Adequação da profilaxia para sangramento por úlcera de estresse em pacientes internados em unidade de terapia intensiva
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2020
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Oliveira, Rodolfo Castro Cesar de
Orientador
Malafaia, Osvaldo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Collaço, Luiz Martins
Greca, Ana Cristina Seixas
Greca, Claudio de Paula Soares
Greca, Ana Cristina Seixas
Greca, Claudio de Paula Soares
Programa
Princípios da Cirurgia
Resumo
O estresse fisiológico dos pacientes críticos pode desencadear várias
complicações, entre elas o sangramento digestivo por úlcera de estresse (SDUE). O
uso de supressores da secreção ácida para reduzir a incidência de SDUE passou a
ser amplamente utilizado, mas com o atual entendimento dos riscos destes
medicamentos sua utilização como profilaxia em doentes críticos está limitada aos
pacientes com fatores de risco definidos. Encontramos na literatura taxas
significativas de uso inapropriado de profilaxia de SDUE. Objetivos: Determinar a
adequação do uso de profilaxia para sangramento por úlcera de estresse em
pacientes agudamente enfermos internados em unidades de terapia intensiva de um
hospital universitário em relação à diretriz mais recentemente publicada na língua
portuguesa. Analisar a associação dos fatores de risco para SDUE com a adesão à
diretriz de profilaxia para SDUE. Determinar a incidência de sangramento digestivo
por ulcera de estresse confirmada na população estudada. Material e métodos:
Estudo retrospectivo, analítico, realizado em três unidades de terapia intensiva
gerais do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie que recebem pacientes
adultos. Foram incluídos os pacientes que tiveram saída da UTI no período estudado
e excluídos os menores de 18 anos quando do internamento, pacientes com
indicação de supressão acida terapêutica e os internados eletivamente em UTI após
procedimentos. Os prontuários eletrônicos foram analisados para dados
epidemiológicos, fatores de risco para SDUE, uso de profilaxia para SDUE,
ocorrência de qualquer sangramento digestivo e de SDUE confirmado. Da análise
diária dos fatores de risco e uso de profilaxia foram levantados dados de adesão e
uso apropriado de profilaxia de SDUE de acordo com as Diretrizes da Sociedade
Portuguesa de Cuidados Intensivos para profilaxia da úlcera de estresse na unidade
de terapia intensiva. Resultados: foram incluídos 105 sujeitos no estudo. Dos
pacientes-dia com oportunidade de prescrição de profilaxia para SDUE, foi
observada adesão em 95,1% (IC95% 93,13-96,53). Dos dias de prescrição de
profilaxia para SDUE, foram considerados de uso apropriado 82,35% (IC 95% 79,42-
84,95). Sangramento digestivo visível ocorreu em 3,81% dos sujeitos incluídos (IC
95% 1,05-9,47). A ocorrência de SDUE confirmado foi identificada em 0,95% (IC
95% 0,02-5,19). A análise multivariada por regressão logística dos fatores de risco
não identificou fatores independentemente associados com a adesão à diretriz, mas
identificou fatores de risco com associação negativa, que foram lesão da medula
espinhal (OR 0.02 p<0,01) e choque (OR 0.36 p=0.024). Conclusão: O presente
estudo evidenciou, em uma população de pacientes adultos agudamente enfermos
hospitalizados em UTI, uma alta taxa de adesão à profilaxia para SDUE nos
pacientes com indicação desta. Entre os pacientes com prescrição de profilaxia para
SDUE, a porcentagem de prescrições consideradas apropriadas foi superior as
descritas na literatura pesquisada, mas com uso inapropriado ainda significativo.
Nos pacientes com indicação de profilaxia para SDUE, a presença de lesão de
medula espinhal e de choque demonstraram uma associação negativa com a
adesão à diretriz. A incidência de SDUE confirmado foi baixa, mas há necessidade
de estudo prospectivo na população local para definição da real incidência de SDUE.
Descrição
Palavras-chave
estresse fisiológico , hemorragia , úlcera péptica , prevenção de doenças , cuidados críticos