Ficção a céu aberto: écfrase de arte contemporânea
Tipo
Tese
Data de publicação
2021-11-09
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Lancman, Thais Kuperman
Orientador
Pereira, Helena Bonito Couto
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Mattos, Cristine Fickelscherer de
Dugnani, Patricio
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Stigger, Verônica Antonine
Dugnani, Patricio
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Stigger, Verônica Antonine
Programa
Letras
Resumo
A arte contemporânea representa um desafio novo na tradição da écfrase. A abertura irrestrita das linguagens e temas leva-nos a questionar como a transposição dessa arte pode torná-la presente para o leitor. A partir da análise de duas narrativas contemporâneas – Não há lugar para a lógica em Kassel (2015), de Enrique Vila-Matas, e O museu da inocência (2011a), de Orhan Pamuk –, em que a écfrase desempenha papel fundamental, esta pesquisa de doutorado busca entender até que ponto as mudanças no universo das artes visuais levam à necessidade de atualizar a teorização existente a respeito da écfrase. Chegamos a duas categorias que buscam iluminar pontos relevantes da écfrase de arte contemporânea, sem se restringirem a ela e sem inviabilizar o uso concomitante de demais categorizações existentes. Falamos em écfrase curatorial, para as passagens ecfrásticas que destacam os procedimentos de seleção e arquivamento de obras, relacionando-as em um contexto de exposição, ou ainda, obras de arte fundamentadas sobre tais procedimentos, como delimitado por Filipovic (2013). Outra categoria delineada nesta pesquisa é a écfrase fática, a partir do conceito de convivialidade explorado por Blommaert e Varis (2018), inseridos na lógica dos Atos de Percepção e de Recepção, como definidos por Elleström (2021). Por fática, entendemos a écfrase que explora os aspectos comunicacionais da obra de arte contemporânea, centrando-se na experiência de teste permanente da capacidade de proposições artísticas produzirem comunicação, entre artista e espectador e entre diferentes espectadores, estabelecendo a convivalidade, um convívio fluido mas nem por isso desprovido de significado. As obras analisadas utilizam, cada uma à sua maneira, a écfrase como elemento de indefinição, ou seja, inserem a abertura da arte contemporânea na amplitude da narrativa em sua incorporação de gêneros e registros. Por esse motivo, discutiremos nesta tese a écfrase como passagens que nos permitem entender melhor o funcionamento da ficção, a partir da comprensão de que a écfrase é um procedimento exemplar e agudo de reconstrução do olhar, da percepção e da memória.
Descrição
Palavras-chave
écfrase , arte contemporânea , literatura contemporânea