O designer como mediador cultural na ressignificação e circulação do artesanato de comunidades tradicionais

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Date
2020-01-28Author
Fronza, André Luiz
Advisor
Mello, Regina Lara Silveira
Referee
Pons, Ivo Eduardo Roman
Referee
Taralli, Cibele Haddad
Metadata
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It’s observed in Brazil the development of projects in which designers are hired, through government or private institutions, to provide consultancy to groups of artisans in traditional communities, with the objective of promoting their autonomy and the local socioeconomic development. In this context, the circulation of handicrafts for domestic use in the city of São Paulo was analyzed, which was reconfigured and reframed based on the designer's cultural mediation. The research was bibliographic, followed by qualitative research of a descriptive character, with mapping of the designers, observation of points of sale of the products, and selection of three projects that involved designers and artisans from traditional communities: indigenous, sertanejos and caiçaras. We opted for comparative analysis of cases to achieve the research objective. To understand the relationships between design, crafts, culture and territory, the theorists Bonsiepe, Magalhães, Borges and Krucken were used as a basis. To analyze the reconfiguration of the aesthetic-formal aspects of handicrafts, Gomes Filho, and for circulation, Canclini, Lauer, Santos and Appadurai. In the three cases studied, it was noted that the traditional techniques of production and raw materials were maintained, and new ones were inserted by the designers, integrating formal symbolic elements that refer to the territory of origin of the production. When understanding the commercial circulation of this handicraft, it was noticed that the intermediaries and the market control the distribution and sale, operating transformations and displacements of territories that, added to the reconfiguration of the aesthetic-formal aspects of handicrafts, promote their resignification, keeping few products displayed in stores and decoration fairs to maintain exclusivity and practically elevate handicrafts to the status of art. Observa-se no Brasil o desenvolvimento de projetos em que designers são contratados, via instituições governamentais ou privadas, para prestar consultoria a grupos de artesãos em comunidades tradicionais, com o objetivo de promover sua autonomia e o desenvolvimento socioeconômico local. Neste contexto, foi analisada a circulação do artesanato de uso doméstico na cidade de São Paulo, que foi reconfigurado e ressignificado a partir da mediação cultural do designer. A pesquisa foi bibliográfica, seguida de investigação qualitativa de caráter descritivo, com mapeamento dos designers, observação de pontos de venda dos produtos, e seleção de três projetos que envolveram designers e artesãos de comunidades tradicionais: indígenas, sertanejos e caiçaras. Optou se pela análise comparativa dos casos para atingir o objetivo da pesquisa. Para entender as relações entre design, artesanato, cultura e território, utilizou-se como base os teóricos Bonsiepe, Magalhães, Borges e Krucken. Para analisar a reconfiguração dos aspectos estético-formais do artesanato, Gomes Filho, e para a circulação, Canclini, Lauer, Santos e Appadurai. Nos três casos estudados notou-se que as técnicas tradicionais de produção e matérias-primas foram mantidas, e novas foram inseridas pelos designers, integrando elementos simbólicos formais que se referem ao território de origem da produção. Ao compreender a circulação comercial deste artesanato, percebeu-se que os intermediários e o mercado controlam a distribuição e venda, operando transformações e deslocamentos de territórios que, somados a reconfiguração dos aspectos estético-formais do artesanato, promovem a sua ressignificação, mantendo poucos produtos expostos em lojas e feiras de decoração para manter a exclusividade e praticamente elevar o artesanato ao status de arte.
CNPq Area
CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO
Citation
FRONZA, André Luiz. O designer como mediador cultural na ressignificação e circulação do artesanato de comunidades tradicionais. 2020. 183 f. Dissertação (Educação, Arte e História da Cultura) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo.