Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
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Navegando Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) por Orientador "Cruz, Aristides Schier da"
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- TCCAleitamento materno para puérperas adolescentes: Um desafio ou nãoKleemann, Carolina; Chiamulera, Estela Beatriz (2022)Introdução: O leite materno apresenta diversos benefícios, tanto para a mãe quanto para o filho, sendo recomendado como alimento exclusivo até os 6 meses de vida. A mamada durante as primeiras 24 horas de vida reflete as possíveis dificuldades na amamentação que levam ao desmame precoce. Objetivos: Comparar a mamada nas primeiras 24 horas após o parto entre puérperas adolescentes e adultas do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, observar o estado geral da mãe e a afetividade da mãe quanto ao recém-nascido. Métodos: Foi realizado estudo caso-controle através da aplicação do Formulário de Observação e Avaliação da Mamada organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Foram avaliadas diversas variáveis referentes às características obstétricas e neonatais, estado geral da mãe, posição do bebê, pega do bebê, sucção do bebê, afetividade e anatomia da mama. Resultados: O grupo das mães adolescentes (n=26) teve idade, na ocasião do parto, variando de 13 a 17, média de 16,0 anos, enquanto o grupo de mães adultas (n=26) teve idade variando de 18 a 28, média de 21,9 anos. Para a grande maioria das observações não houve diferença significativa entre as mães adolescentes e as mães adultas. Ocorreu diferença significativa no modo de posicionar o bebê, a pega da mamada com grande parte da aréola aparecendo em posição incorreta ocorreu significativamente mais no grupo de mães adolescentes (26%) do que no grupo de mães adultas (3%) (p=0,0496). Em relação a afetividade, o modo de segurar o bebê sem firmeza ocorreu significativamente mais no grupo de mães adolescentes (23%) do que no grupo de mães adultas (0%) (p=0,0226). Conclusão: Na prática da amamentação no primeiro dia de vida, a pesquisa mostrou que existem poucas diferenças entre as mães adolescentes e as mães adultas. A maneira de segurar os filhos observada nesta pesquisa sugere uma possível dificuldade maior na afetividade mãe e filho nas mães adolescentes. A maior falha no posicionamento do bebê, deixando mais aréola aparecer abaixo do lábio inferior, pode refletir uma maior dificuldade na prática da amamentação por parte das mães adolescentes.
- TCCCausas de síndrome colestática em pacientes de UTI neonatalFlach, Julia Maria; Menon, Luís Eduardo (2022)Introdução: A síndrome colestática ocorre por uma diminuição ou interrupção do fluxo biliar normal para o duodeno, por uma obstrução da árvore biliar (intra ou extra-hepática) ou por uma alteração funcional do hepatócito. Possui muitas causas. Sua ocorrência é até hoje pouco avaliada e conhecida em recém-nascidos de risco, internados em UTI neonatal, e, assim, as pesquisas predominam em lactentes e crianças que frequentam ambulatório especializado. O perfil de causas parece ser bem diferente nas duas situações. Objetivos: Avaliar e descrever as incidências das diferentes causas da síndrome colestática em recém-nascidos em uma grande UTI neonatal, e os fatores de risco para sua ocorrência. Métodos: Estudo prospectivo transversal com avaliação de prontuários dos recém-nascidos portadores de síndrome colestática após a alta da UTI neonatal do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. O critério diagnóstico foi bilirrubina direta maior ou igual a 1,0mg/dL. Resultados: Dos 590 recém-nascidos que precisaram ficar internados na UTI neonatal nos 10 meses de estudo, 63 (10,7% - IC95% 8,2 a 13,2%) desenvolveram síndrome colestática. Desses 63% eram masculinos, 73% prematuros, 25% prematuros de 32 semanas ou menos. A idade de início da colestase foi menor ou igual a 5 dias em 75% dos casos. As causas da colestase nos 63 pacientes foram: colestase multifatorial (45 casos), pós-hemolítica (9), sífilis (5), hipotireoidismo (3), atresia de vias biliares (1). Os fatores de risco mais associados à colestase multifatorial foram nutrição parenteral, prematuridade, antibioticoterapia e infecção. Dos 63 pacientes, 3 foram a óbito, 1 foi transferido para outro hospital, e 59 obtiveram alta, dos quais a colestase ainda estava presente em 23 pacientes (39%). O tempo de internamento variou de 2 a 146 dias, com mediana de 23 dias. Ao comparar pacientes com bilirrubina direta menor que 2,0mg/dL, os pacientes com bilirrubina direta maior ou igual a 2,0mg/dL tiveram valores significativamente mais altos de bilirrubina total (p=0,0009), TGO (p<0,0001), TGP (p<0,0001), GGT (p=0,0003), FA (p=0,0273), maior tempo de internamento (p=0,0047) e maior probabilidade de alta hospitalar ainda com colestase (p=0,0452). Os dois grupos não diferiram significativamente quanto às características de nascimento e perfil de causas da colestase. Com exceção do paciente que após a alta foi diagnosticado com atresia de vias biliares, a colestase foi transitória na grande maioria dos pacientes, mesmo após a alta hospitalar. Conclusão: A causa predominante de síndrome colestática em recém-nascidos de risco internados em UTI neonatal é a colestase multifatorial, associada a diversos agravos clínicos. A síndrome colestática observada nos recém-nascidos de UTI neonatal, diferente do perfil de causas de pacientes ambulatoriais, é geralmente transitória, porém sua investigação e acompanhamento é fundamental, já que alguns pacientes podem ser portadores de doença crônica permanente.
