Burnout e qualidade de vida de professores da educação básica durante a Covid-19

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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2023-02-09
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Sylvestre, Adriana Alonso Gonçalves
Orientador
Ribeiro, Miriam Oliveira
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz
Rocha, Marina Monzani da
Programa
Distúrbios do Desenvolvimento
Resumo
A Síndrome de Burnout é uma resposta crônica aos estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho, que acomete profissionais que mantêm relação constante e direta com outras pessoas e, frequentemente, profissionais da educação. Ela é composta pelas dimensões Exaustão Emocional, Despersonalização e baixa Realização Profissional. O professor, quando afetado por essa síndrome, pode exibir comprometimento no rendimento profissional e diminuição na realização pessoal que podem impactar no aprendizado e comportamento dos alunos. A pandemia da COVID-19 impôs o isolamento social durante os anos 2020 e 2021, exigindo que os professores se envolvessem em tarefas de ensino e aprendizagem pelo modelo remoto, o que pode ter exacerbado os estressores contribuindo para uma maior ocorrência de Burnout. O retorno ao ensino presencial pode ser um fator de melhora nos fatores estressores. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar as dimensões da Síndrome de Burnout ao final do período de isolamento social e após o retorno dos professores ao ensino presencial total. Avaliamos ainda se os indicadores de Qualidade de Vida podem estar associados ao desencadeamento da Síndrome de Burnout. Os participantes responderam a um questionário de caracterização sociodemográfica, ao WHOQOL-bref (The World Health Organization Quality of Life) que avalia a qualidade de vida e ao MBI, Maslach Burnout Inventory. Os resultados mostraram que durante o ensino híbrido em dez/2021, 80,65% dos professores exibiam sinais da Síndrome de Burnout em uma ou mais dimensões, enquanto 71,05% exibiram comprometimento nas dimensões após o retorno 100% presencial, em jun/2022. Avaliando os escores obtidos pelo MBI observamos que o retorno ao ensino presencial melhorou a dimensão da Realização Profissional, piorou a Despersonalização e não afetou a Exaustão Emocional. Embora tenha melhorado, a Realização Profissional foi a dimensão mais comprometida em ambas as coletas. A Qualidade de Vida apresentou-se predominantemente regular em todos os professores contrariando a autopercepção sobre a saúde e qualidade de vida avaliadas como boas por eles, nas duas coletas de dados. Além disso, os quatro domínios da Qualidade de Vida se correlacionaram negativamente com a dimensão da Exaustão Emocional da Síndrome de Burnout e apenas o domínio das Relações Sociais se correlacionou com a dimensão Realização Profissional durante o ensino híbrido, apontando que quanto maior a Exaustão Emocional, pior a Qualidade de Vida e quanto maior a Realização Profissional, melhor é o domínio das Relações Sociais. Após o retorno às aulas presenciais observamos melhora no domínio das Relações Sociais da Qualidade de Vida. O domínio Físico mostrou correlação negativa com a dimensão Despersonalização, sugerindo que o contato presencial com os alunos é positivo. Os resultados obtidos sugerem que os professores da Educação Básica exibem sinais importantes de Síndrome de Burnout que impactam a sua Qualidade de Vida. Esses dados trouxeram à luz da consciência saberes que poderão orientar os profissionais acometidos a encontrarem formas eficazes de enfrentamento para melhorar a saúde mental tornando-se mais produtivos e realizados. Também podem auxiliar os gestores de instituições educacionais a avançarem na melhoria do ambiente de trabalho favorecendo a aplicação de estratégias de enfrentamento.
Descrição
Palavras-chave
saúde mental , professores , educação básica , Burnout , qualidade de vida , Covid-19
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