Estratégias de resolução de conflitos entre escolares: o antes e o depois da pandemia da Covid-19 sob a lente de professores
Tipo
Dissertação
Data de publicação
2024-02-22
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Vidal, Caroline de Oliveira Melo
Orientador
Carreiro, Luiz Renato Rodrigues
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Campos, Ana Paula Soares de
Cid, Maria Fernanda Barboza
Cid, Maria Fernanda Barboza
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
A resolução de conflitos entre pares é uma demanda de intervenção frequente na
prática docente e formas de qualificar a mediação de professores diante de situações
conflituosas têm sido um tema recorrente em pesquisas na área da educação. A
presente dissertação investigou estratégias de resolução de conflitos entre escolares no
retorno às aulas presenciais, após o período de ensino remoto/modelo híbrido,
decorrente da pandemia da COVID-19. Como hipótese, esperava-se que a restrição às
possibilidades de interação social contínua e o distanciamento da rotina escolar
poderiam ter afetado o desenvolvimento de habilidades e estratégias cooperativas de
resolução de conflitos entre pares. A partir da perspectiva Construtivista do
conhecimento e, portanto, entendendo a interação com o meio essencial para
possibilidades mais plenas de desenvolvimento, foram coletados dados sobre o período
de distanciamento social e suas possíveis consequências para o aspecto
socioemocional do desenvolvimento de estudantes. Utilizou-se uma abordagem
exploratória, de caráter empírico e qualitativo. A amostra foi composta por professores
dos anos iniciais do Ensino Fundamental de escolas brasileiras, públicas e privadas,
que preencheram 3 instrumentos: Questionário 1 (n = 39); Questionário 2 (n = 23); e
entrevistas de profundidade (n = 4). Buscou-se verificar se as estratégias utilizadas
pelos estudantes para resolver conflitos no retorno às aulas presenciais são diferentes
daquelas observadas pelos docentes antes do distanciamento social, estabelecido no
Brasil a partir de março de 2020. As respostas foram analisadas a partir da teoria da
Análise de conteúdo (Bardin, 2011) e os resultados também foram comparados com
dados anteriores à pandemia da COVID-19 existentes sobre o tema na literatura.
Observou-se que as causas de conflito entre pares mantiveram-se as mesmas de antes
da pandemia, porém, sendo vivenciadas com maior intensidade ou gravidade no
retorno às aulas presenciais. Em todas as três fases de coleta os professores indicaram
perceber diferenças nas estratégias de resolução de conflitos adotadas por seus alunos
e associaram essas diferenças ao período de distanciamento social, à escolarização
remota ou híbrida e à consequente ausência de oportunidades de conviver com outras
crianças. Há também a percepção de que o retorno às aulas presenciais favoreceu o
desenvolvimento de habilidades necessárias para o estabelecimento de relações
interpessoais mais colaborativas. Espera-se que a presente pesquisa favoreça a
reflexão e uma intervenção docente mais qualificada diante das demandas de atuação
em direção à construção da personalidade ética de estudantes no presente momento.
Descrição
Palavras-chave
conflitos , educação , desenvolvimento moral , personalidade ética , Covid-19