Rastreamento de explosões emocionais em crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Austista de um município brasileiro.
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2025-02-26
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Cardoso, Denise Reis Moraes
Orientador
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Orsati, Fernanda Tebexreni
Orsati, Fernanda Tebexreni
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
Introdução: o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do
neurodesenvolvimento que causa prejuízos significativos nas áreas de comunicação
e interação social bem como prejuízos comportamentais. As explosões emocionais
(EE) podem cursar com vários transtornos do neurodesenvolvimento e se
caracterizam por comportamentos de choro, birras e acessos de raiva com frequência,
duração e intensidade variáveis. Objetivo Geral: Explorar os padrões de explosões
emocionais (EE) de crianças e adolescentes com TEA, caracterizando-os em função
de topografias comportamentais e fatores desencadeadores bem como descrever as
estratégias de manejo parental dessas EE. Método: O desenho do estudo foi
transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi selecionada sob critérios de
conveniência composta por 46 cuidadores e/ou responsáveis de crianças e
adolescentes com TEA, com idades entre 3 a 15 anos (M = 7,50; DP = 3,03),
cadastrados no banco de dados da Associação Motivados pelo Autismo (MOPAM) do
município de Macaé, Estado do Rio de Janeiro. O critério de inclusão das crianças e
adolescentes foi a presença de um laudo diagnóstico de TEA. Para os pais e/ou
responsáveis, o critério de inclusão foi de cuidado com o filho(a) por pelo menos 6
horas. Foram excluídos do estudo crianças e adolescentes que apresentassem outras
condições clínicas como síndromes genéticas e epilepsia. Os instrumentos utilizados
foram: questionário da ABEP. Critério Brasil, para classificação econômica,
questionário sociodemográfico com informações tipo idade da mãe, nível de
escolaridade, acesoo a serviço de saúde mental e educacional especializado, E EOQ
Emotional Outburst Questionnaire (EOQ), desenvolvido no Reino Unido por
pesquisadores da Universidade de Birmingham (CHUNG et al. 2022; CHUNG et al.
2023; TEIXEIRA et al. 2024ª). Este instrumento foi traduzido, adaptado culturalmente,
e aguarda conclusões psicométricas para liberação de seu uso, estando disponível na
versão inglesa. Do total de cuidadores a maioria é mãe da criança (n = 39; 54,35%) e
a idade variou de 24 a 61 anos (M = 40,41; DP = 8,56). A maioria não trabalhava (n =
25; 54,35%). A classificação socioeconômica da maioria foi a classe C (n = 22;
47,93%). A maioria brinca com seu filho(a) com TEA (n = 43; 93,48%) com uma
frequência semanal entre menos de 1 hora até duas horas ou mais (n = 43; 93,49%).
Resultados: foi verificado que as EE mais graves acontecem com maior frequência
se comparada às menos graves, bem como piores indicadores de regulação
emocional para as EE mais graves. O fator emocional ‘estar de mau humor ou tendo
um dia difícil’ foi o que reportou a maior média entre todos os fatores, seguido da
fixação com ideias ou pensamentos. Nos fatores ambientais os mais frequentes foram
‘ter que esperar para receber ou poder fazer algo e barulhos repentinos. Já os
fisiológicos e sensoriais foram “estar com fome ou sede ou cansado’. As estratégias
de manejo aplicadas pelos cuidadores quando a criança apresenta EE foram, uso do
conforto físico ou verbal, demonstrar empatia e estratégias para acalmar ou relaxar.
Contudo, também são utilizados o uso do castigo ou ameaça de castigo verbal, ignorar
ativamente o comportamento e discussão ou persuasão verbal. Conclusão: os dados,
mesmo restritos a uma amostra pequena mostraram que estratégias baseadas em
educação parental podem ser de baixo custo e eficácia na redução de EE e na
promoção de habilidades de enfrentamento mais adaptativas. Estudos futuros podem
ampliar a amostra e avaliar impacto nas intervenções e no fazer dos profissionais.
Descrição
Palavras-chave
Transtorno do Espectro Autista , explosões emocionais , desregulação emocional , crianças