Medicina - TCC - Curitiba
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Navegando Medicina - TCC - Curitiba por Autor "Andrade, Raphaela Lorite Stremel"
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- TCCPrimeiro surto de Dengue em CuriribaOrtiz, Maria Luiza Lima; Andrade, Raphaela Lorite Stremel (2025-06-26)
Faculdade Evangélica do Paraná (FEMPAR)
INTRODUÇÃO: A dengue é uma arbovirose que vem se expandindo progressivamente em escala global, impulsionada por fatores como urbanização acelerada, mudanças climáticas e desigualdades socioespaciais. Em 2024, o Brasil enfrentou o maior número de casos registrados em sua história, com mais de 4 milhões de notificações prováveis até outubro, refletindo uma tendência observada também em países vizinhos da América Latina. No Paraná, a intensificação da transmissão culminou em surtos epidêmicos em diversas regiões, inclusive em capitais anteriormente consideradas de baixo risco, como Curitiba. OBJETIVO: Analisar o comportamento epidemiológico da dengue em Curitiba durante o ano de 2024, contexto do primeiro surto registrado na capital paranaense, com foco na distribuição temporal por semana epidemiológica, espacial por bairros e regionais de saúde, perfil sociodemográfico, desfecho clínico e relação com fatores climáticos, densidade vetorial e vulnerabilidade urbana, além de comparar os achados com dados históricos e com a literatura científica nacional e internacional. MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de abordagem quantitativa, baseado em dados secundários de acesso público provenientes de plataformas oficiais. Foram incluídos todos os casos confirmados de dengue em residentes de Curitiba notificados em 2024. As análises contemplaram a distribuição temporal, espacial, sociodemográfica e clínica, além de cruzamentos com focos vetoriais, classificação do IVAB e dados climáticos obtidos do INMET, SIMEPAR e Meteoblue®. A análise foi conduzida em Python, com estatística descritiva, coeficientes de correlação de Pearson e Spearman, e visualização gráfica. RESULTADOS: Foram confirmados 17.715 casos de dengue em Curitiba em 2024, dos quais 71,2% foram autóctones. Houve predominância em mulheres (53,2%) e na faixa etária de 20 a 29 anos (23,6%). A distribuição espacial indicou maior concentração em bairros de alta vulnerabilidade social, segundo o IVAB. A análise climática não identificou correlação estatisticamente significativa entre volume de chuvas e incidência, embora períodos úmidos tenham antecedido os picos epidêmicos. Observou-se sobreposição entre densidade vetorial e os territórios mais afetados. A maioria dos casos evoluiu para cura (99,8%) e foram registrados 8 óbitos confirmados. CONCLUSÃO: O surto de dengue em Curitiba em 2024 representou uma inflexão no perfil epidemiológico da cidade, com predomínio de transmissão autóctone e ampla dispersão territorial. A distribuição desigual dos casos e a ausência de correlação direta com variáveis climáticas reforçam o papel da vulnerabilidade urbana e da presença vetorial na dinâmica da doença. Esses achados contribuem para o planejamento de estratégias de controle mais eficazes e sensíveis às particularidades locais.