Saúde mental e qualidade de vida de professores do ensino fundamental e as relações com a pandemia de Covid-19

Imagem de Miniatura
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2024-08-05
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Scudeler, Renata Pinheiro
Orientador
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Araújo , Marcos Vinícius de
Elias , Luciana Carla dos Santos
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
O ato de lecionar está atravessado por altos níveis de exigências e responsabilidades, bem como por inúmeros aspectos estressores advindos das expectativas individuais, dos próprios professores, mas, também, dos alunos, pais, gestores e comunidade. Sob este cenário, têm surgido inúmeras discussões acerca dos fenômenos associados ao cotidiano dos professores e as implicações em sua qualidade de vida e saúde mental como, por exemplo, a incidência da Síndrome de Burnout e de sintomas de depressão, estresse e ansiedade. Presente nas ocupações que exigem relação de atenção direta, contínua e altamente emocional, o Burnout se instaura quando há presença, persistente e crônica, de estressores capazes de impactar no desempenho profissional, na percepção individual, no relacionamento com os pares e na qualidade de vida. Diante de um cenário de precarização profissional, somado aos impactos da pandemia de COVID-19, torna-se necessário ampliar as discussões sobre o tema, na expectativa de provocar mudanças culturais, organizacionais e sociais. Nesse sentido, o estudo se propôs a analisar à presença do Burnout em professores de Ensino Fundamental I, por meio da aplicação do MBI-ED - Maslach Burnout Inventory - Educators Survey, a percepção dos docentes a respeito de sua própria qualidade de vida por meio do WHOQOL-bref e a presença de sintomas de depressão, estresse e ansiedade através da Escala DASS-21, comparando os resultados encontrados considerando a atuação em escolas públicas e privadas e anos iniciais do fundamental I (primeiro, segundo e terceiro) e finais (quarto e quinto), além de identificar as correlações existentes entre os indicadores de Burnout, QV e saúde mental. Também buscou discutir se o ensino remoto, durante a pandemia de COVID-19, e o retorno presencial, influenciaram, na percepção dos professores, em seus níveis de estresse, através da aplicação e da análise qualitativa de um questionário. Considerando a amostra de 42 professores, sendo 64,3% docentes em escolas privadas e 50,0% atuantes nos anos iniciais do fundamental I, os resultados demonstraram a presença da Síndrome de Burnout em 40,5%, com comprometimento nas três dimensões que a compõe, além da presença de sintomas de depressão, estresse e ansiedade em mais da metade dos participantes, havendo predominância dos sintomas de estresse. As comparações estatísticas não revelaram diferenças médias significativas entre as variáveis avaliadas, enquanto os testes de correlação indicaram associações significativas tanto positivas quanto negativas, sobretudo, considerando as dimensões de Burnout e os sintomas de saúde mental, correlacionados às percepções de qualidade de vida. Através da análise qualitativa do questionário aplicado, este estudo revela o desejo destes profissionais por maior acolhimento, consideração com sua saúde, mudanças que avaliem as reais necessidades e delimitem as responsabilidades, implicando em valorização profissional sendo, portanto, fundamental que se invista em formação, carreira, melhores condições ambientais e salariais, bem como na promoção de saúde, qualidade de vida e políticas públicas eficazes, uma vez que, os espaços escolares e os docentes promovem a formação humana.
Descrição
Palavras-chave
Síndrome de Burnout , professores , qualidade de vida , saúde mental , pandemia de Covid-19
Assuntos Scopus
Citação