Papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a saúde mental de adolescentes: estudo longitudinal
dc.contributor.advisor | Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz | |
dc.contributor.author | Rodriguez, Juliana Dalla Martha | |
dc.date.accessioned | 2023-11-10T12:54:59Z | |
dc.date.available | 2023-11-10T12:54:59Z | |
dc.date.issued | 2023-10-03 | |
dc.description.abstract | O trabalho na adolescência é uma realidade no Brasil, principalmente para adolescentes de menor condição socioeconômica. Os adolescentes ingressam no mercado de trabalho por meio da aprendizagem profissional, política pública que busca minimizar a desigualdade social. A inserção no mercado de trabalho pode acarretar mudanças emocionais, comportamentais e sociais na vida dos adolescentes. Estudos indicam fatores positivos e negativos no trabalho durante a adolescência. No Brasil, há um número limitado de pesquisas que avaliem os impactos na saúde mental de adolescentes de 14 a 19 anos que estejam cursando o ensino médio e iniciaram no mercado de trabalho. Do mesmo modo, não foram identificados estudos nacionais avaliando o impacto do trabalho, na condição de aprendiz, e possíveis preditores da trajetória da saúde mental do adolescente ao longo do tempo. O objetivo do estudo foi identificar o papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e a satisfação no trabalho sobre a saúde mental dos adolescentes. Trata-se de um estudo longitudinal com medidas coletadas em três tempos ao longo de 18 meses. A amostra foi composta por 119 adolescentes de 14 a 19 anos de ambos os sexos, cursando o ensino médio e matriculados Programa de Aprendizagem Profissional em diversos municípios do estado de São Paulo. Os instrumentos utilizados foram o questionário de caracterização sociodemográfica, Critério Brasil, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), Escala de Autoeficácia Ocupacional (EAO) e Escala de satisfação no Trabalho (EST- R). Para investigar a diferença na média da saúde mental dos adolescentes matriculados em um programa de aprendizagem profissional desde o início até o final das atividades laborais foi utilizada a Anova de medidas repetidas. O modelo de curva de crescimento latente foi utilizado para verificar a trajetória ao longo do tempo e o papel preditivo das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a variação temporal da saúde mental. Os resultados indicaram que houve diferenças estatisticamente significativas nos escores de saúde mental ao longo do tempo (F (2, 118) = 18,347, p < 0,001; η2p = 0,135). Análises post-hoc de Bonferroni revelaram que houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental no tempo 2 (M = 12,30; DP = 6,03), em comparação com o tempo 1 (M = 9,70; DP = 5,93; p < 0,001; d = 0,759). Ainda, os resultados mostraram que os escores do tempo 3 (M = 11,39; DP = 5,67) foram maiores que os resultados do tempo 1 (p < 0,001; d = 0,500). O tempo de ingresso no mercado de trabalho teve um impacto significativo nas pontuações de saúde mental. Especificamente, houve uma piora significativa nos níveis de saúde mental nos primeiros nove meses após o início das atividades laborais, em comparação com o período em que não haviam iniciado as atividades laborais. O modelo de curva de crescimento latente conseguiu explicar 30% da variância no intercepto, o que significa que esses fatores conseguiram explicar parte das diferenças iniciais no nível de saúde mental na amostra estudada. O nível de saúde mental inicial não impactou na variação temporal da saúde mental. Os resultados indicam que os fatores individuais, como sexo, idade e autoeficácia ocupacional, são preditores significativos do nível médio de saúde mental. A autoeficácia ocupacional apresentou uma relação inversa, indicando que à medida que diminui, a saúde mental tende a diminuir. Adolescentes do sexo feminino apresentaram piores níveis de saúde mental em todos os momentos do estudo em comparação com os adolescentes do sexo masculino. Os resultados indicaram que os adolescentes mais jovens tinham piores níveis de saúde mental em comparação com os mais velhos, com os adolescentes de 15 anos apresentando os piores níveis de saúde mental ao longo do tempo. No geral, essas descobertas contribuem para nossa compreensão acerca dos impactos do trabalho na saúde mental dos adolescentes possibilitando direcionar as políticas públicas para essa população. Além da capacitação profissional para o desempenho das atividades laborais e melhores chances de empregabilidade futura dos adolescentes, os programas de aprendizagem poderiam reforçar a formação socioemocional, fortalecendo competências que possibilitem aos adolescentes gerenciarem e enfrentarem os desafios da vida laboral e o desenvolvimento de atitudes positivas de si mesmo e de sua capacidade para o trabalho. | |
dc.description.sponsorship | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível | |
dc.description.sponsorship | IPM - Instituto Presbiteriano Mackenzie | |
dc.identifier.uri | https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33718 | |
dc.language.iso | pt_BR | |
dc.publisher | Universidade Presbiteriana Mackenzie | |
dc.subject | trabalho | |
dc.subject | programa aprendizagem | |
dc.subject | adolescência | |
dc.subject | saúde mental | |
dc.subject | autoeficácia ocupacional | |
dc.title | Papel das variáveis sociodemográficas, autoeficácia ocupacional e satisfação no trabalho sobre a saúde mental de adolescentes: estudo longitudinal | |
dc.type | Tese | |
local.contributor.advisorLattes | http://lattes.cnpq.br/1500695593391363 | |
