A relação entre o transtorno de personalidade narcisista e a conduta antissocial
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Tipo
TCC
Data de publicação
2025-04
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Diniz, Rafaela Luiz
Silva, Raffaella Ferreira da
Silva, Raffaella Ferreira da
Orientador
Seixas, Loraine
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Programa
Resumo
Introdução: Para compreender plenamente o termo "narcisismo" e sua evolução para além do
âmbito do senso comum, é essencial explorar suas diversas facetas, começando pela sua
origem na mitologia grega, personificada no mito de Narciso. A análise do mito não se
resume unicamente na ideia de paixão pela própria imagem, mas no fato de que Narciso não
se reconhece no reflexo de si mesmo. A partir disso, em 1910, Freud faz suas primeiras
considerações a respeito do tema, postulando que o narcisismo seria uma fase do
desenvolvimento libidinal e sexual do homem que se situava entre auto-erotismo e amor
objetal. No entanto, é em 1914 que o autor articula o conceito psicanalítico do narcisismo no
encalço do desenvolvimento infantil, destacando o narcisismo primário e secundário. A
definição do Transtorno de Personalidade Narcisista, descrita no DSM-V, marca a diferença
entre o Narcisismo como fase do desenvolvimento e como patologia, algo que foi amplamente
estudado por Kernberg, que destacou as patologias narcisistas e a síndrome do narcisismo
maligno, quadro mais severo desse transtorno de personalidade. A conduta antissocial, por
sua vez, representa um continuum de atitudes que infringem as normas sociais e os direitos do
outro, causando danos à sociedade e/ou a terceiros. Objetivo geral: Entender, a partir da
perspectiva psicodinâmica, como se manifesta a personalidade narcisista, os fatores
envolvidos na manifestação de tal patologia e como a evolução desta pode levar um indivíduo
acometido por este transtorno a apresentar uma conduta antissocial. Método: Estudo de caso
a partir da análise do personagem Patrick Bateman, figura principal do livro “Psicopata
Americano” (1991), de Bret Easton Ellis. O método permite um conhecimento amplo da
temática, ao possibilitar uma observação clínica de como se manifestam as questões
abordadas para além da teoria acerca da hipótese apresentada. Resultados: A partir da divisão
de seis categorias que possibilitam o aprofundamento da dinâmica psíquica do personagem,
sendo estas: I) família; II) angústias e ansiedades; III) vazio; IV) inveja e inferioridade; V)
narcisismo; VI) conduta antissocial e narcisismo maligno, tornou-se perceptível que o
personagem apresenta traços característicos do Transtorno de Personalidade Narcisista
associados a uma conduta antissocial, marcada por atos violentos a fim de eliminar e
desqualificar o outro. Conclusão: Concluiu-se de forma afirmativa a tese da existência da
relação entre o Narcisismo e a Conduta Antissocial. As manifestações sintomáticas do
narcisismo, em seus níveis mais severos, levam a crer possa existir uma forma de projeção
dos sentimentos intoleráveis através de atos violentos que infringem as normas sociais e os
direitos do outro, caracterizando então, uma Conduta Antissocial, muito presente na síndrome
do narcisismo maligno descrita por Kernberg.
Descrição
Palavras-chave
Transtorno de Personalidade Narcisista , Organização Borderline , narcisismo maligno , conduta antissocial