Análise da articulaçao de políticas públicas de saúde frente às demandas de pessoas em situação de rua

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Tipo
TCC
Data de publicação
2024-06
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Afonso, Dante Luiz Reid Junqueira
Almeida, Giovana Alves de
Orientador
Dantas, Bruna Suruagy do Amaral
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Programa
Resumo
Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS), notadamente um instrumento que busca garantir o direito universal à saúde, deve satisfazer às necessidades básicas da população em geral, inclusive daqueles que se encontram em condição de profunda vulnerabilidade social, como as pessoas em situação de rua. Considerando-se a extrema pobreza e o contato diário com fatores de risco à saúde, as políticas atuais buscam atender às demandas complexas desse grupo populacional e aplicar na prática os princípios legislativos que garantam a cidadania. É possível afirmar que, por mais que haja instrumentos e práticas intersetoriais destinadas a assegurar os direitos básicos dessa população, ainda não existe efetivamente um cuidado integral à saúde, que contribua com a promoção da dignidade humana. Para compor o referencial teórico desse trabalho, elegemos autores que investigam o conceito de políticas públicas e discorrem sobre os processos de cuidado em setores de saúde. Objetivo geral: A presente pesquisa investigou como ocorre a execução das políticas públicas de saúde voltadas à população em situação de rua (PSR), analisando seu grau de efetividade e as barreiras que dificultam sua aplicabilidade. Metodologia: O desenvolvimento deste estudo, de caráter empírico, seguiu os princípios teórico-metodológicos da abordagem qualitativa, formando uma amostra constituída por cinco psicólogos, com idade superior a 18 anos, que trabalham em equipamentos de saúde pública do estado de São Paulo e possuem experiência no acolhimento da PSR. Para tratamento dos dados coletados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas de forma remota, utilizou-se a metodologia de Análise de Conteúdo. Os discursos foram transcritos integralmente e organizados em categorias temáticas para posterior realização da interpretação dos dados, articulada aos objetivos da pesquisa e às teorias de referência. Principais resultados e discussão: Por meio das entrevistas, foi possível identificar a prática do cuidado, associada às demandas do “viver na rua”: (1) a saúde mental, antes de mais nada, está vinculada às questões de sobrevivência que geram adoecimento psíquico; (2) conhecer detalhadamente o território é imprescindível para que as práticas de cuidado sejam condizentes com a realidade concreta e subjetiva desse grupo; (3) a dificuldade de manter um manejo contínuo deve-se ao intenso fluxo migratório, o que demanda maior articulação intersetorial; (4) um manejo profissional adequado deve considerar as diversas violências enfrentadas por essa população; (5) é necessário que se desenvolvam práticas e políticas intersetoriais com responsabilidade compartilhada, que assegurem um cuidado integral; (6) é fundamental investir no fortalecimento dos movimentos sociais, que incluam a participação da população e a coloque em evidência em debates públicos. Observa-se, portanto, que ainda há um distanciamento entre os princípios legislativos do acesso à saúde e sua prática relacionada às pessoas que vivem nas ruas das grandes cidades. Conclusão: Conforme explorado ao longo da pesquisa, buscou-se lançar luz sobre as demandas de sobrevivência cotidianas da PSR e como elas são contempladas na aplicabilidade das políticas públicas de saúde. Ainda que haja interlocução entre diversos equipamentos e intersetorialidade no cuidado diário, nota-se a necessidade de aperfeiçoamento das políticas e de desenvolvimento de novas formas de manejo, que podem ser viabilizadas por meio da mobilização social e da ampliação do debate público.
Descrição
Palavras-chave
vulnerabilidades sociais , população de rua , intersetorialidade , políticas públicas de saúde
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