Esse contexto promoveu uma reorganização das sociedades, aumentando a circulação de pessoas, produtos e ideias, fortalecendo a interação entre culturas e resultando em um multiculturalismo que, embora aparente ser inclusivo, mantém na sua prática, hierarquias de poder. Nesse cenário, a educação configura-se como um vetor essencial para a formação de sujeitos críticos, capazes de compreender e resistir às dinâmicas da globalização excludentes. Esta pesquisa tem como objetivo principal analisar a práxis da Educação Intercultural em uma escola pública brasileira de ensino médio e sua contribuição para a formação de sujeitos críticos e atuantes na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, sob a perspectiva latino-americana. Os objetivos secundários contemplam a análise da interculturalidade crítica, conforme os aportes teóricos de Catherine Walsh; a decolonialidade do poder e do conhecimento, segundo Aníbal Quijano; os desafios da práxis educativa intercultural no contexto escolar, com base em Vera Candau; a análise da implementação da interculturalidade no Projeto Político Pedagógico (PPP), considerando sua abordagem interdisciplinar, transversal e decolonial no currículo, e a ótica de estudantes e professores sobre a formação intercultural na prática. O estudo de caso foi realizado no Colégio Estadual Hispano-Brasileiro João Cabral de Melo Neto, localizado no Rio de Janeiro, uma instituição de ensino médio regular, com proposta de proficiência na língua espanhola e declarada intercultural. Para a coleta de dados, foram utilizadas entrevistas semiestruturadas com professores estudantes e gestores, e a análise documental do Projeto Político Pedagógico (2017-2024) da instituição. Os resultados indicam a presença de práticas de diálogo intercultural no ambiente escolar, promovendo a valorização da diversidade e a inclusão. Essas iniciativas contribuem para a construção de um espaço educativo mais equitativo, mitigando formas de violência simbólica, verbal e física por meio do reconhecimento da alteridade. Observou-se que a Educação Intercultural favorece o desenvolvimento do pensamento crítico sociopolítico dos estudantes, fortalecendo seu protagonismo e potencial de atuação política diante das desigualdades sociais. Contudo, a efetivação dessa abordagem enfrenta desafios significativos. A formação desigual dos professores em temáticas como interculturalidade e decolonialidade compromete a transversalidade desses conteúdos no currículo. E questões estruturais da política educacional do Estado do Rio de Janeiro, como a redução da carga horária para planejamento pedagógico, dificultam a construção de práticas interdisciplinares. A inadequação dos espaços físicos também limita a inclusão de pessoas com deficiência e restringe atividades pedagógicas integradas. Soma-se a isso o subaproveitamento do regime de ensino integral, dificultando a implementação de práticas interculturais eficazes. Esses fatores, entre outros citados na pesquisa, resultam na fragmentação da práxis da Educação Intercultural na instituição analisada.
Descrição
Palavras-chave
decolonialidade , educação intercultural , interculturalidade , interdisciplinaridade
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