Crianças negras e trabalho infantil no Brasil

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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2021-07-27
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Cesar, Camila Torres
Orientador
Almeida, Silvio Luiz de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Benedito, Alessandra
Caldas, Camilo Onoda Luiz
Programa
Direito Político e Econômico
Resumo
A dissertação ‘Crianças negras e trabalho infantil no Brasil’ pretende investigar o trabalho infantil imposto às crianças negras no Brasil. Através da revisão bibliográfica de livros e artigos científicos qualificados com temáticas relacionadas à criança e adolescente, racismo, desigualdades sociais e raciais no Brasil, historiografia do trabalho, sistema educacional, deseja-se verificar como o mercado de trabalho nacional definiu o lugar de meninos e meninas negros. Além da igualdade para todos prevista na Constituição Federal, há um arcabouço normativo antirracista e contra o trabalho infantil amplo, que determina a proteção integral a todas as crianças e nesse sentido, atende à expectativa formal. Pesquisas recentes mostram que o percentual de pessoas brancas em situação de trabalho infantil (32,8%) é inferior à estimativa da população branca desse grupo etário (38,4%); resultado que não se repete para crianças de cor preta ou parda – dada a maior concentração de pretos ou pardos em situação de trabalho infantil (66,1%), no comparativo da proporção deste grupo na população (60,8%). Breve apanhado da história da infância no Brasil colônia, imperial e republicano, a partir da perspectiva do trabalho, revela que crianças indígenas, brancas e negras viveram e ainda vivem infâncias diversas e que a experiência do pequeno trabalhador negro e pobre - antes e após a abolição - é mais precária e vulnerabilizada. A evolução histórica dos marcos legislativos aponta a diferenciação existente entre a legislação punitiva direcionada ao chamado ‘menor’ e a proteção integral conferida às crianças. Os dados estatísticos analisados traçam o perfil da criança trabalhadora e evidenciam o peso da interseccionalidade de gênero e raça no aprofundamento das desigualdades. Nota-se perfil semelhante entre as crianças trabalhadoras e aquelas que evadem a escola ou que possuem dificuldades em progredir e concluir seus estudos, sobretudo no momento pandêmico. A violação de direitos dessa parcela da população perpetua o ciclo de baixa escolaridade, trabalho precário, criminalização e exclusão de oportunidades. Em oposição à infância dita ‘normal’, o trabalho infantil cria outra de risco, exploração e sem perspectivas de futuro.
Descrição
Palavras-chave
trabalho infantil , racismo estrutural , escravidão , cidadania , capitalismo , desigualdade
Assuntos Scopus
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