Entre a Belle Époque, zonas e trottoirs: as transformações citadinas e as rupturas arquitetônicas com a prostituição paulistana - história e contemporaneidade (1860-2020)

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Tipo
Tese
Data de publicação
2022-08-26
Periódico
Citações (Scopus)
Autores
Del Valle, Ricardo Mingareli
Orientador
Villac, Maria Isabel
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Membros da banca
Grinfeld, Fanny Feigenson
Schimidt, Rafael Patrick
Pena, João Soares
Sbarra, Marcelo Hamilton
Programa
Arquitetura e Urbanismo
Resumo
As diferentes manifestações sociais encontradas nas cidades permitem vivenciar variadas experiências no mesmo território, estando de acordo ou não com acontecimentos cotidianos e oficiais da vida corriqueira que a movimenta. Ao caminhar pelas ruas da cidade, percebe-se os acontecimentos cotidianos, atravessa- se territórios e flagra-se a rotina da vida cruzando fronteiras culturais e sociais que ordenam, ou desordenam, a dinâmica dos interesses e costumes de seus habitantes. A existência da prostituição nos espaços urbanos das cidades, subjugada desde sempre à marginalização e vulnerabilidade social, endossa a diagramação operacional de suas ações nos territórios. A relação entre espaços habitados e agrupamentos humanos formados por prostitutas, clientes e até por vadios (ou arruaceiros fanfarrões) constrói vivências que qualificam as características organizacionais do território ocupado por suas territorialidades, ora consentidas por classificações moralizadoras que condenam suas práticas às áreas degradadas e segregadas das cidades, estando sujeitas às transformações urbanas a qualquer momento devido ao contexto social vivenciado nas cidades, que, porventura, regula e diagrama as experiências urbanas coletivas e, até mesmo, seus movimentos socioespaciais e suas territorialidades. Na cidade de São Paulo, por exemplo (cidade alvo desta pesquisa), a prostituição se consolidou dentro de parâmetros morfológicos intermediados por seus aspectos de sociabilidade, ora consolidados, tanto em seus espaços de uso coletivo quanto em seus territórios habitados/ocupados, conforme seus códigos e condutas de sociabilidade. As características relacionadas às práticas socioespaciais da prostituição na cidade, ao mesmo tempo em que ferem transgressivamente e arbitrariamente os padrões morais oficializados da sociedade, também são conformadas e toleradas. Ao passo em que a sociedade a expulsa, igualmente a chama e a admite, como também lhe usa. Essas características formadas por códigos e sujeitos, quando transpassadas aos territórios urbanos, ocupam lugares significativos, mesmo que segregados, os quais também caracterizam a morfologia das cidades, pois redefinem os territórios urbanos e as arquiteturas apropriadas em conformidade às práticas do seu uso, consolidando uma imagem específica das cidades, a imagem urbana da prostituição. Diante dessa problemática, esta tese analisa as formulações sociais e codificadas das práticas socioespaciais da prostituição bem como essas formulações se desenvolvem no campo, na territorialidade urbana e nos elementos arquitetônicos, além de investigar suas contribuições e interferências na vida citadina dos sujeitos que a vivenciam e da sociedade como um todo, em associação à movimentação dos corpos em prostituição na cidade, perante os parâmetros sociais e morais oficializados historicamente e contemporaneamente, numa crítica aos processos de formatação e identificação tipológica que qualificaram, e ainda qualificam, os espaços urbanos e arquitetônicos das cidades.
Descrição
Palavras-chave
arquitetura , cidade , prostituição , segregação , territorialidade
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