Ciências do Desenvolvimento Humano - Dissertações - CCBS Higienópolis (a partir de 2024)
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Antigo curso de Disturbios do Desenvolvimento
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Navegando Ciências do Desenvolvimento Humano - Dissertações - CCBS Higienópolis (a partir de 2024) por Orientador "Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz"
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- DissertaçãoAdolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: autopercepção do acompanhamento parental das rotinas escolares no ambiente familiarCabral, Patrícia Moraes (2024-02-28)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) pode levar a impactos negativos no desempenho escolar e maiores riscos para a ocorrência de problemas emocionais e comportamentais. As dificuldades, assim como os sintomas de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, podem ser agravadas ou atenuadas dependendo da parentalidade exercida pelos pais ou cuidadores. Por exemplo, o engajamento parental em atividades escolares, como monitoramento e estimulação adequada, contribui para o desenvolvimento de habilidades acadêmicas nas crianças e adolescentes com TDAH. Estudos anteriores exploraram tanto a percepção de pais ou cuidadores sobre impactos do TDAH para eles próprios ou para as crianças e adolescentes com TDAH, quanto a autopercepção dos adolescentes com TDAH sobre suas dificuldades. Contudo, existem poucos estudos que exploram a percepção de adolescentes com TDAH sobre o suporte parental que eles recebem em relação à rotina escolar. Diante disto, o presente estudo visou explorar a percepção de adolescentes com TDAH sobre o acompanhamento parental de rotinas escolares no ambiente familiar e sua associação com o nível de conhecimento dos pais sobre o transtorno e problemas emocionais e comportamentais dos adolescentes. O estudo adotou um desenho transversal e exploratório. Participaram do estudo 24 adolescentes com TDAH e seus pais/cuidadores responsáveis, divididos de acordo com a faixa etária: Grupo 1: 12 adolescentes de 11 a 14 anos; e Grupo 2: 12 adolescentes de 15 a 17 anos. Os participantes foram recrutados através de mídias digitais, como Instagram e Facebook, seguindo critérios de conveniência. Os instrumentos de coleta de dados foram: Questionário de Capacidades e Dificuldades/Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ); Questionário de Conhecimento e Opinião Parental sobre Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade; Questionário de Verificação de Acompanhamento Escolar; Questionário de caracterização sociodemográfica da amostra; e Formulário de Classificação socioeconômica. Os resultados evidenciaram que há concordância entre a percepção dos pais e adolescentes sobre suas capacidades e dificuldades está bem alinhada, e há um aumento na convergência com os adolescentes mais velhos. O baixo monitoramento dos pais favorece o desenvolvimento de problemas relacionados à saúde mental dos adolescentes com TDAH, apesar de o nível de conhecimento dos pais acerca do TDAH não estar relacionado com a forma de auxílio oferecida por eles. Os dados apresentados confirmam a necessidade do envolvimento parental no contexto acadêmico dos adolescentes. - DissertaçãoAssociação entre empregabilidade e saúde mental em adultos com Transtorno do Espectro AutistaLourenço, Daiane Patrícia Lisboa (2024-09-23)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por dificuldades na interação social e comunicação. Pessoas com TEA geralmente enfrentam desafios na saúde mental e no acesso a serviços. Este estudo explorou a associação entre empregabilidade e saúde mental em 50 adultos com TEA, divididos em 30 empregados com suporte e 20 sem vínculo empregatício. Foram utilizados o Inventário de Autoavaliação para Adultos (ASR), um questionário sociodemográfico e o Critério de Classificação Econômica BRASIL (ABEP). Análises incluíram o teste de Mann-Whitney, correlação de Spearman e teste de Cohen. Os resultados mostraram que adultos empregados apresentaram melhores resultados de saúde mental, com níveis mais baixos de ansiedade e depressão e menor isolamento social. Empregados tiveram média de ansiedade/depressão de 67,07 (desvio padrão = 10,28) comparado a 73,4 (desvio padrão = 10,5) dos sem vínculo empregatício (U = 395.500, p = 0,006, d de Cohen = 0,32). Para o isolamento, a média foi de 69,7 (desvio padrão = 10,56) para empregados e 74,7 (desvio padrão = 10,14) para sem vínculo (U = 399.000, p = 0,005, d de Cohen = 0,33). Maior número de amigos (r= 0,43, p < 0,05) e maior índice de funcionamento adaptativo (r= 0,48, p < 0,05) correlacionaram-se positivamente com a satisfação no emprego. Participantes satisfeitos com os serviços de saúde mental apresentaram