Tipo de parto como fator de risco para proctocolite alérgica no lactente
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Tipo
TCC
Data de publicação
2023-06-15
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Manso, David Suarez
Nunes, Fábio Barros
Nunes, Fábio Barros
Orientador
Cruz, Aristides Schier da
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Programa
Resumo
A proctocolite alérgica (PCA) é um tipo de alergia alimentar não IgE caracterizada por uma resposta imunológica a uma ou mais proteínas alimentares diferentes no cólon distal, gerando alterações inflamatórias. O diagnóstico é clínico e caracterizado por hematoquezia benigna misturadas a muco, podendo ou não haver diarreia. O início dos sintomas se dá nos primeiros seis meses de vida, sendo que a resolução geralmente se dá com a eliminação dietética do antígeno causador. Atualmente, entende-se que a formação da microbiota apresenta papel relevante na construção da tolerância imunológica da mucosa intestinal. A sua baixa diversidade está associada a doenças alérgicas. Bebês nascidos de parto vaginal ou cesárea apresentam diferenças na constituição da microbiota intestinal. O parto vaginal promove colonização preponderante de bactérias protetoras, como do gênero Bifidobacterium, enquanto no parto por cesárea, do Staphylococcus, entre outros. Objetivos: Avaliar as incidências de parto cesariano e parto vaginal em lactentes com suspeita de PCA, e comparar com as incidências na população geral. Metodologia: Estudo transversal prospectivo, em lactentes com suspeita de PCA atendidos em Hospital de referência de Curitiba, com análise do tipo de parto e comparação com as incidências de parto cesariano e vaginal na população geral de nascidos vivos em Curitiba. Resultados: Foram incluídos 116 lactentes com suspeita de PCA atendidos no PAN-Curitiba, que foram comparados, dos quais 87 (75,0%) nasceram de parto cesariano, incidência significativamente maior do que os 36.359 (63,0%) partos cesarianos entre os 57.694 partos realizados de 2020 a 2021 no município de Curitiba (p=0,0076) (OR=1,76) (IC96% 1,16 a 2,68). Em Curitiba a diferença na incidência de partos cesarianos é muito grande entre o Sistema Único de Saúde (SUS), com 12.685 (44,7%) ocorrências e o Sistema Suplementar de Saúde, com 23.659 (81,7%) cesárias. A incidência de partos cesarianos permaneceu significativamente maior nos lactentes suspeitos de PCA mesmo após correção para a diferença de uso dos sistemas de saúde neste grupo em comparação com à população geral. Conclusão: A presente pesquisa encontrou resultados que sustentam a hipótese de que o parto cesáreo pode ser, de fato, um dos fatores de risco para a PCA no lactente.
Descrição
Palavras-chave
proctocolite alérgica , cesárea , lactentes , microbiota intestinal