Principais patógenos causadores de infecções e perfil de resistência no grande queimado em hospital de referência
Tipo
TCC
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Oliveira, Julia Werner de
Rissetto, Nicoli Gueno
Rissetto, Nicoli Gueno
Orientador
Nisihara, Renato Mitsunori
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Programa
Resumo
Introdução: Queimaduras são lesões traumáticas com comprometimento da pele, tornando-a mais suscetível à invasão de micro-organismos. Ademais, o grande queimado é constantemente manipulado em ambiente hospitalar, sofre alterações metabólicas e está imunossuprimido, contribuindo para que a sepse seja a principal causa de óbito. Dessa maneira, o conhecimento da etiologia das infecções e do perfil de resistência a antibióticos são fundamentais para o correto manejo destes pacientes. Objetivo: Identificar os principais agentes causadores de infecção e perfil de resistência, assim como perfil epidemiológico, tempo de internamento, tipo de queimadura e superfície corpórea queimada (SCQ) no grande queimado hospitalizado comparando os biênios 2015/2016 e 2019/2020. Métodos: Estudo retrospectivo analítico desenvolvido a partir de prontuários eletrônicos de pacientes grandes queimados internados no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (Curitiba/ PR) nos anos supracitados. Foram incluídos internamentos identificados com CID 10 - T303 (queimadura de terceiro grau, parte do corpo não especificada), com cultura, antibiograma e idade mínima de 18 anos. Resultados: Nos anos de 2015 e 2016, foram obtidas 109 amostras conforme critérios de inclusão, e 141 nos anos de 2019 e 2020, observando-se um aumento de 29,3% entre os intervalos. Nos dois períodos, houve um predomínio do sexo masculino e uma média de idade de 43 anos. Em relação à SCQ, prevaleceram queimaduras inferiores a 30%, sendo membros superiores a principal localização acometida e de etiologia térmica. Os dados revelam aumento significativo de culturas positivas (p=0,00026) com 64 amostras (58,7%) em 2015/2016 e 112 em 2019/2020 (80%). Houve aumento na coleta de cultura através do punch entre os períodos, de 25,6% para 43,9%. O agente etiológico predominante foi Pseudomonas aeruginosa, seguido de Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem e Staphylococcus aureus em ambos os períodos. A porcentagem de óbitos foi maior em 2019/2020: 26,2% em comparação com 14,6%. No entanto, o tempo de internamento foi inferior com uma média de 26 dias, sendo que uma parcela de pacientes em condição mais grave veio a óbito em um curto tempo de internamento. A sepse se mantém a causa maior de morte, quantificando 81,2% em 2015/2020 e 78,3% em 2019/2020. Entre os óbitos, Pseudomonas aeruginosas foi o principal agente positivo na cultura da queimadura. A identificação das classes de antibióticos às quais há resistência não se alterou: penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos, aminoglicosídeos e quinolonas. No antibiograma, o perfil qualitativo de resistência se manteve semelhante nos períodos. Ademais, a escolha pela utilização de antibioticoterapia empírica sofreu uma queda de 69,8% para 57,4%. Conclusão: A partir dos dados obtidos no Centro de referência em queimados, foi possível confirmar a sepse como agente principal de óbitos, além de identificar Pseudomonas aeruginosa como o microrganismo mais frequente nas culturas positivadas, sem alteração no perfil de resistência. Houve predomínio do sexo masculino e da faixa etária de adulto-jovem, com SCQ em geral menor que 30%, sendo membros superiores a principal localização e de etiologia térmica. Entre os períodos analisados, observou-se uma redução significativa do tempo de internamento com aumento da mortalidade. Não houve alteração significativa da resistência aos antibióticos comparando-se os períodos estudados.
Descrição
Palavras-chave
queimaduras , farmacorresistência bacteriana , infecções bacterianas.