Desenvolvimento da competência moral democrática por meio do ensino de filosofia: um estudo de caso
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Tipo
Tese
Data de publicação
2024-08-20
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Assunção, Juliana Cristhina Murari
Orientador
Silva, Paulo Fraga da
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Bataglia, Patrícia Unger Raphael
Serodio, Aluísio Marçal de Barros
Campato, Roger Fernandes
Bueno, Marcelo Martins
Serodio, Aluísio Marçal de Barros
Campato, Roger Fernandes
Bueno, Marcelo Martins
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
Esta pesquisa investiga como o Ensino de Filosofia no Ensino Fundamental e Médio, aliado ao uso de metodologias ativas e aspectos do método de discussão de dilemas de Konstanz, desenvolvido por Georg Lind, pode favorecer o desenvolvimento da competência moral e democrática. A partir da literatura referente à Moralidade sob o olhar da Filosofia e à Moralidade sob o olhar da Psicologia, foi construído o percurso teórico da pesquisa. Com base em filósofos clássicos como Platão e Aristóteles, foram suscitados temas sobre a virtude e seu ensino. Com Rousseau, essa discussão foi direcionada ao campo da educação, atribuindo às instituições pedagógicas a responsabilidade de preservar a pureza original da criança. Por fim, o capítulo é encerrado com a exposição dos principais conceitos sobre moral segundo Kant. Essas ideias abriram caminho para as discussões na área da Psicologia acerca do desenvolvimento moral, iniciando com as propostas por Piaget, avançando para os estágios do desenvolvimento moral de Lawrence Kohlberg e seu instrumento de mensuração do julgamento moral. Após isso, consideraram-se os apontamentos de Georg Lind sobre o método de discussão de dilemas de Konstanz e o constructo administrado por ele para mensurar a competência moral. Nesta pesquisa, utilizou-se a versão estendida do Moral Competence Test (MCT-xt). Para cumprir o objetivo de verificar o progresso da competência moral, alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II foram acompanhados ao longo de um ano e participaram de um curso de Filosofia. Durante o curso, foram incentivados a trabalhar em grupo, debatendo, refletindo e confrontando seus argumentos. Nos resultados, os dados quantitativos não mostraram um progresso relevante da competência moral dos estudantes; entretanto, a análise dos dados qualitativos revelou respostas muito mais expressivas. Os dados qualitativos foram coletados a partir da observação sistemática da participação dos alunos, da realização das atividades, da habilidade de argumentação e da autocompreensão que os adolescentes tinham de seu raciocínio. Ao longo do ano, os alunos demonstraram maior propensão à cooperação, ao diálogo e à escuta, além de reconhecerem e respeitarem argumentos opostos aos seus. Houve um aumento considerável no conhecimento cultural e histórico, na solidariedade universal, especialmente em relação à luta pelos direitos humanos, na internalização da importância da não-violência e na busca por igualdade e dignidade. Esses fatores sugerem um avanço significativo na competência moral dos estudantes. Por esses motivos, consideramos que o curso de Filosofia, ministrado com métodos que visam tornar o aluno ativo e protagonista no processo, foi bem-sucedido. No entanto, enquanto o ambiente escolar continuar sendo heterônomo, impositivo e autoritário, a busca pelo desenvolvimento da competência moral na aula de Filosofia será em vão. Os resultados só serão efetivos se a escola, em sua totalidade, estimular a autonomia moral, privilegiando o respeito mútuo, a colaboração e a reciprocidade.
Descrição
Palavras-chave
ensino de filosofia , competência moral , educação