Adoção do modelo de clubes-empresas no Brasil e suas consequências do ponto de vista de governança e gestão
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Tipo
Tese
Data de publicação
2024-02-06
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Yagui, Paulo Henrique Zanon
Orientador
Nakamura , Wilson Toshiro
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Hadad Junior, Eli
Silva, Edison Simoni da
Perez, Gilberto
Martelanc, Roy
Silva, Edison Simoni da
Perez, Gilberto
Martelanc, Roy
Programa
Administração de Empresas
Resumo
O mercado do futebol vem crescendo de forma consistente e rápida em todo o mundo, exigindo melhores práticas de gestão. Nas cinco principais ligas europeias de futebol, quase todos os clubes passaram do formato associativo para o formato empresarial, voluntariamente ou por imposição legal, desde a década de 1980, levando à atual posição de destaque. O futebol brasileiro passa por situação semelhante em termos de crescimento de renda e posição dominante na América Latina, porém, a maior parte dos clubes brasileiros ainda possui o formato associativo, o que tem sido apontado como um dos principais motivos das más práticas de gestão que levaram muitos clubes a condições insustentáveis. Em 2021, a promulgação da Lei 14.193/2021 da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) abriu a possibilidade para clubes de futebol adotarem um modelo de clube-empresa com baixas alíquotas de impostos. O pressuposto de que melhores práticas de gestão e governança no futebol são realizadas nos clubes-empresas e não nas associações, nortearam a investigação e as discussões deste estudo. A lacuna no conhecimento sobre as práticas de gestão e governança dos clubes de futebol brasileiro, bem como a falta de estudos que investiguem em profundidade uma gama mais ampla de clubes, especialmente incluindo clubes que adotaram o modelo SAF, justificaram esta pesquisa. O objetivo geral desta tese foi: Verificar como a adoção do formato clube-empresa no futebol brasileiro influencia nas práticas de governança corporativa com relação ao modelo associativo. Para isso, optou-se por pesquisa qualitativa exploratória descritiva tendo como instrumento de coleta o roteiro de entrevista semiestruturado. Para análise dos dados qualitativos obtidos nas entrevistas em profundidade, foram utilizadas as técnicas de codificação e análise de conteúdo. Foram realizadas 20 entrevistas com clubes de futebol brasileiros diferentes, dos quais 19 disputaram a primeira divisão (Série A) durante 2022 ou 2023 do Campeonato Brasileiro, e um clube disputou a segunda divisão. As discussões incluem as práticas de governança adotadas nos clubes associativos e nos clubes SAF, e as diferenças encontradas de acordo com o formato jurídico dos clubes. Os resultados obtidos mostram que, há uma maior tendência à homogeneidade quanto às práticas de gestão e governança nos clubesempresas, enquanto nos de modelo associativo, há no momento maior heterogeneidade, incluindo clubes em situações muito precárias, passando por outros em níveis melhores, enquanto alguns em patamares de excelência para o setor de futebol, provando que o modelo associativo pode ter práticas tão boas quanto os clubes-empresas. Em geral os clubes associativos estão melhorando suas práticas, no entanto há alguns problemas inerentes a este modelo jurídico.
Descrição
Palavras-chave
governança , SAF , futebol brasileiro , clubes associativos , gestão