Distúrbios do Desenvolvimento - Dissertações - CCBS Higienópolis
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- DissertaçãoTranstorno do Espectro Autista (TEA) - um estudo caso-controle: a satisfação no trabalho está associada à ansiedade, mas não ao perfil sensorialAlmeida, Keise Fernanda Aguiar (2023-08-25)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), se caracteriza por um transtorno do neurodesenvolvimento, que leva a dificuldades na comunicação, interação social e alterações no processamento sensorial, como hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais. As alterações sensoriais em pessoas com TEA podem ocorrer em todas as faixas etárias, com manifestação de sintomas em diferentes níveis de gravidade. Há uma maior prevalência de transtornos concomitantes, como ansiedade e depressão, em pessoas diagnosticadas com TEA. Essas condições podem afetar o funcionamento adaptativo, trazendo prejuízos relacionados ao trabalho e interferências na qualidade de vida. O objetivo desse trabalho foi investigar os sintomas de ansiedade, a satisfação com o trabalho, sensibilidade sensorial e sintomas autísticos de 40 adultos com TEA e 43 adultos neurotípicos. Os participantes preencheram um questionário sociodemográfico, o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB) da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa e as escalas Sensory Perception Quotient (SPQ), Generalized Anxiety Disorder 7 (GAD-7), Autism-Spectrum Quotient (AQ) e Escala de Satisfação no Trabalho (EST). Quando comparados aos neurotípicos, indivíduos com TEA apresentam mais sintomas de ansiedade, com predomínio de sintomas graves, maior sensibilidade à estímulos sensoriais e menos satisfação com o trabalho. Correlações negativas moderadas entre as escalas GAD-7 e EST para ambos os grupos sugerem uma relação inversa entre nível de ansiedade e nível de satisfação no trabalho. Ausência de correlação entre SPQ e EST, sugere que a satisfação com trabalho não está associada à sensibilidade sensorial e que a correlação positiva entre AQ e GAD-7 no grupo TEA, sugerem que sintomas autistas estão correlacionados à ansiedade. O conjunto dos resultados permitem concluir que o nível de satisfação no trabalho está inversamente relacionado aos sintomas de ansiedade, mas não diretamente à sensibilidade sensorial. - DissertaçãoModelagem de linguagem assistida e necessidades complexas de comunicação: uma revisão de escopo e perfil da prática de profissionaisSella, Karina Rizzardo (2023-02-27)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
As Necessidades Complexas de Comunicação em crianças são determinadas por múltiplos fatores que impactam o desenvolvimento infantil. Quando nos deparamos com dificuldades importantes, independente de qual seja a causa, observamos que empregar esforços para entender aquilo que está sendo dito pela criança nem sempre é suficiente, reflexo de uma fala com sérias limitações ou da ausência de uma fala funcional. De modo geral, é o uso da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) que pode conferir a estes indivíduos possibilidades de desenvolver e expressar suas habilidades sociolinguísticas de maneira funcional e eficaz. Ao longo dos anos, estudos e pesquisas modificaram conceitos, ampliaram recursos e estratégias para que as intervenções nesta área pudessem cada vez mais atender às demandas de comunicação dos seus usuários e eles, as demandas do ambiente. Atualmente, a modelagem de linguagem tem sido frequentemente associada a efeitos positivos no desenvolvimento das habilidades de comunicação e na melhora da compreensão linguística em crianças com necessidades complexas de comunicação e usuárias de recursos de CAA. Reconhecendo a importância deste tema, esta pesquisa tem como objetivos apresentar por meio de uma revisão de escopo, pressupostos teóricos e evidências existentes na literatura sobre intervenções que utilizam a Modelagem de Linguagem Assistida junto a crianças com Necessidades Complexas de Comunicação e usuárias de CAA. Além disso, irá apresentar os resultados da pesquisa realizada com uma amostra de 57 diferentes profissionais das áreas da saúde e educação, feita por meio da aplicação de um questionário multidisciplinar, que tinha