A natureza na cidade: uma abordagem crítica ao paradigma ecológico no planejamento do sistema de áreas verdes paulistano
Tipo
Tese
Data de publicação
2022
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Casimiro, Matheus de Vasconcelos
Orientador
Lima, Ana Gabriela Godinho
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Silva, Solange Teles da
Antonucci, Denise
Lima, Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos
Queiroga, Eugênio Fernandes
Antonucci, Denise
Lima, Catharina Pinheiro Cordeiro dos Santos
Queiroga, Eugênio Fernandes
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
A tese insere-se no campo de pesquisa do paisagismo e do planejamento urbano, tendo
como objeto de estudo o processo de incorporação da natureza ao planejamento do
espaço livre público urbano, na era moderna. Esse processo é analisado a partir de
diferentes discursos que descrevem a transformação ou criação de tipologias de espaços
ajardinados dentro do ambiente das cidades, o que ocorre de forma mais sistêmica no
município de São Paulo a partir do século XIX. Tendo em vista o fato de que muitos
destes discursos evocam motivações ambientais ao se mencionar a integração do mundo
natural ao meio urbano, a hipótese aqui formulada sustenta que, embora as intenções
evidentes destes discursos sugerem alinhamento ao “paradigma ecológico”, na verdade,
parecem fundamentar-se de forma mais consistente em pressupostos de valoração ética
ainda calcados no “paradigma antropocêntrico exacerbado”. Na intenção de verificar
essa hipótese, o trabalho visa identificar, analisar e propor uma discussão acerca dos
diferentes discursos proferidos pelo poder público municipal paulistano que, no sentido
de justificar a provisão do sistema de áreas verdes (SAV), em diferentes épocas, adota
pressupostos vinculados ao “paradigma ecológico”. Verificou-se, entretanto, que o
fundamento da ação municipal ainda está pautado por pressupostos vinculados ao
“paradigma antropocêntrico exacerbado”, constatado em análises de duas fases
distintas: na caracterização dos discursos que descreveram as alterações de
enverdecimento de três “tipologias históricas” e na caracterização de programas de
gestão que almejaram criar política de aprovisionamento de áreas verdes municipais a
partir da década de 1960. O desenvolvimento da pesquisa e a exposição de seus
argumentos foi estruturado em três partes: a primeira, destinada ao referencial teórico
e fundamentação conceitual caracterizando o termo “paradigma ecológico” abordado na
investigação; a segunda, na descrição do processo de transformação de três tipologias
históricas, a praça pública, os parques públicos e as áreas protegidas; a terceira,
destinada à análise de ações políticas de provimento do SAV, com destaque aos
programas “Plano para as Áreas Verdes e de Recreação” e a “Política do Verde para São
Paulo”, produzidos respectivamente em 1969 e 1974 e o programa “100 parques para
São Paulo”, finalizado no ano de 2012. Apesar de se confirmar a condição ainda de
emergência do “paradigma ecológico” no contexto do planejamento do SAV municipal,
aponta-se a relevância da adoção de seus pressupostos no campo do planejamento
urbano, pois esta parece ser a posição apropriada para o enfrentamento da iminência do
colapso ambiental que se evidencia em escala planetária.
Descrição
Palavras-chave
sistema de áreas verdes , paradigma , ecológico , tipologias , plano diretor , programa de gestão