Internações hospitalares por doenças hepáticas crônicas: análise comparativa nos anos de 2014-2017 a 2019-2022
Tipo
Relatório de Pesquisa
Data de publicação
2023-06-15
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Ilkiu, Betina de Melo
Castro, Luiza Silva de
Castro, Luiza Silva de
Orientador
Nisihara, Renato Mitsunori
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Programa
Resumo
Introdução: A prevalência das doenças hepáticas crônicas demonstra aumento global, cirrose e outras doenças crônicas hepáticas constituem as principais causas de mortalidade em todo o mundo, sendo a terceira causa mais comum de morte precoce no Reino Unido. O perfil clínico das admissões hospitalares por essa causa passou por modificações na última década. A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA) vem se tornando uma das causas mais comuns, enquanto a prevalência das hepatites virais crônicas demonstra redução. É importante a elaboração de estratégias e planos para combate dessas doenças. Objetivos: Realizar estudo e comparar a epidemiologia, motivo de internamento e variação da escala MELD das admissões hospitalares resultantes de complicações por doenças hepáticas crônicas no serviço de Gastroenterologia e Hepatologia do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba-PR, de modo a comparar os quadriênios 2014-2017 a 2019-2022. Métodos: Análise retrospectiva desenvolvida a partir dos prontuários eletrônicos dos períodos supracitados. Resultados: A idade média dos indivíduos no segundo período foi maior do que no primeiro. Homens de meia idade predominaram nos dois períodos analisados, sendo ainda mais jovens que as mulheres. A causa mais comum de admissão no período de 2014-2017 foi a hepatite C (33,5%), seguido de doença hepática alcoólica (31,7%); no segundo período a doença hepática gordurosa não alcoólica (38%) e doença hepática alcoólica (27,6%) configuraram-se como as causas mais comuns. Não foram observadas mudanças na proporção de doença hepática alcoólica nos dois períodos. A prevalência de hepatites virais diminuiu em ambos os sexos (hepatite C com OR=0,2; IC95% =0,1 e 0,3 para ambos os sexos e hepatite B com OR=0,3; IC95%=0,2-0,5 para o sexo masculino e OR=0,4; IC95%=0,1-0,9 para o sexo feminino). As doenças autoimunes diminuíram apenas no sexo masculino (OR=2,9; IC95%=1,2-6,6) A mediana do MELD aumentou de 13 (IQR=10-18) no primeiro período para 15 (IQR=11-20) no segundo, com p <0,0001. Houve redução significativa do carcinoma hepatocelular (OR=5,2; IC95%=3,8-7,0) e da hemorragia digestiva (OR=1,8; IC95%=1,4-2,3) como complicações e aumento de complicações como ascite (OR=1,5; IC95%=1,2-1,9) e disfunção renal (OR=41,1; IC95%=2,5-671,2) entre os períodos analisados, encefalopatia hepática manteve-se prevalente nos dois períodos. Conclusão: A maioria dos pacientes eram homens de
meia idade e o perfil clínico modificou-se nos períodos observados, com decréscimo verificado nas causas virais e aumento na doença hepática gordurosa não alcoólica e doenças autoimunes. A proporção da doença hepática alcoólica se manteve estável. Carcinoma hepatocelular e hemorragia digestiva tiveram redução e houve aumento de ascite e disfunção renal como complicações. A gravidade da doença aumentou entre os dois períodos.
Descrição
Palavras-chave
hepatopatias , epidemiologia , prognóstico , hepatopatia gordurosa não alcoólica , transplante hepático