como objetivo conhecer e descrever qual o perfil de utilização prática desta técnica. Os resultados da revisão nos mostram que há em literatura estudos sobre a efetividade da modelagem, mas que reconhecem sobre a melhora da comunicação nestes casos estar intimamente relacionada a diferentes fatores, como as oportunidades de comunicação oferecidas à criança, sendo a modelagem mais um dos vários componentes da intervenção. A análise da pesquisa realizada com a amostra de profissionais, indicou que a utilização da modelagem parece estar mais relacionada a prática daqueles que lidam diretamente com intervenções em linguagem e com a introdução de recursos de CAA, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e educadores. - DissertaçãoAtividade física voluntária reverte estereotipia e prejuízos sociais em modelo animal de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)Gonçalves , Fernando de Souza Amaral Guariento (2023-05-11)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é transtorno heterogêneo que tem como principais características prejuízos na comunicação e interação social e padrões repetitivos de interesses e atividades. Apesar das causas desconhecidas existem indícios de fatores genéticos e interferências ambientais para o quadro de TEA. Estudos em seres humanos e em modelos animais sugerem que a atividade física melhora os prejuízos na interação social exibida pelos indivíduos com TEA. Buscando alternativas terapêuticas para o TEA, esse estudo investigou se a atividade física voluntária (AFV) pode reduzir os prejuízos na interação social em modelo animal para TEA, resultante de exposição pré-natal a uma endotoxina bacteriana, o lipopolissacarídeo (LPS). LPS é uma molécula abundante na membrana externa das bactérias gram-negativas e que, em concentrações relativamente baixas, é um imunomodulador ativo que mimetiza uma infecção bacteriana. A administração do LPS no dia 9,5 gestacional causa alterações comportamentais compatíveis com um modelo animal para o TEA. Para testar a nossa hipótese, tratamos ratas gestantes com LPS (100µg/kg i.p.) no dia 9,5 de gestação. As proles dessas ratas foram submetidas ao protocolo de atividade física voluntária aos 30 dias de vida por meio da exposição permanente à roda de atividade física por 4 semanas. Animais nascidos de mães que receberam injeção de salina também no dia 9,5 de gestação foram estudados como grupo controle. Após o protocolo experimental de atividade física voluntária, os animais foram submetidos ao teste comportamental de interação social em três câmaras para a avaliação dos comportamentos repetitivos e determinação da sociabiliade. A atividade física reduziu o comportamento repetitivo e melhorou a interação social no modelo de TEA utilizado no presente estudo, sugerindo que a atividade física voluntária pode ser uma estratégia terapêutica para os sintomas do TEA observados em crianças e adultos. - DissertaçãoImpactos da pandemia de Covid-19 em indicadores de saúde mental e física de crianças e adolescentes brasileiros com Transtorno do Espectro do AutismoSilva, Rafael Menezes da (2023-08-24)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
Com o início da Pandemia de COVID-19, medidas de isolamento social para conter a transmissão do vírus foram adotadas globalmente trazendo mudanças significativas na rotina das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Estima-se que no Brasil mais de 115 mil crianças pré-escolares apresentem esta condição, que já tem uma prevalência global de 1% da população. O acesso precoce ao diagnóstico e tratamento é crucial para minimizar os déficits nas habilidades da criança com autismo e com a interrupção dos serviços de educação e de saúde houve aumento de sintomas psiquiátricos, irritabilidade, ansiedade, agressividade, estresse, alteração do sono e piora dos problemas de comportamento. O objetivo deste estudo foi avaliar os impactos em indicadores de saúde física e mental de crianças e adolescentes com TEA no Brasil, percebidos por seus cuidadores durante os meses de novembro e dezembro de 2020. Foi realizado um estudo transversal, correlacional com uma amostra de conveniência de 141 pais/cuidadores de todas as regiões do Brasil com dados obtidos pela Red