menores índices de problemas de atenção (r= -0,64, p < 0,05) e de problemas depressivos (r= -0,62, p < 0,05). Maiores índices de depressão associaram-se com menor satisfação no emprego (r= -0,40, p < 0,05). Níveis mais altos de escolaridade, acesso a serviços de saúde mental e suporte no ambiente de trabalho correlacionaram-se positivamente com melhor saúde mental entre os empregados. Os achados destacam a importância de políticas de emprego inclusivas e acomodações adequadas no local de trabalho para apoiar a saúde mental de adultos com TEA. Pesquisas futuras devem conduzir estudos longitudinais para estabelecer relações causais e examinar os efeitos a longo prazo do emprego na saúde mental. Estudos com amostras maiores e mais diversificadas em termos de raça, etnia, níveis socioeconômicos e gênero são recomendados para explorar o impacto de outras variáveis na saúde mental. - DissertaçãoPromoção de saúde mental em alunos da educação básica mediante treinamento de professores baseado na análise aplicada do comportamentoSouza, Rayra Santos de (2024-04-11)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
As medidas adotadas para diminuir as taxas de contágio da COVID-19, como a suspensão de aulas presenciais impactou negativamente a saúde mental infantil. No Brasil, assim como em outros países, os problemas emocionais e comportamentais (PEC) infantis tiveram um impacto negativo no ajustamento social e comportamental no retorno às aulas. Contudo, ainda são escassos estudos utilizando múltiplos informantes para avaliar os PEC de crianças brasileiras na fase de reabertura das escolas. Neste contexto, o retorno às aulas presenciais em 2022 foi desafiador para professores e alunos, sendo necessário dar suporte aos professores para o manejo adequado dos PEC das crianças nas salas de aula. Programas de treinamento de professores baseados na Análise Aplicada do Comportamento (Applied Behavior Analysis – ABA) realizados antes da pandemia mostraram resultados positivos na melhora de PEC na infância, embora a maioria dos estudos tenham priorizado professores de alunos com desenvolvimento atípico. Esta dissertação foi dividida em dois estudos cujos objetivos gerais foram: a) avaliar PEC de crianças brasileiras no retorno às aulas presenciais a partir de múltiplos informantes, investigando possíveis diferenças de acordo com o sexo da criança e o nível de escolaridade dos pais (estudo 1); e b) implementar e verificar os efeitos de um programa de treinamento de professores baseado na ABA para a promoção de comportamentos pró-sociais e melhora de PEC de alunos no retorno presencial às aulas durante a pandemia da COVID-19 (estudo 2). O estudo 1 adotou um desenho descritivo e correlacional e teve como amostra 583 pais/responsáveis e 37 professores de 2º e 3º ano do ensino fundamental público brasileiro (52,1% meninas, média de idade: 7,83, dp: 0,71). Os instrumentos foram o Questionário de Pontos Fortes e Dificuldades e questionários sociodemográficos (Strengths and Difficulties Questionnaire – SDQ, versão para pais e professores) para avaliar indicadores de PEC e questionários para avaliação de dados sociodemográficos (pais). Foram encontradas correlações positivas entre os informantes em todas as escalas do SDQ, porém os pais relataram significativamente mais problemas emocionais (p < 0,001), problemas de conduta (p < 0,001), hiperatividade (p < 0,001) e problemas com colegas (p < 0,001) do que os professores. Pais (p=0,043) e professores (p=0,002) reportaram maior pontuação total do SDQ nos meninos do que nas meninas. Os pais com menor escolaridade relataram mais problemas de conduta (p=0,012) e maior pontuação total no SDQ (p=0,019) em comparação aos pais com maior escolaridade. As correlações positivas sobre PEC encontradas entre pais e professores na fase de reabertura das escolas corrobora com estudos realizados antes da pandemia. Na amostra investigada, meninos e crianças de famílias com menor escolaridade apresentaram mais PEC do que seus pares. Tais resultados indicam a necessidade do desenvolvimento de estratégias de intervenção e políticas públicas para mitigar as dificuldades emocionais e comportamentais das crianças no contexto pós-pandemia. O estudo 2 adotou um desenho quase-experimental, utilizando grupo experimental (GE) e grupo controle ativo (GC). O treinamento de professores baseado na ABA foi implementado no GE de forma remota por meio de videoaulas e encontros online abordando estratégias de manejo comportamental, como análise funcional do comportamento, regras e reforçamento diferencial. O GC recebeu uma intervenção alternativa sobre estratégias de leitura, também realizada de forma remota. A amostra foi composta por 348 pais/responsáveis de alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental e seus 37 