Prevalência de dermatoses em pacientes com doença inflamatória intestinal
Tipo
TCC
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Kroyzanovski, Milena Luiza
Silveira, Taciana Malosti da
Silveira, Taciana Malosti da
Orientador
Nisihara, Renato Mitsunori
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Programa
Resumo
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são doenças autoimunes que acometem diferentes partes do trato gastrintestinal, sendo representadas principalmente pela doença de Crohn (DC) e pela retocolite ulcerativa (RCU). Apesar de serem doenças intestinais, diversos outros sistemas e órgãos do organismo humano podem ser acometidos, como é o caso da pele. As lesões dermatológicas podem estar associadas direta ou indiretamente com a DII. Objetivo: Determinar a prevalência de manifestações extraintestinais (MEI) dermatológicas em portadores de DII acompanhados pelo ambulatório de gastroenterologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) de Curitiba, bem como associar as lesões encontradas com gênero, tipo de DII e medicação utilizada. Metodologia: Estudo transversal analítico realizado no ambulatório de gastroenterologia do HUEM, entre outubro de 2020 e março de 2022. Foi realizado a partir de exame físico, questionário clínico-demográfico e revisão de prontuários. Resultados: Foram estudados 70 pacientes diagnosticados com DII e 50 indivíduos sadios, pareados em sexo, idade e escolaridade. A média de idade no grupo com DII foi de 44,7 anos e a maior parte dos pacientes (71,4%) eram portadores de RCU. Em relação aos medicamentos, 7,1% dos pacientes não estavam fazendo uso de medicamentos para DII no momento. Dentre aqueles que estavam, os medicamentos encontrados foram: aminossalicilatos (68,2%), azatioprina (34,2%), imunobiológicos (24,2%), corticosteroides (10%) e metotrexato (1,4%). Nos pacientes do grupo de DII, 67/70 (95,7%) possuíam algum tipo de dermatose, comparado com 44/50 (88%) do grupo controle (p=0,0012). Algumas dermatoses se destacaram, sendo que as lesões mais prevalentes encontradas foram alopecia (p<0,0001), xerose (p=0,031), estrias pós-medicamento (p=0,02) e acne (p=0,04). Além dessas, tinea pedis e onicomicose também foram prevalentes, no entanto, não se observou diferença significativa quando comparadas ao grupo controle. A presença de estrias pós-medicamento foi associada com DC (p=0,037); a medicação azatioprina foi associada com a presença de acne (p=0,001); e a alopecia foi significativamente mais frequente em mulheres com DII (p=0,010). Os demais medicamentos não foram associados com alterações em pele. Conclusão: Na amostra estudada observou-se alta prevalência de dermatoses nos pacientes com DII, principalmente de alopecia, xerose, acne e estrias. Alopecia foi mais frequente no sexo feminino, estrias pós-medicamento em pacientes com DC e presença de acne foi associada com o uso de azatioprina.
Descrição
Palavras-chave
doenças inflamatórias intestinais , manifestações cutâneas , prevalência