Entre os meus. envelhecer em comunidade (ageing in place) : uma abordagem multidimensional para arquitetura e urbanismo

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Tipo
Tese
Data de publicação
2023-08-09
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Nascimento, Mariana Alves da Silva do
Orientador
Castro, Luiz Guilherme Rivera de
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Alvim, Angélica Aparecida Tanus Benatti
Kato, Volia Regina Costa
Bestetti, Maria Luisa Trindade
Doll, Johannes
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
O envelhecimento populacional não é um fenômeno novo, mas as relações entre essa mudança demográfica e o meio urbano ainda são pouco conhecidas no Brasil. O ambiente, principalmente o bairro e a moradia, reconhecidamente tem grande importância para a pessoa que envelhece, agindo em sua percepção de bem-estar e qualidade de vida, pois as cidades oferecem oportunidades de acesso a serviços sociais e de saúde, cultura, apoio e socialização, embora desigualmente distribuídas. A familiaridade com o espaço, os laços afetivos e as relações sociais localmente estabelecidas contribuem para o envelhecer em comunidade, ou ageing in place. Amplamente estudado internacionalmente, o conceito diz respeito à capacidade de envelhecer em um local onde necessidades sejam atendidas, mantendo a autonomia e independência do indivíduo pelo maior tempo possível. Considerando a crescente proporção de pessoas idosas na população brasileira, envelhecer em comunidade coloca-se como tema relevante. Entretanto, ainda são poucas as pesquisas sobre o tema em nosso país. Questionou-se então: o que ageing in place significa? Quais condições o meio urbano deve oferecer para que alguém seja capaz de envelhecer em comunidade em um contexto local brasileiro? E como a prática em Arquitetura e Urbanismo pode responder às demandas de uma população cada vez mais velha e apoiar o envelhecimento em comunidade? A hipótese central desta tese de doutorado postulou que a efetivação do conceito de envelhecer em comunidade na prática de Arquitetura e Urbanismo é viabilizada pela adoção de uma abordagem integrada, que considera simultaneamente as dimensões física, social e psicológica. Esta perspectiva sugere que o desenvolvimento de planos, projetos, políticas e iniciativas que reconheçam a interrelação e multidimensionalidade dos processos envolvidos é crucial para o envelhecimento digno e ativo no contexto urbano. A pesquisa desenvolvida teve como objetivo geral investigar os principais aspectos sociais, físicos e psicológicos que compõem o conceito de ageing in place e contribuem para sua operacionalização na escala local. De caráter qualitativo, o estudo compreendeu e combinou pesquisa bibliográfica e documental, entrevistas com pessoas maduras da comunidade e especialistas. Os resultados evidenciaram que a operacionalização do ageing in place envolve vários aspectos físicos, sociais e psicológicos a nível individual, residencial, comunitário, do bairro, da cidade e da sociedade como um todo, tais como senso de apego e identidade; adaptação da moradia; convívio e trocas sociais; equipamentos, serviços e comodidades próximos das residências; políticas de cuidado e habitação; infraestrutura urbana, entre outros. Também foi sugerido que o termo “envelhecer em comunidade” poderia ser adotado como equivalente em português a ageing in place. As dimensões e níveis de operação do conceito estão intrinsecamente ligadas, portanto, sua efetivação no meio urbano deve acontecer articulando estes elementos de forma conjunta para que os indivíduos sejam capazes de envelhecer em suas comunidades de forma digna e ativa. Espera-se que esta pesquisa colabore para ampliar o interesse e a inclusão do tema no campo da Arquitetura e Urbanismo contemporâneo, suscitando debates multidisciplinares e ampliando as fronteiras de atuação da Gerontologia Ambiental, contribuindo assim para cidades e comunidades mais favoráveis ao envelhecimento.
Descrição
Palavras-chave
ageing in place , envelhecer em comunidade , envelhecimento urbano , abordagem multidimensional
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