Medicina - TCC - Curitiba
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Navegando Medicina - TCC - Curitiba por Assunto "ADHD"
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- TCCRelação entre o uso de dipirona durante o período gestacional e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em criançasDoelinger, Bernardo Gomes; Santos, Yanka Dickow dos (2023-11-27)INTRODUÇÃO: A dipirona (metamizol) é um fármaco amplamente utilizado no Brasil, tanto por conta dos seus efeitos antipiréticos quanto analgésicos. Além disso, a automedicação no país é uma realidade e é um grande desafio para a saúde, principalmente em gestantes.O paracetamol e a dipirona são os analgésicos mais seguros disponíveis no mercado, com preferência para utilização, nas gestantes, antes do terceiro trimestre de gravidez. Os medicamentos podem possuir efeitos teratogênicos e sua utilização na gestação deve ser especialmente avaliada. O paracetamol (acetaminofeno) é da mesma classe da dipirona (analgésicos não opióides) e também é amplamente consumido pelos brasileiros. Diversos estudos já evidenciaram uma significativa relação entre a utilização do paracetamol no período gestacional e a incidência de TDAH na prole. Ademais, os dois medicamentos têm um mecanismo de ação com diversas semelhanças, entre elas a atuação no sistema Substância Cinzenta Periaquedutal, que ativa a via antinociceptiva descendente, atuam também no sistema endocanabinoide, assim como na inibição da síntese de prostaglandinas mediadas pela COX. Apesar de haver diversos estudos relacionando o paracetamol com TDAH em crianças, a dipirona é escassa nas pesquisas acerca do tema. O TDAH acomete cerca de 5% das crianças mundialmente, sendo no brasil uma prevalência de aproximadamente 6,7%. É um transtorno multifatorial e heterogêneo, sua severidade e sintomas estão relacionados a fatores genéticos, com múltiplos genes acometidos, neurobiológicos, ambientais e sociais. OBJETIVO: Busca-se por meio deste estudo avaliar a associação entre a exposição pré-natal de Dipirona e o risco de TDAH na prole. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada por meio de um estudo de caso-controle, observacional e quantitativo envolvendo mães de pacientes diagnosticados entre 4 a 12 anos com Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção e Hiperatividade. Estes pacientes estiveram em acompanhamento no ambulatório de pediatria e neuropediatria do Hospital Evangélico Mackenzie do Paraná. A pesquisa foi realizada com 56 participantes, com e sem diagnóstico de TDAH, sendo N1=28, com mães com filhos portadores de TDAH e N2=28, com mães em que os filhos não são portadores de TDAH. A coleta de dados foi por meio de questionário impresso, que foi respondido pela mãe do paciente no ambulatório de pediatria e neuropediatria do HUEM, em sala reservada. RESULTADOS: Das participantes, 80,4% não usaram dipirona durante a gestação, e 19,6% utilizaram, devido à prescrição recomendada para tratamento de dor no Brasil. No entanto, não houve associação significativa entre o uso de dipirona e a presença de TDAH nos filhos. Mais mães usaram paracetamol (60,7%) do que dipirona (19,6%). A maior parte usou medicamentos conforme prescrição médica, embora a automedicação de dipirona tenha sido mais frequente entre mães com filhos diagnosticados com TDAH. CONCLUSÃO: Não foi encontrada uma relação direta entre o uso de dipirona durante a gestação e o desenvolvimento de TDAH na prole. A prescrição médica é predominante, mas a automedicação ainda é presente, especialmente com a dipirona entre mães com filhos com TDAH. Mais estudos são necessários para um entendimento completo dos efeitos da dipirona durante a gravidez.