Auto dos anfitriões e O homem duplicado: diferentemente iguais

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Tipo
Dissertação
Data de publicação
2009-02-06
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Souza, Eli Fernandes de
Orientador
Alvarez, Aurora Gedra Ruiz
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Lopondo, Lílian
Ribeiro, Raquel de Sousa
Programa
Letras
Resumo
Este trabalho consiste na análise de o Auto dos Anfitriões, de Luís Vaz de Camões, escrito em 1587, e de O homem duplicado, de José Saramago, romance editado em 2002. As referidas obras abordam a temática do duplo, assunto recorrente na literatura desde tempos primordiais, e nelas se encontram diferentes formas de constituição da duplicidade. No corpus sob análise, o diálogo estabelece-se, em primeira instância, com o mito de Anfitrião, e com menor intensidade, com outros mitos da cultura ocidental. A análise das referidas obras tem, como apoio teórico, os estudos concebidos por Bakhtin sobre o dialogismo, visto como princípio constitutivo da linguagem, e as pesquisas de Sigmund Freud a respeito do duplo em seu artigo O estranho . Amparados por esses estudos seminais e por contribuições de outros especialistas nesses assuntos, perseguem-se, nesta dissertação, os escopos de: investigar como o tema do duplo é tratado em cada obra e para que direcionamentos a crise identitária aponta; analisar o discurso dos personagens, para observar como o eu atua face ao outro; e, por fim, examinar de que mecanismos a narrativa dispõe na confrontação desses sujeitos discursivos. Do estudo das obras, será possível apreender que, na literatura antiga, o conflito da perda da individualidade, fator intrínseco ao tema do duplo, não assume, em sua predominância, dimensões dramáticas, como ocorre na literatura moderna que, com freqüência, atinge desfechos trágicos. Por obra dos deuses do Olimpo, o conflito instala-se e finda-se no auto camoniano e a crise identitária não se agrava, por diluir-se diante do chiste, do tom jocoso, enquanto que, por força da solidão humana, do individualismo e da desreferencialização do homem moderno, a crise ontológica em O homem duplicado abriga-se na existência do protagonista, minando suas defesas, a ponto de destruí-lo.
Descrição
Palavras-chave
duplo , identidade , autoconsciência , mito , double , identity , self-conscience , myth
Assuntos Scopus
Citação
SOUZA, Eli Fernandes de. Auto dos anfitriões e O homem duplicado: diferentemente iguais. 2009. 109 f. Dissertação (Mestrado em Letras) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2009.