local.contributor.advisorOrcid | https://orcid.org/0000-0002-6096-8414 | |
local.contributor.authorLattes | http://lattes.cnpq.br/9831681282295848 | |
local.contributor.authorOrcid | https://orcid.org/0000-0002-3953-8882 | |
local.contributor.board1 | Becker, Natalia | |
local.contributor.board1Lattes | http://lattes.cnpq.br/8397686304776262 | |
local.contributor.board2 | Osório, Ana alexandra Caldas | |
local.contributor.board2Lattes | http://lattes.cnpq.br/9011606474221997 | |
local.contributor.board3 | Jorquera, Carolina Andrea Ziebold | |
local.contributor.board3Lattes | http://lattes.cnpq.br/5593626420135391 | |
local.contributor.board3Orcid | https://orcid.org/0000-0002-7965-6680 | |
local.contributor.board4 | Melo, Márcia Helena da Silva | |
local.contributor.board4Lattes | http://lattes.cnpq.br/9056547581744982 | |
local.contributor.board4Orcid | https://orcid.org/0000-0002-2061-1832 | |
local.contributor.coadvisor | Paula, Cristiane Silvestre de | |
local.contributor.coadvisorLattes | http://lattes.cnpq.br/8241114701792148 | |
local.contributor.coadvisorOrcid | https://orcid.org/0000-0003-0438-9407 | |
local.description.abstracten | Adolescent Labor is a reality in Brazil, particularly for adolescents of lower socioeconomic status. Adolescents enter the job market through professional apprenticeship programmes, a public policy aimed at reducing social inequality. Involvement in the workforce can lead to emotional, behavioral, and social changes in the lives of adolescents. Studies indicate that both positive and negative factors are related to adolescent employment. In Brazil, there are a limited number of research studies that evaluate the impact on the mental health of adolescents aged 14 to 19 years who are in high school and have entered the job market. Similarly, no national studies have been identified that assessed the impact of work on the apprentice condition and potential predictors of adolescents’ mental health trajectory over time. This study aimed to identify the role of sociodemographic variables, occupational self-efficacy, and job satisfaction in the mental health of adolescents. This is a longitudinal study with measurements collected three times over 18 months.The sample consisted of 119 adolescents aged 14–19 of both genders, enrolled in high school, and participating in the Professional Apprenticeship Program in various municipalities in the state of São Paulo. The instruments used included a sociodemographic characterization questionnaire, Brazil Criteria, Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ), Occupational Self-Efficacy Scale (OSES), and Job Satisfaction Scale (JSS). To investigate the differences in the average mental health of adolescents enrolled in a professional apprenticeship program from the beginning to the end of their work activities, a repeated-measures ANOVA was used. The latent growth curve model was used to assess the trajectory over time and the predictive role of sociodemographic variables, occupational self-efficacy, and job satisfaction on temporal variations in mental health.The results indicated statistically significant differences in mental health scores over time (F (2, 118) = 18.347, p < 0.001; η2p = 0.135). Bonferroni post-hoc analyses revealed a significant worsening of mental health levels at Time 2 (M = 12.30; SD = 6.03) than at Time 1 (M = 9.70, SD = 5.93, p < 0.001, d = 0.759). Furthermore, the results showed that the scores at time 3 (M = 11.39; SD = 5.67) were higher than the results at time 1 (p < 0.001; d = 0.500). The time of entry into the labor market had a significant impact on mental health scores. Specifically, there was a significant worsening of mental health levels within the first nine months after commencing employment compared to the period before commencing employment. The latent growth curve model explained 30% of the variance in the intercept, indicating that these factors could account for some of the initial differences in the level of mental health in the studied sample. The initial level of mental health did not affect temporal variation in mental health. The results indicated that individual factors, such as gender, age, and occupational self-efficacy were significant predictors of the average level of mental health. Occupational self-efficacy showed an inverse relationship, indicating that, as it decreased, mental health tended to decline. Female adolescents exhibited poorer mental health at all time points in the study than male adolescents. The results suggested that younger adolescents had poorer mental health levels than older ones, with 15-year-old adolescents having the lowest mental health levels over time. Overall, these findings contribute to our understanding of the impact of work on adolescents’ mental health, enabling the targeting of public policies for this population. In addition to professional training for job performance and improved future employability for adolescents, learning programs could reinforce socioemotional development, strengthen skills that enable adolescents to manage and face the challenges of working life, and develop positive self-attitudes and a belief in their own capacity for work. | |
local.keywords | work | |
local.keywords | apprenticeship program | |
local.keywords | adolescence | |
local.keywords | mental health | |
local.keywords | occupational self-efficacy | |
local.publisher.country | Brasil | |
local.publisher.department | Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) | |
local.publisher.initials | UPM | |
local.publisher.program | Distúrbios do Desenvolvimento | |
local.subject.cnpq | CNPQ::CIENCIAS HUMANAS |