Desvendando Luíza Mahin: um mito libertário no cerne do feminismo negro
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2011-08-12
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Lima, Dulcilei da Conceição
Orientador
Araujo, Paulo Roberto Monteiro de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Tiburi, Marcia Angelita
Ferreira, Ligia Fonseca
Ferreira, Ligia Fonseca
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
O presente trabalho discute o processo de mitificação que garantiu a manutenção de
Luíza Mahin no imaginário afrobrasileiro. Parte-se do pressuposto de que o Feminismo Negro
foi o principal responsável pelo seu desenvolvimento enquanto mito. Para tanto, foram
analisadas as produções de Luiz Gama, Pedro Calmon e Arthur Ramos, entendidas aqui como
norteadoras das produções das feministas negras. No período estabelecido entre 1980 e 2006
foram analisadas ações do Feminismo Negro que resultaram no fortalecimento de Luíza
Mahin no imaginário afrobrasileiro como a cartilha Mulher Negra tem História, poemas das
escritoras Alzira Rufino e Miriam Alves, a inauguração da Praça Luiza Mahim entre outras,
por fim o romance Um defeito de cor de Ana Maria Gonçalves. Considerada uma das figuras
de maior representatividade na memória do movimento negro, Luíza Mahin mãe do poeta,
advogado e abolicionista Luiz Gama teria sido uma das líderes da maior revolta de escravos
de que se tem notícia no Brasil, o Levante dos Malês, ocorrido na cidade de Salvador em
1835. No intuito de superar a violência simbólica exercida pelos estereótipos em torno da
mulher negra, o Feminismo Negro procurou positivar a imagem das afrobrasileiras recorrendo
à reelaboração e valorização das histórias de suas antecessoras. Consideradas heroínas, as
trajetórias dessas mulheres foram também empregadas no sentido de forjar uma identidade
que favorecesse a luta empreendida pelas organizações de mulheres negras. Compreende-se
aqui o mito como agente na configuração de identidades individuais ou coletivas conforme a
perspectiva de Ernest Cassirer em Filosofia das Formas Simbólicas, segundo a qual o mito
como matriz de significação viabiliza a apreensão do mundo permitindo à consciência
humana agir sobre ele. Justifica-se assim a afirmação feita pelo historiador João José Reis, em
que define Luíza Mahin como um mito libertário
Descrição
Palavras-chave
Luíza Mahin , feminismo negro , mulheres negras , cultura afrobrasileira , mito , identidade , Luiza Mahin , black feminism , black women. African-Brazilian culture , myth , identity
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Citação
LIMA, Dulcilei da Conceição. Desvendando Luíza Mahin: um mito libertário no cerne do
feminismo negro. 2011. 162 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Arte e História) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2011.