Ciências do Desenvolvimento Humano -Teses - CCBS Higienópolis (a partir de 2024)
URI Permanente para esta coleção
Antigo curso de Disturbios do Desenvolvimento
Navegar
Navegando Ciências do Desenvolvimento Humano -Teses - CCBS Higienópolis (a partir de 2024) por Orientador "Teixeira, Maria Cristina Triguero Veloz"
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Resultados por página
Opções de Ordenação
- TeseTradução, adaptação do Adaptive Behavior Assessment System (ABAS-3) para o português do Brasil e estudos psicométricos dos formulários infanto-juvenisTafla, Tally Lichtensztejn (2024-06-06)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
O Funcionamento Adaptativo (FA) é definido como habilidades conceituais, sociais e práticas importantes para a realização das atividades diárias. No entanto, ainda são escassos instrumentos normatizados para a tal avaliação no contexto nacional. Este estudo teve como objetivo traduzir e adaptar culturalmente o Adaptive Behavior Assessment System (ABAS-3) e verificar suas propriedades psicométricas dos formulários destinados a crianças e adolescentes em amostras brasileiras de crianças típicas e com transtornos do neurodesenvolvimento. Para isso, a presente tese foi dividida em três estudos: Estudo 1 - Tradução e adaptação transcultural do ABAS-3 para o português do Brasil; Estudo 2 – Verificação de evidências de validade baseada na estrutura interna dos formulários de pais do ABAS-3; e Estudo 3 - Estudos psicométricos e Evidências de validade baseadas na relação com outras variáveis. O Estudo 1, atendendo a diretrizes da International Test Commission (ITC), e contou com etapas de traduções (n=2) e posteriores análises de juízes (n=33), e resultou em boas evidências de validade de conteúdo do instrumento. Já para o Estudo 2, que teve como objetivo a verificação da estrutura fatorial da versão brasileira do ABAS-3, participaram pais de 2.594 crianças, divididas entre 0 a 5 anos (n= 1332) e 5 a 21 anos (n=1262). A Análise Fatorial Confirmatória apresentou bom ajuste para um modelo unifatorial de comportamento adaptativo geral e para um modelo com três fatores (Conceitual, Social e Prático), semelhante à versão original do instrumento. Para o Estudo 3, foram selecionadas randomicamente indivíduos do Estudo 2, bem como pais de 125 crianças com transtornos do neurodesenvolvimento na mesma faixa etária, sendo 60 com Transtorno do Espectro Autista (TEA), 36 com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e 29 com Deficiência Intelectual (DI). Foram investigadas evidências de confiabilidade teste-reteste, validade baseada na confiabilidade entre respondentes, validade baseadas nas relações com variáveis externas, com o quociente de inteligência (QI) e escores de competências, validade convergente, acurácia e validade baseadas em grupos clínicos e nível socioeconômico. Todas as evidências apresentaram índices que variaram de bons a excelentes, semelhantes às da versão original do instrumento, com exceção do QI, resultado que foi discutido. Os resultados obtidos nos três estudos mostram a qualidade da versão brasileira do ABAS-3, que permitirá o estabelecimento de normas para os formulários destinados a pais de crianças de 0 a 5 anos e crianças, adolescentes e jovens adultos de 5 a 21, aumentando a disponibilidade de instrumentos que avaliam FA no país. - TeseUso Do Lego® Education para melhorar interações sociais de crianças com autismo no contexto escolar: comparação de estimulação mediada por pares e por profissionalAngelis, Luciana Oliveira de (2025-02-17)
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS)
A estimulação com LEGO®️ tem sido amplamente investigada como um programa de desenvolvimento social voltado para crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Este protocolo utiliza atividades estruturadas com LEGO®️ para promover habilidades sociais e mitigar dificuldades comportamentais e de saúde mental comumente associadas ao TEA. Durante a estimulação, os participantes organizados em trios são estimulados a construir modelos LEGO®️ juntos, seguindo tarefas e regras específicas, com o objetivo de adquirir repertório comportamental e melhorar seus padrões de interação social. Este estudo teve como objetivo explorar os efeitos de um protocolo de estimulação que utiliza estratégias baseadas em evidências e recursos LEGO®️ para estimular crianças com TEA, comparando a estimulação mediada por especialistas e por pares neurotípicos. A pesquisa envolveu 18 crianças com TEA, necessidade de suporte 1 ou 2, com quociente de inteligência (QI) acima de 70, e três pares típicos, com QI acima de 80, e idades entre 5 e 8 anos. Os participantes foram randomizados em três grupos: estimulação mediada por especialistas, estimulação mediada por pares típicos e grupo controle. As medidas de avaliação incluíram a Escala Abreviada de Inteligência de Wechsler, o Inventário de Comportamentos Autísticos (ICA) para verificar características comportamentais relacionadas ao TEA, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ) nas versões para pais e professores para avaliação comportamental e emocional, o Questionário de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (DCDQ) para verificar riscos de atrasos motores e o Inventário de Dificuldades nas Funções Executivas, Regulação e Aversão ao Retardo – Versão Infantil (IFERA) verificar dificuldades em Funções Executivas, Regulação e Aversão ao Adiamento. As sessões foram realizadas em contexto escolar e tiveram duração média de 40 minutos, duas vezes por semana, totalizando 14 encontros. As interações foram mediadas em um dos grupos por pares típicos treinados e no outro mediadas por especialista. Trechos dos vídeos de todas as sessões foram analisados a partir da codificação dos comportamentos por dois avaliadores independentes para averiguar as habilidades de interação adquiridas. O estudo comparou as sessões pré-intervenção, pós-intervenção e duas medidas de seguimento, 30 e 60 dias após o término da estimulação, para identificar diferenças nos padrões dos comportamentos estimulados intragrupos e intergrupos. Os participantes de ambos os grupos experimentais apresentaram ganhos significativos no comportamento social, com uma diferença estatisticamente significativa pré e pós-intervenção (χ²(5) = 25,905, p < 0,001). Esses ganhos foram mantidos nos pontos de acompanhamento de 30 e 90 dias após a estimulação. Além disso, foi observado um declínio significativo nas dificuldades comportamentais relatadas pelo SDQ nas versões para pais e professores, que também foram sustentadas no follow-up. O grupo controle não apresentou diferença nos comportamentos. Por fim, foi medida a satisfação dos participantes que avaliaram a atividade como prazerosa. Os resultados sugerem que a presente estimulação estruturada e combinada à mediação por pares, é um método eficaz para promover comportamentos adaptativos e pró-sociais em crianças com TEA e possui benefícios duradouros.