professores, divididos em GC e GE. Além dos instrumentos que compuseram o estudo 1, no estudo 2 também foram utilizados checklists de monitoramento das estratégias usadas pelos professores. Os pais do GE perceberam significativa diminuição de problemas de conduta (p=0.046) e hiperatividade (p=0.039), enquanto os professores reportaram redução de hiperatividade (p=0.007) e problemas emocionais (p=0.043) na fase pós-intervenção, sendo que quanto maior o uso das estratégias de manejo comportamental pelos professores, menor a ocorrência de PEC em todas as escalas de problemas do SDQ, principalmente nas escalas de problemas emocionais r= -0.32) e no escore total (r= -0.31). No GC não foram observadas reduções significativas de PEC. Tais resultados indicam que o treinamento de professores baseado na ABA realizado de forma online é uma intervenção de baixo custo que produziu efeitos positivos na promoção da saúde mental dos alunos, incluindo a redução de PEC e a melhora do comportamento pró-social dos alunos. - DissertaçãoRastreamento de explosões emocionais em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Austista de um município brasileiro.Cardoso, Denise Reis Moraes (2025-02-26)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Introdução: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que causa prejuízos significativos nas áreas de comunicação e interação social bem como prejuízos comportamentais. As explosões emocionais (EE) podem cursar com vários transtornos do neurodesenvolvimento e se caracterizam por comportamentos de choro, birras e acessos de raiva com frequência, duração e intensidade variáveis. Objetivo Geral: Explorar os padrões de explosões emocionais (EE) de crianças e adolescentes com TEA, caracterizando-os em função de topografias comportamentais e fatores desencadeadores bem como descrever as estratégias de manejo parental dessas EE. Método: O desenho do estudo foi transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi selecionada sob critérios de conveniência composta por 46 cuidadores e/ou responsáveis de crianças e adolescentes com TEA, com idades entre 3 a 15 anos (M = 7,50; DP = 3,03), cadastrados no banco de dados da Associação Motivados pelo Autismo (MOPAM) do município de Macaé, Estado do Rio de Janeiro. O critério de inclusão das crianças e adolescentes foi a presença de um laudo diagnóstico de TEA. Para os pais e/ou responsáveis, o critério de inclusão foi de cuidado com o filho(a) por pelo menos 6 horas. Foram excluídos do estudo crianças e adolescentes que apresentassem outras condições clínicas como síndromes genéticas e epilepsia. Os instrumentos utilizados foram: questionário da ABEP. Critério Brasil, para classificação econômica, questionário sociodemográfico com informações tipo idade da mãe, nível de escolaridade, acesoo a serviço de saúde mental e educacional especializado, E EOQ Emotional Outburst Questionnaire (EOQ), desenvolvido no Reino Unido por pesquisadores da Universidade de Birmingham (CHUNG et al. 2022; CHUNG et al. 2023; TEIXEIRA et al. 2024ª). Este instrumento foi traduzido, adaptado culturalmente, e aguarda conclusões psicométricas para liberação de seu uso, estando disponível na versão inglesa. Do total de cuidadores a maioria é mãe da criança (n = 39; 54,35%) e a idade variou de 24 a 61 anos (M = 40,41; DP = 8,56). A maioria não trabalhava (n = 25; 54,35%). A classificação socioeconômica da maioria foi a classe C (n = 22; 47,93%). A maioria brinca com seu filho(a) com TEA (n = 43; 93,48%) com uma frequência semanal entre menos de 1 hora até duas horas ou mais (n = 43; 93,49%). Resultados: foi verificado que as EE mais graves acontecem com maior frequência se comparada às menos graves, bem como piores indicadores de regulação emocional para as EE mais graves. O fator emocional ‘estar de mau humor ou tendo um dia difícil’ foi o que reportou a maior média entre todos os fatores, seguido da fixação com ideias ou pensamentos. Nos fatores ambientais os mais frequentes foram ‘ter que esperar para receber ou poder fazer algo e barulhos repentinos. Já os fisiológicos e sensoriais foram “estar com fome ou sede ou cansado’. As estratégias de manejo aplicadas pelos cuidadores quando a criança apresenta EE foram, uso do conforto físico ou verbal, demonstrar empatia e estratégias para acalmar ou relaxar. Contudo, também são utilizados o uso do castigo ou ameaça de castigo verbal, ignorar ativamente o comportamento e discussão ou persuasão verbal. Conclusão: os dados, mesmo restritos a uma amostra pequena mostraram que estratégias baseadas em educação parental podem ser de baixo custo e eficácia na redução de EE e na promoção de habilidades de enfrentamento mais adaptativas. Estudos futuros podem ampliar a amostra e avaliar impacto nas intervenções e no fazer dos profissionais.