Arquitetura e Urbanismo - Teses - FAU Higienópolis
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Navegando Arquitetura e Urbanismo - Teses - FAU Higienópolis por Orientador "Caldana Junior, Valter Luis"
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- TeseAcumulação e assimetria socioespacial na cidade de São PauloPaiva, Lincoln (2022-04-12)
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)
A base patrimonial dos contribuintes do IPTU, cujos imóveis possuíam valores venais acima de R$1.000.000,00 até R$ 5.000.000,00 na capital paulista, eram de 743 unidades em 1995, saltaram para 78.021 unidades residenciais em 2020, nada cresceu tanto no país, segundo dados do IBGE do mesmo período, a população do município de São Paulo, cresceu de 9.8 milhões de habitantes para mais de 12 milhões em 2020 e a desigualdade de renda, que era um fenômeno que já crescia desde os anos 1960, teve na década de 1990 sua maior expansão e voltaria a crescer pós 2014. Enquanto a população crescia 20%, a renda média caia, o patrimônio registrado em imóveis formais, cujo valor venal ultrapassavam R$ 1 milhão, cresceu 104 vezes nos últimos 25 anos. A política fiscal territorial virou uma espécie de estratégia de segregação e fragmentação do território e refletiu na desigualdade socioespacial da cidade de São Paulo. Os dados de crescimento populacionais e de desigualdade não justificaram o grau de concentração patrimonial na cidade de São Paulo. Em 1995, os contribuintes pagantes eram cerca de 1% e passou para 2% em 2000, subiu para 12% em 2005 e caiu em 2010 para 6% e voltou a subiu em 2015 para 8%, essa diferença de gestão fiscal territorial demonstrava uma política tributária sem continuidade, sem fim e sem finalidade. Os dados obtidos mostraram que a valorização imobiliária durante esse período que já era pífia em 1995, cresceu e se concentrou numa pequena elite ao longo dos anos, ou seja, a maioria dos imóveis mais valorizados da cidade passaram para as mãos de poucas pessoas, e o valor venal desse patrimônio no topo da valorização imobiliária já superava em muito a metade da valorização imobiliária de toda cidade, isso equivale a dizer que menos de 10% da população teria mais do que 50% da valorização imobiliária de toda a cidade, o que mostrava uma cidade muito mais concentrada e desigual do que os índices de desigualdade de renda conseguiriam revelar. Mais quais seriam os resultados de uma política que privilegiava uma parte da cidade e a outra não? Para analisar a valorização verificou-se a necessidade de criar indicadores de desigualdade utilizando o cadastro do IPTU para que as comparações pudessem ser realizadas com mais precisão, desta forma, conseguimos avaliar se as políticas tributárias adotadas ao longo dos anos teriam sido eficazes para evitar a segregação e fragmentação socioespacial que dividiam a cidade, já que reduzir a desigualdade nunca havia sido prioridade na cidade. Nesta tese, apresentamos e propomos pela primeira vez o desenvolvimento de um índice GINI de valorização imobiliária, combinada com o Índice ICE, prevendo que novos esforços, visões, novas fórmulas serão agregadas, como contributo a gestores e planejadores urbanos para o maior controle sobre o uso e ocupação do solo urbano, medir com mais eficiência as políticas públicas para o combate à fragmentação, segregação territorial e desigualdade socioespacial e ainda priorizar a implantação de infraestrutura urbana nas áreas de maior vulnerabilidade social, melhorar a gestão e a distribuição dos recursos públicos, a gestão da arrecadação de IPTU e finalmente fazer justiça socioespacial a partir de políticas públicas adequadas. - TeseAs transformações dos espaços de comércio e as novas relações entre o espaço físico e o consumidorPedrotti, Nayara Pires (2023-08-14)
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)
As recentes mudanças tecnológicas têm modificado a maneira de consumir, vender e produzir. Antes, para obter algo de desejo era necessário deslocar-se para adquirir as coisas; agora, as coisas chegam sem que haja necessariamente um deslocamento físico. Nesse sentido, a evolução tecnológica pode estar alterando as interações sociais, os estilos de vida, a experiência e a configuração dos espaços físicos de loja, além disso, após o cenário pós pandemia, os novos hábitos de consumo e comportamentos. É possível que o comércio tenha sido beneficiado pelas tecnologias digitais, pois permitiu que os produtos possam ser vendidos em maior escala, com mais lucratividade e menor custo. Por outro lado, sugere-se que a transformação imposta pelas novas tecnologias ao comércio, considerando que nos últimos anos, com a consolidação da conectividade plena e o crescimento do comércio online houve uma profunda alteração nos hábitos de consumo e, por consequência, na localização e na organização espacial das lojas de varejo, seria possível se observar que, neste momento, já é possível se perceber uma segunda transição, onde as lojas físicas passam por mais uma alteração, portanto, a transformação imposta pelas novas tecnologias ao comércio alteram o uso, materialidade, percepção sensível, cenário, layout, e estabelece novas relações entre o espaço físico e o consumidor. O problema de pesquisa se delineia a partir de dois questionamentos, entre eles: As tecnologias virtuais e comércio online estão transformando os espaços de comércio físico, sendo assim “como” estão se dando essas transformações e “quais” são as grandes alterações do espaço físico comercial derivadas de novas práticas de comércio virtual? O objetivo dessa pesquisa é compreender como estão se dando as transformações e quais as grandes alterações do espaço físico comercial derivadas de novas práticas de comércio virtual, devido ao descompasso entre os hábitos de consumo e as transformações efetivas nos espaços de comércio físico. Inicialmente o recorte do estudo iniciou no período que inicia a popularização da internet no Brasil, sendo este os anos 2000, até o ano que antecede a chegada da pandemia de Coronavírus no Brasil, ano de 2019, entretanto, ao longo da pesquisa e após o cenário da pandemia, obteve-se a sensibilidade em reconhecer que por obvio os espaços estavam se transformando, e então o trabalho teve a iniciativa e sensibilidade de estender o recorte para 2023, já que ouve um rearranjo dos novos comportamentos e hábitos de consumo. Acredita-se que o comércio sempre se transformou e não foi em função da pandemia que está se transformando, o que houve foi uma disrupção forçada e possivelmente um ponto de inflexão na curva de evolução e ascendência do comércio virtual sobre o comércio físico, que ficou ainda mais inclinada do que anteriormente. Portanto, o método utilizado para o desenvolvimento dessa pesquisa será “indutivo exploratório”, tendo em vista que se busca considerar o conhecimento baseado em experiência, assumindo de forma geral, pesquisas bibliográficas, coleta de dados, estudos de casos, análises críticas e observação dos fenômenos.