Viabilidade e evidências de impacto da versão brasileira do programa aprendiz atento para pré-escolares com TEA
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2022-08-22
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Pereira, Renata Jesus de
Orientador
Paula, Cristiane Silvestre de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Bagaiolo, Leila Felippe
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
Programas que promovam a qualidade de vida e as potencialidades de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) são relevantes, principalmente em idade pré-escolar, fase importante do desenvolvimento e na qual ainda faltam intervenções comprovadamente eficazes. O programa Aprendiz Atento (AA) foi desenvolvido para aprimorar domínios atencionais, além de contribuir com aspectos sociais e emocionais de crianças típicas por meio de jogos lúdicos em três níveis de complexidade. O AA que estimula a atenção seletiva, sustentada e o controle inibitório mostrou-se viável e bem aceito por crianças típicas, sendo de fácil aplicação e de baixo custo, portanto com potencial para beneficiar crianças com atrasos no neurodesenvolvimento. O objetivo do presente estudo foi testar a viabilidade da versão brasileira do Programa Apresendiz Atento para crianças com TEA em idade pré-escolar e verificar evidências de impacto nos domínios cognitivos, atencionais e emocionais dessas crianças. O programa foi realizado com 13 participantes entre 4 e 7 anos de idade que frequentavam três grandes centros especializados em TEA na cidade de São Paulo: Ambulatório TEAMM da UNIFESP, o Grupo Gradual e a TEAR EQUIPE MULTIDISPLINAR. Após aprovação dos pais e assinatura dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido iniciou-se a primeira etapa do projeto (pré-intervenção), onde todas as crianças foram avaliadas com base nos seguintes instrumentos: Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (medida de inteligência fluida), Teste de Atenção por Cancelamento – TAC (para atenção seletiva e sustentada), THCP (avaliação de habilidades pré escolares [percepto motora, linguagem, pensamento quantitativo, memória e atenção concentrada]); Teste de Trilhas (para flexibilidade cognitiva, atenção e funções executivas). Paralelamente, suas mães responderam a dois questionários estruturados sobre aspectos emocionais de seus filhos: Emotion Regulation Chacklist - ERC e Strengths and Difficulties Questionnaire - SDQ. Na segunda etapa da pesquisa, metade das crianças (grupo experimental) recebeu a o programa AA em duplas ou trios durante 18 encontros. A última e terceira etapa foi a replicação de todos os instrumentos da fase pré-intervencão imediatamente ao final da etapa dois. Os resultados do estudo demonstraram que o AA é viável para crianças com TEA em idade pré-escolar, já que: (1) os pais aderiram a intervenção, mesmo no contexto da pandemia da COVID-19, (2) as crianças participaram e conseguiram realizar quase todos os jogos, e (3) as aplicadoras classificaram o AA como de alta qualidade em praticamente todas as tarefas, e apontaram diversos pontos positivos e poucos pontos negativos do programa. Em relação aos dados preliminares de impacto, verificou-se uma tendência de melhora em quase todas as medidas atencionais e cognitivas, mas não nos domínios emocionais das crianças. Além disso, contataram-se melhoras estatisticamente singificantes no grupo experiemental versus o grupo controle em três provas de atenção por cancelamento (segundo TAC) e duas provas de memória viso espacial do CORSI. Conclui-se nesta pesquisa que o programa AA é promissor para crianças com TEA em idade pré-escolar, inclusive com indícios de contribuição para melhora de aspectos atencionais e de memória (aptidões pré acadêmicas). Em relação aos aspectos emocionais, acredita-se que deveriam ser testados a longo prazo como uma possível consequência de benefícios adquirdos em domínios atencionais e cognitivos. Essa hipótese poderia ser confirmada em estudos futuros uma amostras maiores e com follow-up.
Descrição
Palavras-chave
desordem do espectro do autismo , desenvolvimento infantil , pré-escolar , treinamento de atenção , cognição