- TCCCondições que demandam nutrição parental em recém-nascidos de riscoArcie, Gabriella Mara; Custódio, Pollyana (2023-06-15)Introdução: Grande parte dos recém-nascidos (RN) de risco terão dificuldades que inviabilizam a alimentação com dieta enteral. Dessa forma, inúmeros RN que estão na unidade de terapia intensiva (UTI) neonatal necessitam de nutricional parenteral total (NPT) até que consigam manter uma meta de alimentação oral. Dentre esses, a maior parte apresenta idade gestacional < 32 semanas e peso ao nascimento <1500g. Porém, existem outras condições clínicas que requerem o uso da NPT. Objetivos: Avaliar as causas que demandam NPT em RN de risco, descrever suas características clínicas e analisar as complicações decorrentes desse tipo de nutrição e a mortalidade desses RN. Metodologia: Estudo transversal, observacional e retrospectivo, realizado através da coleta de dados de prontuários de todos os RN que utilizaram NPT na UTI neonatal do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) no ano de 2022. Resultados: Dos 686 RN de risco hospitalizados na UTI neonatal em 2022, 140 fizeram uso de NPT (20.4%) por um tempo mediano de 8 dias (IIQ: 5 – 16 dias). As indicações para o uso da NPT foram malformações do trato gastrointestinal (TGI) com 13 (9,3%) casos, grandes cirurgias com 18 (12,8%) casos, enterocolite necrosante com 11 (7,8%) casos e um grande número de episódios em que a prematuridade e baixo peso de nascimento estão associados a várias complicações que promovem adinamia gastrointestinal e inviabilidade da alimentação enteral, tais como infecção grave, insuficiência respiratória, cardiopatias graves, anóxia, entre outras. Quanto às complicações, ocorreram 18 (12,9%) casos de colestase e 18 (12,9%) casos de infecção do cateter. Além disso, aconteceram óbitos em 13% dos RN estudados. Conclusão: As causas e condições que demandaram o uso da NPT em RN de risco foram: malformação do TGI, grandes cirurgias, enterocolite necrosante, prematuridade, peso de nascimento muito baixo, e inviabilidade de alimentação enteral ou intolerância alimentar após anóxia perinatal, insuficiência respiratória, cardiopatia grave, sepse e outras infecções. As duas principais complicações observadas nos RN de risco submetidos a NPT foram colestase e infecção do cateter.
