Intervenção baseada na ciência cognitiva da leitura em crianças com sinais de transtorno específico da aprendizagem

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Tipo
Tese
Data de publicação
2023-02-10
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Matos, Lilian Meibach Brandoles de
Orientador
Seabra, Alessandra Gotuzo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Pazeto, Talita de Cássia Batista
Campos, Ana Paula Soares de
Maluf, Maria Regina
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
A fundamentação das políticas públicas nas evidências mais atuais das ciências cognitivas, em especial da ciência cognitiva da leitura, foi apontada como fundamental para a melhora nos índices de alfabetização de países que as adotaram. A ciência cognitiva da leitura fornece evidências sobre como o ser humano aprende a ler, a escrever, e também orienta como é possível melhorar os processos de ensino e de aprendizagem. É fundamental reconhecer que ler e escrever são habilidades essenciais no processo de escolarização. Estudos apontam três habilidades que são necessárias para a leitura competente: o reconhecimento de palavras, a compreensão linguística e a fluência. O Transtorno Específico da Aprendizagem é um transtorno do neurodesenvolvimento com origem biológica, que é a base das anormalidades no nível cognitivo, as quais são associadas com as manifestações comportamentais, e quando estão ligadas à leitura e à escrita frequentemente relacionam-se a dificuldades no princípio alfabético. A literatura aponta a importância da identificação precoce de alunos que apresentam dificuldades na leitura e na escrita, bem como do desenvolvimento de intervenções preventivas, com os objetivos de sanar as dificuldades, sendo que, quanto antes executada uma intervenção, melhor o resultado. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo principal analisar os impactos de um programa de intervenção pautado na ciência cognitiva da leitura aplicado em crianças com sinais de transtorno específico da aprendizagem (TEAp) de 2 o e 4o ano do Ensino Fundamental. Compuseram a amostra 14 professores de 2º ano, 10 professores de 4º ano, 21 alunos com sinais de TEAp que formaram o grupo com queixa e 260 alunos que formaram o grupo dos alunos sem queixa (grupo controle). Tal seleção foi feita a partir de um checklist para queixas de TEAp baseado no DSM-5, respondido pelos professores. Para exclusão de outros transtornos do neurodesenvolvimento, incluindo deficiência intelectual, foi feita avaliação médica e aplicada a Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI) em todos os participantes. Após a seleção da amostra, todos os alunos foram avaliados no Ditado do Teste de Desempenho Escolar II (TDE II). Em seguida, os professores realizaram a apostila de intervenção, com 45 atividades, com os alunos com sinais de TEAp. Ao final da intervenção, todos os alunos foram novamente avaliados no Ditado do TED-II e, adicionalmente, a Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral (PCFO) e o Teste de Competência de Leitura de Palavras e Pseudopalavras (TCLPP) foram aplicados somente no grupo com queixa de TEAp, para verificar a associação entre leitura, consciência fonológica e escrita. Foram encontradas diferenças significativas entre os grupos e momentos. Para o grupo com queixa, foram encontradas diferenças significativas em momento, que sugerem avanços no desempenho acadêmico. Um dado importante a ser pontuado foi o grupo sem queixa de 4º ano apresentou queda no desempenho no Ditado do TDE-II, diminuindo o número de palavras corretas e aumentando o número de palavras erradas e o total de erros ao longo do tempo. Esses dados validam a relevância do ensino explícito do princípio alfabético para todos os alunos, principalmente para os alunos com sinais de TEAp, trazendo efeitos significativos da aplicação da intervenção e impactando a escolarização desses estudantes. O estudo aponta, também, para a relevância em formar e capacitar os professores para práticas baseadas em ciência cognitiva da leitura na alfabetização.
Descrição
Palavras-chave
ciência cognitiva da leitura , alfabetização , transtorno específico da aprendizagem , intervenção
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