Aplicação do Snappe II como preditor de óbito em UTI neonatal: Desfechos e fatores associados
Tipo
Monografia
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Lederer, Helena Andrade de Freitas
Orientador
Okamoto, Cristina Terumy
Título da Revista
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Programa
Resumo
O Score for Neonatal Acute Physiology Perinatal Extension II (SNAPPE II) é um escore preditor de morbimortalidade neonatal que conta com nove variáveis e uma pontuação que vai de 0 a 162 - quanto maior a pontuação, maior a gravidade clínica e risco de óbito. Dentre os escores existentes para esse fim, o SNAPPE II se destaca por ter poucas variáveis e incluir fatores perinatais, no entanto, os resultados e fatores associados às diferentes pontuações podem diferir de acordo com o serviço em que está sendo aplicado. No Brasil, ainda são escassos os estudos sobre o uso do escore nas UTIs neonatais. O presente estudo teve como objetivos correlacionar os desfechos e as variáveis analisadas ao escore SNAPPE II dos recém-nascidos (RN), estudar a precisão do SNAPPE II como preditor do óbito neonatal na UTI neonatal do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), conhecer a taxa de mortalidade neonatal na unidade e analisar se outros fatores associados poderiam melhorar o valor preditivo positivo do escore. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo feito pela coleta de prontuários eletrônicos de pacientes internados na unidade entre janeiro e dezembro de 2020. Foram excluídos pacientes externos ou transferidos, que tiveram alta ou evoluíram a óbito com menos de 12 horas de vida, com malformações congênitas maiores, dados insuficientes, admissão com mais 12 horas de vida e SNAPPE II não calculado. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do programa SPSS 17,0. Valores de p menores que 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. 327 pacientes foram avaliados no estudo. O ponto de corte que obteve melhor sensibilidade e especificidade foi 29,5, com uma área abaixo da curva (AUC) de 66%. Esse valor foi arredondado para 30, e a amostra foi dividida em dois grupos: SNAPPE II <30 (grupo 1) e SNAPPE II ≥30 (grupo 2). O SNAPPE II mediano foi de 8, com valor máximo de 105. 85% tiveram escore <30. Sexo masculino, prematuridade e cesárea foram a maioria. No grupo 2 mostrou maior relação com tempo de internamento maior que 28 dias, extremo baixo peso e macrossomia, Apgar baixo, hiperglicemia e lactato acima de 6 mmol/L, uso de surfactante, necessidade de reanimação, síndrome do desconforto respiratório (SDR) e persistência do canal arterial (PCA), pré-natal negligente, ocorrência de hemorragia peri-intraventricular e sepse. Comorbidades maternas e uso de medicamentos não pareceram ter relação com o aumento do SNAPPE II. A taxa de mortalidade
neonatal geral na unidade foi de 6,3%. Na amostra, 10 RN evoluíram para óbito (3,1%). O óbito foi 10 vezes mais frequente no pacientes com SNAPPE ≥30. Maior tempo de internamento, menor peso e Apgar, uso de surfactante e reanimação, pré-natal negligente, SDR, PCA, HPIV, sepse e principalmente hiperglicemia e hiperlactatemia parecem estar relacionados ao aumento do SNAPPE II. Sugere-se que haja estudos mais aprofundados desses fatores a fim de aumentar o valor preditivo positivo do escore.
Descrição
Palavras-chave
uti neonatal , mortalidade neonatal