Depressão, resiliência e bem-estar em adolescentes: relação com isolamento na pandemia da Covid-19
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2021-08-05
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Campos Junior, Flávio Milton de
Orientador
Macedo, Elizeu Coutinho de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Boggio, Paulo Sérgio
Serpa, Alexandre Luiz de Oliveira
Serpa, Alexandre Luiz de Oliveira
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
Resiliência é a capacidade que o ser humano tem para desenvolver habilidades de enfrentamento, recuperação e adaptação para confrontar situações adversas, estressoras e/ou traumáticas. Tais habilidades são desenvolvidas ao longo da vida num processo complexo de interação entre a adversidade, a resiliência desenvolvida até o momento do confronto e o nível de vulnerabilidade para a adversidade enfrentada. A crise provocada pela pandemia de COVID-19 pode representar um fator de risco importante por ser um momento estressante para muitos adolescentes que tiveram suas rotinas e vidas afetadas com as medidas de contenção da doença. Este estudo teve por objetivo avaliar os níveis de sintomatologia depressiva, resiliência e satisfação de vida de adolescentes em dois momentos diferentes durante a pandemia de COVID-19. Foram avaliados 278 adolescentes de 14 a 17 anos, de uma escola particular de classe média alta de São Paulo: 178 adolescentes em maio de 2020 (Grupo G20) e 84 em maio de 2021 (Grupo G21). Foram aplicadas as versões online do Inventário de Depressão Infantil (CDI), da Escala de Resiliência para Crianças e Adolescentes (ERCA) e a Escala multidimensional de Satisfação de Vida para Adolescentes (EMSVA). Os resultados mostram não haver diferença significativa entre os dois grupos para a sintomatologia depressiva, ainda que as meninas tenham pontuação mais alta que os meninos. Foram encontradas diferenças significativas para Capacidade de Relacionamento (CR) e de Confiança, avaliados por meio da ERCA. No que diz respeito à Satisfação de Vida, os resultados mostram haver diferença significativa no escore total da EMSVA e em seus domínios Família, Amizade, Autoeficácia e Self Comparado. No entanto, a Autoeficácia e o Self Comparado, contrariando os prognósticos da literatura internacional de que haveria uma tendência de piora na saúde mental, apresentaram escores maiores, indicando que nesses domínios, o grupo G21 estava melhor do que o grupo G20. Os resultados mostram ainda haver uma correlação negativa entre o escore do CDI e os seguintes domínios das escalas: Satisfação de Vida (EMSVA) (r = -0,78, p<0,001), Sentido de Controle (CO) (r = -0,77, p<0,001), Capacidade de Relacionamento (CR) (r = -0,63, p<0,001) e seu fator confiança (r = -0,60, p<0,001) e, com a Reatividade Emocional (RA) (r = +0,61, p<0,001), foi observada uma correlação positiva. Dessa forma, os achados sugerem que é preciso ter um olhar positivo e atento aos fatores de proteção que apresentaram melhoras e que podem ter contribuído para que os níveis de satisfação de vida e da qualidade dos relacionamentos durante a pandemia permanecessem em níveis considerados bons, apesar de uma pontuação menor de alguns nos escores do G21.
Descrição
Palavras-chave
resiliência , depressão , satisfação de vida , adolescentes , educação