- TCCConteúdo de gordura no leite humano pasteurizado antes e após a fortificação com fórmula de nutrientesFerro, Jennifer Thaís de Barros; Kotsifas, Sofia Alessandra (2023-11-27)INTRODUÇÃO: O aleitamento materno é fonte fundamental de nutrição para o desenvolvimento dos recém-nascidos em UTI neonatal. A pasteurização realizada nos Bancos de Leite Humano acarreta queda na concentração calórica do leite, sendo comum a adição de fórmulas fortificantes para recuperação dessa perda energética. OBJETIVO: Avaliar a perda do conteúdo de gordura do LHP durante sua manipulação, bem como a estimativa de perda energética, e o incremento de gordura e energia após fortificação com fórmula complementar para LHP. MÉTODOS: Estudo transversal observacional mediante análise, através do método crematócrito, de 40 amostras de leite humano doado na fase pré-pasteurização e pós-pasteurização, e de 40 amostras na fase pós-fortificação no Banco de Leite do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie. RESULTADOS: A estimativa de concentração calórica caiu de 60,6 kcal/100ml (DP = 11,2) nas amostras pré-pasteurização para 58,1 kcal/100ml (DP = 10,1) nas amostras pós-pasteurização (p = 0,0008). A estimativa de concentração calórica aumentou de 58,1 kcal/100 ml nas amostras pós-pasteurização para 76,6 kcal/100ml (DP = 15,7) nas amostras pós-fortificação (p<0,0001). Houve uma diferença média de -0,25% entre a porcentagem média de gordura da fase pré-pasteurização e da fase pós-pasteurização (p = 0,0011). A porcentagem média de gordura teve uma diferença média de +1,9% entre as amostras pós-fortificação e as amostras pós-pasteurização (p<0,0001). CONCLUSÃO: A maioria dos leites ordenhados chegam ao Banco de Leite Humano já com concentração calórica média inferior a mínima adequada para nutrir bebês prematuros, e essa queda energética é intensificada após a pasteurização. A fortificação dos leites pasteurizados com fórmula de nutrientes demonstrou-se eficaz para adequar a densidade energética da maioria das amostras para nutrição dos recém-nascidos alojados em UTI Neonatal.
- MonografiaImpactos do tratamento oncológico em crianças e adolescentes: Qualidade de vida e psicossocialPereira, Clara Inácio Pessoa; Nascimento, Isadora Bolela (2022)Introdução: Câncer pediátrico é um conjunto de doenças causadoras de multiplicação desenfreada de células atípicas que podem ocorrer em qualquer local do organismo, sendo as de maior incidência na infância as leucemias. Tão importante quanto o tratamento e o diagnóstico em si, é o impacto social, educacional e emocional desta criança. Objetivos: Avaliar os impactos do tratamento oncológico nos âmbitos psicossociais, qualidade de vida e a presença ou não de um acompanhante em crianças e adolescentes com diagnóstico de câncer. Métodos: Estudo transversal descritivo com pacientes entre 8 e 18 anos que completem os critérios de diagnóstico de neoplasia maligna, com comprovação de biópsia. Estas crianças e adolescentes responderam os questionários validados, PedsQL 4.0 qualidade de vida (8 a 12 anos), Peds 3.0 Módulo de Câncer (8 a 12 anos), PedsQL 4.0 qualidade de vida (13 a 18 anos), Peds 3.0 Módulo de Câncer (13 a 18 anos) e dois questionários realizados pelos autores, para coleta de dados epidemiológicos, clínicos e emocionais. Foi avaliado o número e porcentagem de indivíduos com pontuação 2 ou mais em cada afirmativa dos questionários validados. Foi comparado a qualidade de vida e o impacto psicossocial do grupo de crianças de 8 a 12 anos de idade com o grupo de adolescentes de 13 a 18 anos. Foi comparada a média da pontuação dos itens dos dois grupos etários. Resultados: Nesta pesquisa foram incluídos 25 pacientes pediátricos oncológicos, os cânceres predominantes foram leucemia (9 casos), tumor do sistema nervoso central (6) e osteossarcoma (5).Os pacientes pediátricos se sentem mais felizes na presença de um acompanhante quando da realização de procedimentos. Foi percebido um grande impacto na qualidade de vida, visto que a porcentagem de participantes que assinalaram no questionário pontuação 2 ou mais (as vezes, quase sempre e sempre) foi alta em grande parte dos itens. No questionário qualidade de vida a média de pontuação no grupo dos pacientes de 8 a 12 anos foi 1,44 (DP=0,53) enquanto no grupo de 13 a 18 anos foi 1,36 (DP=0,5), não havendo diferença significativa entre os dois grupos (p=0,627). Quanto ao questionário do módulo de câncer, que avalia o impacto psicossocial, a média de pontuação foi significativamente maior no grupo dos pacientes de 8 a 12 anos (1,46 – DP=0,63) comparado com o grupo de 13 a 18 anos (1,06 – DP=0,46) (p=0,0094). A preocupação com o tratamento foi a que teve pontuação mais alta. De um modo geral, a análise realizada permitiu a impressão de um impacto maior na qualidade de vida do que no psicossocial dos participantes. Conclusão: Conclui-se que uma porcentagem razoavelmente grande dos pacientes pediátricos portadores de câncer sofrem um impacto significativo na qualidade de vida e no psicossocial. Os pacientes pediátricos de menor idade parecem sofrer um maior impacto psicossocial. Tratando-se da presença do acompanhante, os pacientes se sentem mais felizes com sua presença, no entanto sua ausência não gera repercussões na saúde mental de todos os pacientes.
