Polifarmácia e interação medicamentosa em pacientes com artrite reumatoide: um estudo retrospectivo
Tipo
TCC
Data de publicação
2023-06-22
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Boeing, Lorena Batista
Fogaça, Natalie Sbalqueiro
Fogaça, Natalie Sbalqueiro
Orientador
Nisihara, Renato Mitsunori
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Programa
Resumo
Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente as articulações, apresentando uma maior incidência em mulheres entre a terceira e a sexta década de vida. Os pacientes com AR geralmente têm um maior número de comorbidades em comparação com a população em geral, o que resulta em uma maior utilização de medicação de uso contínuo (MUC) e, consequentemente, em polifarmácia. A polifarmácia pode aumentar o risco de interações medicamentosas (IM) e causar danos aos pacientes. Portanto, estudos que investiguem a ocorrência de IM, sua prevalência e os principais órgãos afetados são necessários para auxiliar no manejo clínico dos pacientes com AR. Objetivos: O objetivo deste estudo retrospectivo foi avaliar a incidência de polifarmácia e as interações medicamentosas em pacientes com AR, bem como identificar as principais interações e os órgãos afetados. Dessa forma, foi possível estratificar os riscos potenciais aos quais esses pacientes estão expostos. Métodos: Foram analisados prontuários de pacientes atendidos no serviço de reumatologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) entre janeiro de 2021 e março de 2022. Foram incluídos no estudo pacientes com idade acima de 18 anos e diagnóstico confirmado de artrite reumatoide. Os dados coletados incluíram sexo, data de nascimento, data de diagnóstico, medicações em uso contínuo e comorbidades. As medicações foram analisadas e estratificadas utilizando a plataforma MedScape®. Resultados: Foram incluídos 374 pacientes no estudo, sendo 87,9% do sexo feminino, com média de idade de 60,1±10,6 anos. A mediana do tempo de doença foi de 13,0 anos (intervalo interquartil: 9,0-19,0 anos). As comorbidades mais prevalentes foram hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, osteoartrite e hipotireoidismo. Foi identificado um total de 162 fármacos na amostra, sendo os mais frequentes a prednisona (51,2%), vitamina D (50,4%), leflunomida (49,3%), cálcio (48%) e metotrexato (43,7%). Dos pacientes analisados, 91,3% faziam uso de polifarmácia e 27,2% usavam mais de 10 medicamentos de uso contínuo. A média de medicamentos por paciente foi de 7,5. Foram observadas duas ou mais interações medicamentosas em 87,4% dos pacientes, totalizando 2018 interações medicamentosas. Dentre essas interações, 27,5% foram classificadas como leves, 50% como moderadas e 17,8% como graves. As interações medicamentosas graves mais frequentes foram prednisona + sinvastatina, leflunomida + metotrexato, amitriptilina + fluoxetina e metotrexato + aspirina. Além disso, foram descritos os efeitos metabólicos das 15 interações medicamentosas mais prevalentes, de acordo com o MedScape®. Conclusão: Observou-se que 91% dos pacientes com AR apresentavam polifarmácia. Foi encontrado um alto número de interações medicamentosas moderadas e graves, destacando a importância da atenção e monitoramento dessas interações na prática clínica. Esses resultados contribuem para o conhecimento sobre a ocorrência de polifarmácia e interações medicamentosas em pacientes com AR, fornecendo subsídios para a melhoria do manejo farmacoterapêutico desses pacientes.
Descrição
Palavras-chave
polimedicação , interações medicamentosas , artrite reumatoide