Recém-nascidos de mães adolescentes: Infecções congênitas, aspectos obstétricos e neonatais

Tipo
TCC
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Bomfati, Ana Beatriz
Timporim, Felipe Cesar
Orientador
Brites, Thais Ariela Machado
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Programa
Resumo
Introdução: A gestação na adolescência é considerada de alto risco e envolve fatores biológicos relacionados às alterações fisiológicas e anatômicas. Possivelmente vinculada às questões extrínsecas como assistência pré-natal deficitária, nível socioeconômico, hábitos alimentares e uso de substâncias químicas, multiplicidade de parceiros sexuais e exposição à Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e patologias nocivas ao feto. O acrônimo TORCHS agrupa as cinco infecções congênitas mais prevalentes, sendo elas: toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simples vírus e sífilis. A transmissão vertical é a via de contaminação materno-fetal que pode ocorrer via ascendente através do canal cervical e do aleitamento materno. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecções congênitas em recém-nascidos de mães adolescentes com idade até 19 anos completos na data do parto em uma maternidade de um hospital terciário em Curitiba-PR. Avaliar e correlacionar dados obstétricos de gestantes adolescentes em relação a dados do recém-nascido ao nascer. Metodologia: Esta pesquisa é um estudo retrospectivo e transversal. Foram coletados e analisados dados de prontuários de pacientes de ambos os sexos, nascidos vivos, com peso superior a 500g, atendidos na maternidade do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) no período de janeiro de 2020 à janeiro de 2021, filhos de mães com idade até 19 anos completos na data do parto. Resultados: Foram incluídos 135 prontuários mediante aos critérios de inclusão. A média da idade materna foi de 17,71 anos. Intercorrências médicas durante a gestação ocorreram em 93 casos (68,9%), sendo 44 (47,31%) casos com mais de uma intercorrência associada. As mais prevalentes foram de origem obstétricas, endócrinas e urinárias. Dentre os diagnósticos de infecção na gestante, 29 (21,49%) apresentaram uma ou mais patologias durante a gestação, sendo as mais prevalentes sífilis, hepatite B e toxoplasmose. Sobre o uso de substâncias químicas durante a gestação, 13 (9,63%) mães admitiram o uso, sendo álcool e cigarro predominantes. O número de consultas pré-natal foi em média de 9,19. Quanto ao grau de completude dos testes sorológicos, 27 (20%) realizaram parcial e 103 (76,3%) realizaram todos os testes. Quanto ao tipo de parto, 72 deles (53,33%) foram cesáreas e 63 via vaginal. Com relação a condição do recém-nascido ao nascer, o Apgar no primeiro minuto apresentou média de 6,89. Já no quinto minuto a média foi de 8,44. Em relação a idade gestacional ao nascer 31 (22,96%) foram pré-termo e 104 (77,03%) nasceram a termo. O peso ao nascer em gramas em média foi de 2941,96, visto que 5 (3,70%) foram de extremo baixo peso ao nascer, 5 (3,70%) de muito baixo peso, 17 (12,59%) de baixo peso, 105 (77,78%) com peso normal e 3 (2,22%) macrossômicos. Conclusão: As gestações permeadas por infecções e intercorrências são consideradas de alto risco, sendo o pré-natal o elemento preventivo das complicações na gravidez. A principal via de transmissão das TORCHS é a vertical. Quando tratados adequadamente, a minoria dos recém-natos desenvolve a forma congênita. A implementação de políticas públicas para a gestação na adolescência visa à redução dos custos onerosos a saúde e maximização dos efeitos benéficos ao binômio materno-fetal.
Descrição
Palavras-chave
gravidez na adolescência , transmissão vertical de doenças infecciosas , obstetrícia , neonatologia
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