Habilidades preditoras de alfabetização em crianças de educação infantil no período pós-pandemia
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2024-08-29
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Alcantara, Sheila Aparecida dos Santos
Orientador
Seabra, Alessandra Gotuzo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Becker, Natália
Pazeto, Talita de Cassia Cardoso
Pazeto, Talita de Cassia Cardoso
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
A pandemia da COVID-19 causou muitas mudanças na educação e, mesmo em populações não vulneráveis, estudos têm mostrado que muitos podem ser os prejuízos para crianças e adolescentes que viveram o período pandêmico. Em pré escolares, pesquisas sugerem que os danos podem ter sido maiores em aspectos socioemocionais do que em aspectos cognitivos. Porém é necessário mapear o desempenho de crianças pré-escolares em diferentes habilidades, especialmente aquelas relacionadas à alfabetização. Diante disso, o presente estudo objetivou descrever o desempenho de crianças pré-escolares, com idade entres 3 a 6 anos, no período após a pandemia, em habilidades de leitura e escrita que predizem a alfabetização, a saber: consciência fonológica, reconhecimento de letras e sons, e nomeação automática rápida; comparar com os dados normativos pré-pandemia; e verificar se há diferentes níveis de desempenho nessas habilidades preditoras da alfabetização em função da idade das crianças. Hipotetizava-se que haveria pior desempenho na presente amostra quando comparada às normas pré-pandêmicas, especialmente nas crianças mais velhas, visto que estas vivenciaram por mais tempo a pandemia e as restrições escolares e sociais dela derivadas. A amostra foi escolhida por conveniência e composta por 61 participantes, matriculados na Educação Infantil de uma escola privada da cidade de São Paulo. As idades dos participantes variaram entre 3 e 6 anos (M = 4,41; DP = 0,90), sendo 44,26% do sexo feminino. Em relação à etapa escolar, 39,34% frequentavam o Jardim 1, 52,46% o Jardim 2 e 8,20% o Maternal 2. O critério de exclusão foi a presença de laudo diagnóstico de necessidade educacional especial no prontuário da escola. Para avaliar a consciência fonológica, foi utilizada a Prova de Consciência Fonológica por Produção Oral (PCFO); para avaliar o conhecimento alfabético de letras e sons, o Teste de Reconhecimento de Letras e Sons (TRLS); e para avaliar a nomeação automática rápida, o Teste de Nomeação Automática Rápida (TENA). Ao contrário do esperado, os resultados revelaram que a amostra do estudo teve desempenho melhor em relação à amostra normativa pré-pandemia. Esse achado pode ser devido à conduta adotada pela escola durante o período pandêmico e após o retorno escolar presencial, com estímulos de qualidade e visando sanar lacunas de aprendizagem. Porém, mesmo com todo o suporte dado pela escola aos alunos e apesar de se tratar de uma população com condições socioeconômicas privilegiadas, os resultados também indicaram que os desempenhos mais rebaixados foram observados em crianças de 6 anos, em algumas habilidades avaliadas. Pode-se concluir que crianças mais velhas na Educação Infantil, que já estavam em fase de ensino formal para a alfabetização, parecem ter sido mais impactadas pela pandemia do que as mais novas, possivelmente por terem contado com o auxílio pedagógico do professor apenas de forma remota e por terem sido expostas a metodologias de ensino insuficientes. O estudo corroborou parcialmente a literatura e forneceu informações a respeito das habilidades de leitura e escrita que predizem a alfabetização em crianças pré-escolares, no contexto pós-pandêmico.
Descrição
Palavras-chave
pandemia , educação infantil , habilidades preditoras , alfabetização , evidências científicas