Novos paradigmas tecnológicos e novos modelos de negócio na indústria automobilística: uma análise a partir do ciclo do valor
Tipo
Tese
Data de publicação
2022-03-04
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Ferreira, Elcio Alves
Orientador
Meirelles, Dimária Silva e
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Popadiuk, Silvio
May, Marcia Ramos
Perez, Gilberto
Spers, Renata Giovinazzo
May, Marcia Ramos
Perez, Gilberto
Spers, Renata Giovinazzo
Programa
Administração de Empresas
Resumo
Objetivo: Compreender as mudanças tecnológicas em curso na indústria automobilística e como as empresas interpretam o ambiente competitivo, criam suas narrativas sobre o futuro e tomam suas decisões estratégicas. Para isso, foram identificados os novos paradigmas tecnológicos da indústria automobilística, compreendida a visão dos atores do ecossistema da indústria sobre as incertezas, a partir da análise dos fatores do ambiente que contribuem ou limitam as inovações, bem como as tecnologias críticas que viabilizam a mudança e inovação na indústria.
Fundamentação Teórica: Adotou-se a premissa de Daft & Weick (1984), que qualquer que seja a abordagem para estudar as organizações, estas têm que considerar premissas sobre a natureza da organização e como elas são construídas e funcionam. Os autores propõem quatro premissas básicas que fundamentam a abordagem de sistema de interpretação organizacional: (i) as organizações são sistemas sociais abertos que processam informações do ambiente; (ii) interpretações individuais versus as organizacionais; (iii) são os executivos de nível estratégico que formulam a interpretação da organização; e (iv) as empresas diferem sistematicamente entre si no modo como decorre o processo pelos quais elas interpretam o ambiente. O processo de interpretação não é randômico, mas as organizações desenvolvem maneiras específicas para aprender sobre o ambiente (Daft & Weick, 1984; Weick, 1979).
Metodologia: Pesquisa de natureza qualitativa e tipo de pesquisa descritiva e exploratória (Malhotra, 2012; Merriam, 2002). Realizadas entrevistas com sete atores, gestores nível C que trabalham em empresas montadoras multinacionais de automóveis, sendo uma montadora importadora de origem chinesa, uma montadora com produção local de origem brasileira, mas com parceria com uma montadora chinesa, uma montadora com produção local de origem japonesa, duas montadoras importadoras de origem europeia e uma montadora importadora, que embora de origem europeia, se reporta à linha de comando estabelecida nos Estados Unidos. A amostra foi completada com uma empresa fabricante de partes e peças para a indústria automobilística, de origem europeia. Com relação à análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo, seguindo-se em grande parte as recomendações de (Bardin, 1977).
Considerações Finais: Os novos paradigmas tecnológicos da indústria automobilística se originam de forças profundas que estão se manifestando no seio da sociedade. Essas forças sociais levam os governantes a desenvolverem todo um conjunto de políticas públicas e de legislação regulatória, de tal forma a dar conta aos anseios da sociedade. Complementarmente às forças sociais, a disponibilidade de tecnologias disruptivas como inteligência artificial, internet das coisas, nova geração de redes móveis 5G, novos tecnologias de motorização de
veículos, são ingredientes vitais e viabilizadores do surgimento de novos modelos de negócios na indústria automobilística. Um fator desafiador para as empresas montadoras tradicionais, é o fato de que as principais tecnologias críticas são dominadas por empresas pertencentes a outros ecossistemas, ou seja, as empresas de tecnologia da informação e comunicação, que tem acesso ao grande capital e desenvolveram processo de tomada de decisão mais ágeis.
Contribuições: Com o suporte do modelo conceitual de pesquisa, as proposições emergentes fornecem orientações e sugestões para os gestores desenvolverem modelos de negócios mais aderentes ao novo contexto, bem como contribuem para melhorar a capacidade de capturar valor, construir vantagens competitivas com a inovação e consequentemente, melhorar o desempenho de suas organizações. O poder público brasileiro poderá usar o estudo como insumo para a definição de políticas industriais para o setor automotivo, em toda sua cadeia de valor. Para a academia, fornece subsídios para novas pesquisas e abre novas possibilidades de estudo e geração de conhecimento para esse setor estratégico do país.
Descrição
Palavras-chave
paradigmas tecnológicos , incerteza ambiental , indústria automobilística , esquemas interpretativos organizacionais