OERA 9-99: desenvolvimento e validação inicial de um protocolo estruturado de rastreamento de autismo nível 1 para crianças, jovens e adultos.
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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2025-02-17
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Carassini, Amanda
Orientador
Paula, Cristiane Silvestre de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Teixeira, Maria Cristina
Bordini, Daniela
Bordini, Daniela
Programa
Ciências do Desenvolvimento Humano
Resumo
O Protocolo de Observação Estruturada para Rastreamento de Autismo (OERA) é
uma ferramenta de avaliação breve, padronizada e de baixo custo para detectar sintomas do
Transtorno do Espectro Autista (TEA), que demonstra boas propriedades psicométricas para
crianças de 3 a 10 anos de idade em sua maioria com deficiência intelectual. Encontramos
poucas alternativas de instrumentos validados, de avaliação direta e de baixo custo para
rastreio de TEA em jovens e adultos para realidade brasileira, o OERA é potencialmente
uma ferramenta que poderia ser desenvolvida para essa faixa etária. Por isso, o objetivo deste
estudo foi desenvolver e verificar evidências de validade de uma nova versão do OERA que
abarcou crianças a partir de nove anos, jovens e adultos de nível um de suporte, o OERA-9-
99. O estudo contou três fases : (1) desenvolvimento do OERA-9-99 com medidas para os
mesmos domínios em todas as faixas etárias, mas com provas diferentes para crianças de 9
a 12 anos, e jovens e adultos a partir de 13 anos, (2) fase pré-piloto para verificar a viabilidade
das provas e validade de conteúdo do instrumento segundo análise de juízes utilizando o
cálculo do coeficiente de validade de conteúdo da escala como um todo e a análise das
pontuações por vídeo e (3) estudo piloto para verificar se o OERA 9-99 seria capaz de
discriminar pessoas com TEA (N=10) de pessoas com desenvolvimento típico (N=11)
segundo Coeficiente de Validade de Conteúdo (CVC), teste kappa de fleiss, kappa de Cohen,
indicador AC2 (Agreement Coefficient) de Gwet, teste de qui quadrado (χ²) e a curva ROC
para investigar os parâmetros de sensibilidade (diagnósticos de TEA corretos) e
especificidade (discriminação correta dos controles). A versão final do OERA 9-99 contou
com 26 provas, sendo 10 específicas (que consideram o desempenho do avaliando em 10
provas diretamente testadas contemplando diferentes habilidades) e 16 globais (que levam
em conta o desempenho dos avaliandos na avaliação completa). Os resultados indicaram que
a maioria das provas apresentaram um aceitável (> 0,80) em relação a pertinência prática,
clareza da linguagem e relevância teórica; com exceção da prova 5 (CVC = 0,65, considerado
abaixo do aceitável.). Os indicadores de concordância seguiram dois modelos estatístico, o
primeiro, segundo o kappa de fleiss, demonstrou concordância muito fraca (0 a 0,20) na
maioria das provas, com exceção das provas 1, 8 e 10 que atingiram níveis de concordância
moderados ou bons (0,71/ 0,50/ 0,60/0,57); já na análise do Kappa de Cohen observou-se
que , as provas 1, 5, 7, 8.1 e 9 apresentaram concordância de Kappa moderada (variando
entre 0,21 e 0,40), enquanto as demais provas mostraram concordância substancial ou quase
perfeita. A literatura ressalta as limitações do coeficiente Kappa, apesar de sua ampla
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utilização como medida de concordância, para superar essas limitações, o coeficiente de
concordância AC2 foi proposto visando fornecer estimativas mais robustas de concordância
por meio de cálculos mais adequados, assim observou-se que o indicador AC2 apresentou
uma concordância maior (mais próxima de 1,0) nas provas 13, 14, 15, 16, 20, 21, 22, 23 e
25. O teste χ² indicou uma associação significativa (entre associações entre a opinião
diagnóstica das pontuadoras e o diagnóstico real dos pacientes avaliados) [χ²(1) = 27,494, p
< 0,001, V = 0,809] com um tamanho de efeito alto (V > 0,5). Por fim, verificou-se um bom
potencial discriminativo do OERA 9-99 na diferenciação entre jovens e adultos com TEA e
sem TEA. A análise da Curva ROC apresentou uma AUC significativa de 0,955 (p < 0,001),
indicando que o instrumento identificou corretamente 95,5% dos casos. O melhor ponto de
corte identificado foi o escore 9, que apresentou 90,00% de sensibilidade e 90,91% de
especificidade. Concluiu-se que o OERA 9-99 demonstrou sua capacidade de
operacionalizar e mensurar sinais e sintomas descritos nos manuais internacionais de
avaliação, oferecendo uma abordagem estruturada e consistente. Além disso, foi bem
avaliado por quatro juízes especialistas em TEA, destacando sua relevância e adequação
como instrumento para identificação de TEA entre crianças, jovens e adultos de nível um de
suporte. Por fim, o instrumento apresentou uma tendência promissora para discriminar
indivíduos com TEA daqueles sem o transtorno, indicando seu potencial para contribuir no
processo de triagem.
Descrição
Palavras-chave
Transtorno do Espectro Autista , diagnóstico , instrumento , jovens e adultos