Espectro Autista Latinoamérica (REAL). A coleta dos dados foi realizada de forma virtual, no período de novembro a dezembro de 2020, através de questionário contendo 48 perguntas de caráter sociodemográfico, características do isolamento e características comportamentais das crianças e adolescentes. A maioria das crianças e adolescentes com TEA era sexo masculino 85,1%, frequentava a escola antes da pandemia (90,8%) e todos recebiam tratamento prévio. Verificou-se piora na atenção (64,5%), aumento do consumo alimentar (61%), aumento da irritabilidade (75,9%) e aumento de sintomas de ansiedade (71,7%). Uma menor adesão e menor intensidade do isolamento foi relacionado a piora na agressividade (p<0,01) e observou-se uma relação negativa entre o espaço residencial e a quantidade de ingestão alimentar e comportamento de andar pela casa sem nenhum propósito. Assim o estudo concluiu que a Pandemia de COVID-19 trouxe impactos negativos na saúde mental e física de crianças e adolescentes com TEA no Brasil, resultando em aumento de sintomas como irritabilidade, agressividade, ansiedade e depressão. As características sociodemográficas e o apoio dos cuidadores foram fatores importantes neste cenário. - DissertaçãoAdaptação e desenvolvimento de um programa online de estimulação de regulação emocional para adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH)Francisco, Guilherme Carvalho de Paula (2023-08-15)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é considerado um transtorno de desenvolvimento marcado por padrões de comportamento de desatenção e hiperatividade-impulsividade com início precoce no desenvolvimento e prevalência de 5% na infância. Entre os problemas cognitivos, emocionais e comportamentais adjuntos do TDAH pode se observar problemas de autorregulação e regulação emocional. Estes problemas estão relacionados à déficits em funções executivas e sustentação atencional e causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social e emocional do indivíduo. Por mais que está estabelecida na literatura dificuldades em regulação emocional em indivíduos com TDAH, são escassos os estudos que intervenham especificamente nessas dificuldades. Dentre os programas de intervenção que se destinam a trabalhar com regulação emocional pode-se destacar o programa “Terapia de Regulação Infantil” (TRI) que mostra resultados promissores no trabalho de crianças com ansiedade e depressão. O objetivo deste trabalho foi realizar a adaptação do TRI para uso em adolescentes com TDAH em uma intervenção grupal e online e verificar resultados preliminares sobre a eficácia do TRI. Na primeira parte do estudo foi realizada a adaptação o TRI passando por três etapas: adaptação da estrutura da intervenção, adaptação da linguagem para adolescentes e adaptação das atividades da intervenção. O resultado da adaptação gerou o material de intervenção denominado Programa de Alfabetização Emocional para Adolescentes com TDAH (PROALFA). Em seguida, o programa foi submetido a análise de juízes profissionais e pais de adolescentes com TDAH que gerou índices de validade de conteúdo satisfatórios com índices acima de 0,80. Por fim, a terceira etapa do estudo foi aplicação do programa em um grupo piloto com 7 adolescentes com idades entre 12 e 15 anos e seus respectivos pais em uma intervenção online durante oito sessões estruturadas com 1h30 de duração. Foi aplicada a Escala de Trans torno de Déficit de Atenção/Hiperatividade versão Adolescente e Adultos, Inventário de Classificação e de Comportamento de Funções Executivas, Questionário de Capacidade e Dificuldades e a tarefa de Reconhecimento de emoções. Após a intervenção os adolescentes obtiveram maiores escores na tarefa de reconhecimento de emoções (p = 0,01; d= 0,89) e diminuição significativa dos erros de reconhecimento de emoções básicas como raiva (p=0,02; d=0,84) e neutro (p=0,04; d=0,77). Ainda, pais e adolescentes mostraram relatos positivos de ganhos em autorregulação e autoconhecimento de estados emocionais. O PROALFA é um programa pioneiro no Brasil, pois se destina a trabalhar aspectos relacionados a regulação emocional em adolescentes em TDAH podendo ser considerado um programa clínico assim como um programa de promoção de saúde mental.