- TCCInadequações na oferta calórica de crianças submetidas à alimentação enteral :Barbosa, Jaqueline Roberta (2019)RESUMO INTRODUÇÃO: Um bom estado nutricional é condição indispensavel para a manutenção da saúde da criança, sabe-se também que a alimentação funciona como profilaxia para inúmeras doenças. Quando se trata de crianças em alimentação enteral, indivíduos que perderam o mecanismo de fome e saciedade ou a capacidade de deglutição, aumenta exponencialmente a importância de diagnosticar e corrigir possíveis inadequações. OBJETIVOS: Avaliar a oferta calórica em crianças e adolescentes submetidos à nutrição enteral, detectar erros quantitativos e de diluição da fórmula industrializada. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com avaliação de prontuários de crianças de 0 a 19 anos, atendidos entre abril de 2009 a março de 2018, em alimentação enteral, para os quais foi realizado o cálculo da ingestão calórica diária e registrado em prontuário. RESULTADOS: Dos 62 pacientes, 38 (61%) eram do sexo masculino. A idade varou de 2 meses a 19 anos e 3 meses, mediana de 1 ano e 6 meses (IIQ 6 meses – 5 anos e 8 meses). Quanto à classificação antropométrica houve predomínio de magreza (40% dos pacientes) e baixa estatura (42%), com sobrepeso e obesidade em 6 pacientes (10%). Quanto às manifestações clínicas: vômitos (25 casos - 40%); diarreia (11 casos - 18%); desnutrição proteico energética (23 casos - 37%); distensão ou gases (13 casos - 21%); dor ou desconforto (10 casos - 16%). O preparo da fórmula foi correto (isosmolar) em 47 pacientes (76%), hiperosmolar em 13 (21%) e hiposmolar em 2(3%). Levando em consideração a patologia, 26 pacientes (42%) recebiam quantidade calórica adequada, 14 (23%) alimentação hipercalórica e 22 (35%) alimentação hipocalórica. A porcentagem da necessidade energética recebida teve uma média 104% (DP = 44,97) com variação de 33% à 225%. Não foi possível realizar associação entre clínica e antropometria com densidade calórica ou osmolaridade, a única associação significativa (p=0,009) foi entre magreza (4%) e a oferta de alimento hiperosmolar. CONCLUSÃO: Crianças em alimentação enteral estão expostas à uma grande incidência de erros da oferta alimentar, de diluição e de densidade calórica. Elas apresentam também uma maior taxa de distúrbios antropométricos. Faz-se de extrema importância o cálculo e a adequação da ingesta calórica destes pacientes como também de uma minuciosa orientação quanto ao preparo aos cuidadores.
