Evangelismo com sangue e água: dos rituais Pontos de Contato ao sujeito iurdiano

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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2024-08-15
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Orozco, Bardekc Marcela Pacheco
Orientador
Souza Neto, João Clemente de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Bitun, Ricardo
Giraldo, Nelson Alexis Cayer
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
Os rituais de Ponto de Contato utilizados na Igreja Universal do Reino de Deus são uma característica da doutrina iurdiana. Dão-lhe uma identidade dentro do neopentecostalismo, mas pouco se percebe sobre o impacto que as relações com a Teologia da Prosperidade ou do Domínio, bem como a forma como constrói um sujeito para o capitalismo. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo compreender as relações dos sujeitos que compõem esse ritual com o Espírito do Capitalismo no Brasil. É preciso entender as relações entre esses sujeitos que possibilitem a manutenção da doutrina iurdiana dentro do conceito espírito de capitalismo ao longo dos quase 50 anos de existência da IURD. Para tanto, desenvolveu-se uma pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa, propondo a Teoria do Reconhecimento de Honneth como metodologia para definir o sujeito a partir de seu desenvolvimento intersubjetivo desde as relações de família até o conceito de cidadão. Com isso, permitiu se um estudo interdisciplinar entre arte, educação e cultura, foram identificadas algumas relações que a doutrina iurdiana mantém com a cultura brasileira e, por sua vez, com o espírito atual do capitalismo segundo a teoria de Boltanski e Chiapello, além das contribuições de teóricos brasileiros como Chauí, Fernandes e Antunes, nas quais ficam evidentes traços claros de um racionalismo que reprime emoções negativas a fim de tornar o sujeito capaz de resolver seus próprios problemas sob o esforço de pequenos planos que lhe permitem realizar seu dia a dia para elaborar ideias mais complexas. Também, do individualismo típico de sistemas econômicos em rápido desenvolvimento em que o sujeito constrói sua autorrealização ignorando os laços sociais e, por fim, a justificativa das desigualdades sociais entendendo que os privilégios alcançados pelas minorias dentro da nação são merecidos por sua capacidade visionária. Nesse contexto, ele é um sujeito obediente e ativo dentro da IURD, responsável por seus gastos que o forçam a desenvolver uma racionalidade e individualismo que esconde e mascara suas emoções negativas e lhe permite criar um estilo de vida social baseado na troca sacrificial com Deus. O estudo expõe a concepção de ritual como estratégia política com a qual o líder religioso e fundador da Instituição evidencia sua perspectiva sobre o sujeito a partir de si mesmo, é dizer esse sujeito ideal é reflexo dele ainda com suas habilidades e deficiências.
Descrição
Palavras-chave
interdisciplinaridade , rituais ponto de contato iurdianos , sujeito iurdiano , capitalismo , educação social
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