Um diálogo entre João Amos Comenius e Paulo Freire sobre educação libertadora à luz do personalismo cristão

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Tipo
Tese
Data de publicação
2023-12-06
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Silva, Marcos Novaes da
Orientador
Vieira, Marili Moreira da Silva
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Santos, Sérgio Ribeiro
Monteiro, Robinson Grangeiro
Streck, Danilo Romeu
Silva, Roberto Rafael Dias da
Programa
Educação, Arte e História da Cultura
Resumo
É objetivo desta pesquisa investigar uma educação que se constitui libertadora e que é elemento norteador e emblemático da pedagogia do educador brasileiro Paulo Freire e da pedagogia defendida pelos protestantes –, faz uma simbiose epistemológica entre estes dois núcleos temáticos, educação freireana e “educação protestante”, na tentativa de provar que é possível, apesar da polarização política dos nossos dias (do “nós contra eles”) e da tentativa de setores da política do Brasil (como a bancada evangélica), de excluir o nome de Paulo Freire da educação brasileira, haver dialogização entre educadores freireanos e educadores evangélicos quanto ao tema da educação libertadora. Parte do pressuposto que a liberdade é um âmago, um cerne, um tema nuclear que perpassa tanto a pedagogia de Freire como a pedagogia defendida e ressignificada pelos educadores evangélicos – criando possibilidade de diálogos, similaridades, aproximações e distanciamento em um processo interdisciplinar e dialético conduzido pela pesquisa. Para conseguir este propósito, apropria-se como ferramenta teórica do Personalismo Cristão, corrente filosófica defendida pelo filósofo francês Emmanuel Mounier, como um horizonte epistemológico indicativo que influenciou Freire e que encontra guarida na “educação protestante”, porque defende a pessoa humano como axioma de toda a realidade, o que resulta na busca constante da liberdade do ser humano. Primeiramente, busca provar que Freire é um autor eclético, sua pedagogia recebeu influência de várias correntes filosóficas (por exemplo, a Fenomenologia e o Marxismo), dentre tantas, o Personalismo. Em seguida, apresenta o Personalismo Cristão como uma chave hermenêutica para a compressão da Pedagogia de Freire. Posteriormente, revela como o Personalismo chegou ao imaginário freireano por meio de movimentos católicos no Brasil e por meio de uma investigação, discute sobre os principais núcleos de diálogos entre o Freireanismo e o Personalismo. Segue fazendo uma arqueologia da ideia de liberdade das principais obras de Freire (Educação como Prática da Liberdade, Pedagogia do Oprimido e Pedagogia da Autonomia). Em Educação como Prática da Liberdade, Freire se vale da oralidade para tratar da liberdade, revelando que o conceito de liberdade está atrelado à concepção que se tem do homem. Em Pedagogia do Oprimido, Freire revela a problemática do opressor versus oprimido. Faz uma crítica ao “conformismo social”, que leva os homens a perderem a sua liberdade. Ele propõe o caminho da humanização como solução do conflito. Já em Pedagogia da autonomia, tem-se o pensamento mais maduro do autor sobre o tema da liberdade na educação, revelando um conceito de liberdade concebida como limitante e restritiva, ou seja, não é uma liberdade sem limites, em benefício da própria Educação libertadora. A liberdade na obra de Freire pode ser antônima de escravidão. É a libertação do oprimido e do opressor do seu estado de desumanização. Pode ser a libertação de situações sociais e políticas opressivas como uma condição fundamental para a realização da liberdade. É também a dimensão subjetiva da pessoa humana que almeja a liberdade. À luz do Personalismo, estabelece um diálogo sobre educação e liberdade entre Paulo Freire e João Amos Comenius, como modelo de um educador protestante – por fim, intermedeia o diálogo entre evangélicos e seguidores de Paulo Freire sobre o tema proposto, trazendo provocações, por meio de implicações oriundas da pesquisa.
Descrição
Palavras-chave
Emmanuel Mounier , Paulo Freire , educação , liberdade , João Amós Comenius
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