Em nome da vida: a trajetória internacional do artista-gravador Hans Steiner (1910-1974)

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Tipo
Tese
Data de publicação
2022-02-17
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Vergolino, Paulo Leonel Gomes
Orientador
Mello, Regina Lara Silveira
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Schwartz, Rosana Maria Pires Barbato
Rizolli, Marcos
Lourenço, Maria Cecília França
Périgo, Márcio Donato
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
Esta tese tem como foco o artista visual Hans Steiner (Graz, Áustria, 1910 – Gorizia, Itália, 1974), que elegeu a gravura, dentre tantas outras técnicas que poderia escolher, como aquela de sua predileção. A pesquisa dá continuidade a um primeiro resgate da obra de Steiner, apresentado como dissertação de mestrado realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na qual se revelaram os fatos iniciais sobre a vida e a obra do artista. No entanto, aquela investigação não abarcou o período vivido por Steiner na Europa nem as diversas exposições levadas a cabo no período de seus dez últimos anos de vida; por essa razão, esses e outros fatos são esclarecidos neste estudo, com vistas a apresentar as importantes contribuições de Steiner à arte brasileira. A análise aqui presente se concentra majoritariamente em um acervo das obras de Steiner que outrora pertencera ao Pflanzensoziologisches Institute, na Áustria, mas que foi definitivamente trazido ao Brasil pelo autor. Nesse acervo, encontra-se um conjunto superlativo de trabalhos, que, em grande parte, dizem respeito a gravuras em metal. Para analisá-las, o trabalho se fundamenta na ótica de historiadores da arte, como Giulio Carlo Argan, Ernst Gombrich e Didi-Huberman. Como resultado de um levantamento de dados, constata-se que Steiner produziu um conjunto gravado de mais de 517 matrizes, o qual teve início em 1930, após Steiner fixar-se no Rio de Janeiro depois de haver percorrido outros países sul-americanos, ocasião em que ele deliberadamente inicia seu percurso como artista visual, quando passa a receber os primeiros ensinamentos do gravador ítalo-brasileiro Carlos Oswald. A relação entre os dois, bem como a influência do traço de Oswald sobre Steiner são abordados em diversos momentos da tese. Além disso, a análise da produção de Steiner ao longo dos anos subsequentes revela que ele, em seus desenhos, gravuras e pinturas, dá foco à flora, à fauna, aos povos indígenas e à pluralidade da gente brasileira alocada nos mais diversos estados do país, sempre representando-os a partir de sua visão particular. Da pesquisa e produção superlativa de gravuras, pinturas e desenhos levados a cabo pelo gravador em foco, resultam oito diferentes ciclos de gravuras, cada um realizado sob inspirações diferentes, tais como: Niterói antigo, Guanabara, Mata-pau, Penitenciária, Urubu, Vegetação, Miniaturas e indígena. O exame de documentos históricos e relatos sobre Hans Steiner mostra que o artista deixa de forma definitiva o Brasil e se instala na Itália, levando consigo uma coleção de obras de outros artistas gravadores, objetos pessoais, documentos, cadernos de desenho e alguns trabalhos de alunos por ele orientados. Esta pesquisa apresenta também coleções inéditas do artista, mantidas sob a guarda das famílias Reifschneider, Vasconcellos e Teichmann, sem olvidar os acervos italianos de Laura Muzzo, de Eros Cosatto, bem como da Fundação Biblioteca Nacional e do Museu Nacional de Belas Artes. Com este trabalho, rompe-se um período de longo adormecimento em relação a um conjunto visual visto como quase inexistente para a história da gravura no Brasil, e, em verdade, almejamos, a partir das observações aqui descritas, mudar para melhor essa realidade.
Descrição
Palavras-chave
gravura , história da arte , Hans Steiner , artes visuais , linguagem
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