- TCCTipo de parto como fator de risco para proctocolite alérgica no lactenteManso, David Suarez; Nunes, Fábio Barros (2023-06-15)A proctocolite alérgica (PCA) é um tipo de alergia alimentar não IgE caracterizada por uma resposta imunológica a uma ou mais proteínas alimentares diferentes no cólon distal, gerando alterações inflamatórias. O diagnóstico é clínico e caracterizado por hematoquezia benigna misturadas a muco, podendo ou não haver diarreia. O início dos sintomas se dá nos primeiros seis meses de vida, sendo que a resolução geralmente se dá com a eliminação dietética do antígeno causador. Atualmente, entende-se que a formação da microbiota apresenta papel relevante na construção da tolerância imunológica da mucosa intestinal. A sua baixa diversidade está associada a doenças alérgicas. Bebês nascidos de parto vaginal ou cesárea apresentam diferenças na constituição da microbiota intestinal. O parto vaginal promove colonização preponderante de bactérias protetoras, como do gênero Bifidobacterium, enquanto no parto por cesárea, do Staphylococcus, entre outros. Objetivos: Avaliar as incidências de parto cesariano e parto vaginal em lactentes com suspeita de PCA, e comparar com as incidências na população geral. Metodologia: Estudo transversal prospectivo, em lactentes com suspeita de PCA atendidos em Hospital de referência de Curitiba, com análise do tipo de parto e comparação com as incidências de parto cesariano e vaginal na população geral de nascidos vivos em Curitiba. Resultados: Foram incluídos 116 lactentes com suspeita de PCA atendidos no PAN-Curitiba, que foram comparados, dos quais 87 (75,0%) nasceram de parto cesariano, incidência significativamente maior do que os 36.359 (63,0%) partos cesarianos entre os 57.694 partos realizados de 2020 a 2021 no município de Curitiba (p=0,0076) (OR=1,76) (IC96% 1,16 a 2,68). Em Curitiba a diferença na incidência de partos cesarianos é muito grande entre o Sistema Único de Saúde (SUS), com 12.685 (44,7%) ocorrências e o Sistema Suplementar de Saúde, com 23.659 (81,7%) cesárias. A incidência de partos cesarianos permaneceu significativamente maior nos lactentes suspeitos de PCA mesmo após correção para a diferença de uso dos sistemas de saúde neste grupo em comparação com à população geral. Conclusão: A presente pesquisa encontrou resultados que sustentam a hipótese de que o parto cesáreo pode ser, de fato, um dos fatores de risco para a PCA no lactente.
- TCCUso de probiótico como fator de risco para ocorrência de proctocolite alérgica no lactenteChaves, Ligia del Monaco; Bastos, Luana Lima de (2020)RESUMO Introdução: a proctocolite alérgica (PCA) é um processo inflamatório benigno, de etiologia normalmente associada à alergia alimentar, porém não exclusiva a essa causa. Dentre os possíveis fatores de risco, está o probiótico Lactobacillus reuteri (Prob Lr), tendo em vista sua hiperprescrição pela classe pediátrica. Objetivo: avaliar a possibilidade de o Prob Lr, indicado para o tratamento de cólica infantil, ser um fator de risco para a ocorrência de PCA em lactentes, bem como verificar outros possíveis fatores de risco. Método: estudo caso-controle, com avaliação dos prontuários de lactentes com PCA iniciada antes dos 6 meses de vida e comparação com o grupo controle, composto por pacientes entre 6 e 24 meses, cujos responsáveis foram entrevistados para esclarecer a exposição aos fatores de risco alvos da pesquisa. Para a comparação dos resultados das variáveis quantitativas foram utilizados o teste t de Student para amostras independentes, ou o teste de Mann-Whitney quando necessário. Para a comparação entre as variáveis categóricas foram utilizados o teste do qui-quadrado, ou, se necessário, o teste exato de Fisher. Para os fatores de risco nos dois grupos foram calculados razão de chance (OR) e intervalo de confiança de 95%. Resultados: nos 168 pacientes com PCA, a mediana de idade de início da colite foi 45 dias. A mediana da duração da colite foi 15 dias. Houve recidiva da colite em 48 pacientes, com duração de apenas 1 ou 2 dias em geral. Em 45 casos, a ocorrência da colite esteve associada à realização das vacinas dos 2 ou 4 meses. O uso de probiótico ocorreu em 55% dos pacientes do grupo PCA, por um tempo mediano de 54 dias, enquanto no grupo controle 58% receberam probiótico. Se a indicação do probiótico é a redução da cólica infantil, apenas 19% dos lactentes tiveram indicação correta. Mostraram-se fatores de risco para ocorrência de PCA em lactentes a exposição prévia da proteína de leite de vaca, prematuridade, baixo peso de nascimento, ter ficado em UTI Neonatal e ter recebido antibiótico. Conclusões: o uso de probiótico em lactentes não se mostrou um fator de risco para a ocorrência de PCA. Internamento em UTI Neonatal, prematuridade, peso inferior a 2000 g, uso de antibióticos antes dos 4 meses e início de fórmulas infantis antes dos 3 meses de vida são variáveis que aumentam o risco de ocorrer PCA. A tendência à hiperprescrição de probiótico é alarmante, já que foi observada indicação indevida em um grande número de lactentes.